51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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A literatura foi obtida em gran<strong>de</strong> parte por intermédio <strong>do</strong> Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />
Imormações em Ciências e i ecnologia.<br />
As fotografias foram feitas por Jorge <strong>do</strong>s Santos Almeida, fotógrafo <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />
Biologia da Universida<strong>de</strong> Santa Úrsula.<br />
Os mapas foram confecciona<strong>do</strong>s por Paulino Moreira Onofre.<br />
IV'- RESULTADOS<br />
1 - ASPECTOS FrrOGEOGRÁFICOS E ECOLÓGICOS<br />
São comumente encontradas como escan<strong>de</strong>ntes sobre árvores ou arbustos <strong>de</strong> matas<br />
primárias ou em capoeiras, que ocupam o lugar <strong>de</strong>ssas matas. Algumas espécies preferem as beiradas<br />
das matas, eifl geral em lugares mais ensolara<strong>do</strong>s. Po<strong>de</strong>m ser coletadas em margens <strong>de</strong> estradas na<br />
região da Floresta Amazônica.<br />
São freqüentes também-em matas ciliares e em florestas <strong>de</strong> encosta, até a altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais<br />
ou menos SOO m.s.m., na Amazônia, mas po<strong>de</strong>m atingir maiores altitu<strong>de</strong>s na região Su<strong>de</strong>ste e Sul<br />
como é o caso <strong>de</strong> B. angulosa, que ocorre no Parque Nacional da Serra <strong>do</strong>s órgãos, Teresópolis, RJ,<br />
em altitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> USO m.s.m.<br />
As formas adaptadas a matas <strong>de</strong>nsas têm o hábito <strong>de</strong> cipós, com tronco compresso-sinuoso,<br />
em geral, enquanto que as encontradas mais ou menos isoladas, em terrenos <strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>s,<br />
apresentam-se sob a forma <strong>de</strong> arbustos, ramifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base e apenas os ramos superiores são<br />
flexuosos, alonga<strong>do</strong>s e com gavinhas.<br />
A gran<strong>de</strong> maioria das espécies da seção Tylotaea, num total <strong>de</strong> 20 espécies (V. gráfico<br />
pág. 133 e 134) ocorre na Floresta pluvial tropical Amazônica, com forte en<strong>de</strong>mismo. São<br />
encontradas tanto em terra firme, quanto em margens inundáveis <strong>do</strong>s rios e igarapés, sen<strong>do</strong><br />
constante essa preferência <strong>de</strong> dada espécie pelo tipo <strong>de</strong> habitat, embora em espécies muito<br />
próximas, ocorrentes num mesmo local, como B. glabra e B. longipetala, as áreas <strong>de</strong> distribuição se<br />
sobreponham nos limites <strong>de</strong> habitat. Assim, B. longipetala que é uma liana, vive em matas <strong>de</strong>nsas,<br />
nas margens inundáveis <strong>de</strong> rios, como o Mamia, no município <strong>de</strong> Alenquer, PA (leg. R. L. Froes<br />
29438 - IAN); já B. glabra, que se apresenta como arbusto trepa<strong>do</strong>r, ocorre em capoeiras <strong>de</strong> terra<br />
firme (leg. A. Ducke Herb. Amaz. Mus. Goeld. 4911 - MG), no mesmo município. Existem, no<br />
entanto formas difíceis <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar, por apresentarem caracteres <strong>de</strong> ambas as espécies e se<br />
encontrarem em habitais também intermediários, como as capoeiras <strong>de</strong> terreno alaga<strong>do</strong> (cf. Leg.<br />
M. Silva 838 - MG) no lago <strong>do</strong> Rei, Careiro, <strong>Rio</strong> Solimões, ou matas <strong>de</strong> terra firme altas. É<br />
interessante ressaltar que os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> floração <strong>de</strong> ambas as espécies são opostos. B. longipetala<br />
floresce nos meses <strong>de</strong> janeiro a maio, ocasionalmente em junho e julho, B. glabra <strong>de</strong> setembro até<br />
janeiro, o que <strong>de</strong>monstra um provável isolamento genético entre elas.<br />
Apenas 2 espécies amazônicas ultrapassam os limites da Hilcia e atingem outras regiões <strong>do</strong><br />
Brasil. São elas Bauhinia rubiginosa e Bauhinia glabra, que habitam também as encostas <strong>de</strong> regiões<br />
serranas <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste ou as florestas ciliares, no Brasil Central e Minas Gerais.<br />
B. angulosa e B. anamesa são extra-amazônicas, sen<strong>do</strong> encontradas, respectivamente, na<br />
região Su<strong>de</strong>ste/Sul e Centro-Oeste.<br />
2 - NOMES VULGARES<br />
As espécies que apresentam tronco compresso-sinuoso com projeções laterais alternadas,<br />
ten<strong>do</strong> um aspecto característico <strong>de</strong> escada, são conhecidas em geral, como "cipó-escada <strong>de</strong><br />
macaco", "cipó-escada <strong>de</strong> jaboti" ou, simplesmente, "cipó-escada".<br />
Um outro nome muito freqüente para as espécies com aspecto arbustivo e folhas bilobadas<br />
características, é "unha-<strong>de</strong>-vaca", que é também empregada para as espécies <strong>de</strong> outras seções <strong>do</strong><br />
gênero Bauhinia, pois se referem à forma <strong>do</strong>s folíolos caráter <strong>de</strong> nível genérico. Neste mesmo caso.<br />
estão os termos "miroró" ou "mororó".<br />
Outras <strong>de</strong>nominações habituais para as espécies mais freqüentes, como é o caso <strong>de</strong><br />
Bauhinia rubiginosa, além <strong>do</strong>s já cita<strong>do</strong>s são: "tripa-<strong>de</strong>-galinha", "dpó-cururú", "guela-<strong>de</strong>-guariba"<br />
(Maranhão) ou "tripa <strong>de</strong> porco", provavelmente com alusão ao estranho tipo <strong>de</strong> caule anômalo.<br />
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