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FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

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Esse novo enfoque objetiva refletir sobre as mudanças sociais contemporâneas em<br />

grande escala e a possibilidade de práticas emancipatórias em estruturas cristalizadas na vida<br />

social. Isto quer dizer que as análises dentro da área da ACD identificam primeiramente um<br />

problema, geralmente baseado em relações de poder e na naturalização de discursos<br />

particulares. Após esta identificação, o passo seguinte é o de identificar os obstáculos para a<br />

superação do problema, isto é, os elementos da prática social que sustentam o problema e que<br />

são obstáculos para uma mudança estrutural. De acordo com Fairclough (2001, p. 125-126),<br />

“o diagnóstico considera o modo como as práticas sociais estão conectadas entre si, o modo<br />

como o discurso se relaciona com os outros elementos das práticas sociais, e as características<br />

do discurso em si”.<br />

O passo de identificação dos obstáculos se subdivide em três tipos de análises, que<br />

atuam juntas: a análise da conjuntura, a análise da prática particular e a análise do discurso.<br />

De acordo com Resende e Ramalho (2006, p. 36),<br />

(1) a análise da conjuntura, da configuração de práticas das quais o discurso em<br />

análise é parte, das práticas sociais associadas ao problema ou das quais ele decorre,<br />

(2) a análise da prática particular, com ênfase para os momentos da prática em foco<br />

no discurso, para as relações entre o discurso e os outros momentos, e (3) a análise<br />

do discurso, orientada para a estrutura (relação da instância discursiva com ordens<br />

do discurso e sua recorrência a gêneros, vozes e discursos de ordens de discurso<br />

articuladas) e para a interação (análise lingüística de recursos utilizados no texto e<br />

sua relação com a prática social).<br />

Após a identificação dos obstáculos a serem superados, devemos não somente nos<br />

voltar para a verificação da existência de uma função particular para o problema identificado,<br />

mas também avaliar a função do problema nas práticas sociais e discursivas. Fairclough<br />

(2001, p. 126) argumenta que essa etapa da análise “é uma forma ou conexão indireta entre o<br />

‘ser’ e o ‘dever’”. Segundo o autor, se for possível estabelecer, através da análise crítica, que<br />

a ordem social intrinsecamente gera uma variedade de grandes problemas, e que necessita<br />

delas para se sustentar, teremos contribuído para a explicação da lógica de mudanças sociais<br />

radicais.<br />

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