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51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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18 - ANTÔNIO DE CASTRO ALVES (1847-1871). Poeta brasileiro, nasceu na Fazenda<br />

Cabaceiras, na antiga freguesia <strong>de</strong> Muritiba, Bahia. Foi educa<strong>do</strong> em Salva<strong>do</strong>r e aos 13 anos já<br />

recitava as suas primícias poéticas no colégio. Em 1862, viajou para Recife, a fim <strong>de</strong> cursar a<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito, mas só em 1864 conseguiu matricula. Já então se manifestavam os primeiros<br />

sintomas da tuberculose pulmonar. Desenvolveu intensa ativida<strong>de</strong> estudantil e literária, produzin<strong>do</strong><br />

poesias ora <strong>de</strong> caráter lírico, ora <strong>de</strong> natureza social em prol <strong>do</strong> abolicionismo. Entusiasma<strong>do</strong> pelo<br />

teatro, tomou-se <strong>de</strong> amores por uma atriz famosa no tempo, Eugênia Câmara. Formavam-se entre<br />

os acadêmicos parti<strong>do</strong>s divergentes em torno das atrizes e foi então que se iniciou a rivalida<strong>de</strong> com<br />

Tobias Barreto, chefe <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s grupos. As polêmicas e justas literárias assumiam, por vezes,<br />

caráter agu<strong>do</strong>, com o público dividi<strong>do</strong> enquanto os poetas <strong>de</strong>clamavam das janelas ou no teatro<br />

Santa Isabel os seus versos inflama<strong>do</strong>s sobre a Guerra <strong>do</strong> Paraguai e a Abolição. Sem terminar o<br />

curso, viajou para o <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, acompanhan<strong>do</strong> Eugênia Câmara. Com larga produção poética<br />

na bagagem e um drama, Gonzaga foi recebi<strong>do</strong> por José <strong>de</strong> Alencar, que o recomen<strong>do</strong>u a Macha<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Assis. Este o consagrou com uma carta ao autor <strong>do</strong> Guarani. Depois <strong>do</strong> êxito público no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Janeiro</strong>, com várias <strong>de</strong>clamações <strong>de</strong> poemas, transfere-se para São Paulo, on<strong>de</strong> requer matrícula no<br />

terceiro ano da Escola <strong>de</strong> Direito, on<strong>de</strong> também o esperava o maior sucesso.<br />

Su-a saú<strong>de</strong>, cada vez mais comprometida, foi agravada num aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> caça em<br />

conseqüência <strong>do</strong> qual, teve um pé amputa<strong>do</strong>. Em 1870, estava na Bahia e em fevereiro, seguiu para<br />

o sertão em busca <strong>de</strong> melhor clima. Em 1871, os seus pa<strong>de</strong>cimentos agravaram-se, vin<strong>do</strong> a falecer<br />

em 6 <strong>de</strong> julho. Belo, <strong>de</strong> figura romântica, sentimental, morria aos 24 anos o poeta que <strong>de</strong>spertara<br />

tantas paixões, viven<strong>do</strong> sempre cerca<strong>do</strong> <strong>de</strong> figuras femininas e que arrebatara as multidões com o<br />

seu verbo inflama<strong>do</strong>. Além <strong>de</strong> lírico intimista, foi um poeta social, abolicionista exalta<strong>do</strong>, o "Canto<br />

<strong>do</strong>s Escravos", como ficou cognomina<strong>do</strong>. Combateu pela liberda<strong>de</strong>, pela justiça, pela fraternida<strong>de</strong><br />

humana. A carga emocional que introduziu em seus poemas <strong>de</strong> Os Escravos, como "Vozes<br />

d'África", "O Navio Negreiro", "A Mãe <strong>do</strong> Cativo", ainda hoje tem válida ressonância, mesmo<br />

extinto o motivo social que a <strong>de</strong>terminou, graças à sua sincerida<strong>de</strong>. E é muito certo que foi gran<strong>de</strong><br />

a sua influência no tempo, em favor da propaganda que culminou na abolição (1888). A década <strong>de</strong><br />

1870 a 1880 é <strong>de</strong> transição entre o romantismo e as novas tendências estéticas marcadas pelo<br />

realismo. Castro Alves, após 1864, tomou posição pela poesia <strong>de</strong> inspiração social. Pressentin<strong>do</strong> a<br />

morte próxima, apressou-se em organizar e publicar o livro que contém a melhor parte <strong>de</strong> suas<br />

poesias líricas, como os poemas "Hebréias", "Mocida<strong>de</strong> e Morte", "O Laço <strong>de</strong> Fita", "Boa Noite",<br />

"O A<strong>de</strong>us <strong>de</strong> Teresa", etc.<br />

COMPONENTE VEGETAL: SUA APLICAÇÃO AO PAISAGISMO<br />

Proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao levantamento da massa vegetal <strong>do</strong> Passeio Público, verificamos<br />

ser a mesma constituída por três estratos classificáveis pela altura, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o herbáceo ao<br />

arbustivo com poucos representantes e, finalmente, o arbóreo que pre<strong>do</strong>mina sobre os<br />

<strong>de</strong>mais, constituí<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> parte por árvores <strong>de</strong> porte majestoso, <strong>de</strong> copas cerradas<br />

que conferem ao local um caráter acolhe<strong>do</strong>r e refrescante, convidativo ao lazer, o que<br />

constitui exceção em centro <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> tão poluída.<br />

O estrato herbáceo é /orma<strong>do</strong> principalmente por representantes das famílias<br />

Gramineae, Cyperaceae, Araceae e Marantaceae, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se estas duas últimas pelo<br />

contraste que emprestam ao ver<strong>de</strong> das gramíneas, com sua folhagem geralmente<br />

variegada. A família Compositae se faz presente através da We<strong>de</strong>lia palu<strong>do</strong>sa<br />

(margaridão) que sobressai por suas folhas ver<strong>de</strong>s e flores amarelas em capítulos. Outro<br />

componente <strong>de</strong>ste estrato é a vegetação <strong>do</strong> chafariz <strong>do</strong>s jacarés, constituída por<br />

Commelinaceae, Araceae, Liliaceae, Ágavaceae e Pteri<strong>do</strong>phyta distribuídas num<br />

amontoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> plantas sem nenhum senso estético, em completa <strong>de</strong>sarmonia com o<br />

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