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51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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A reconstrução <strong>do</strong> terraço não trouxe, entretanto, a tão <strong>de</strong>sejada conservação <strong>do</strong> jardim<br />

que continuou esqueci<strong>do</strong> e maltrata<strong>do</strong>, entregue aos animais e <strong>de</strong>socupa<strong>do</strong>s; dai talvez tenham<br />

vin<strong>do</strong> as <strong>de</strong>sfavoráveis impressões <strong>de</strong> muitos estrangeiros que por aqui passaram como T. von<br />

Leithold e L. von Rango, <strong>do</strong>is prussianos que estiveram no <strong>Rio</strong> em 1819; em certa passagem <strong>de</strong> suas<br />

memórias eles dizem: "O único passeio para os habitantes da cida<strong>de</strong> é uma praça junto ao mar, cujo<br />

tamanho é a meta<strong>de</strong> da nossa Gensd'armes Platz. Pelo traça<strong>do</strong> <strong>do</strong>s canteiros, parece mais uma horta<br />

comum. £ aliás, muito pouco freqüentada".<br />

Esse esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas perdurou até 1841, quan<strong>do</strong> o inten<strong>de</strong>nte geral das Obras Públicas -<br />

Coronel Antônio José Rangel <strong>de</strong> Vasconcelos, iniciou a reforma <strong>do</strong> jardim; no terraço foram<br />

construí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is novos pavilhões, agora octogonais; o medalhão <strong>de</strong> bronze, que havia si<strong>do</strong> retira<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> portão em 1835, foi re<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> e recoloca<strong>do</strong> em seu primitivo lugar, com sua face interna<br />

revestida com as armas <strong>do</strong> Império, substituin<strong>do</strong> as portuguesas.<br />

Essa renovação pouco durou e o Passeio Público foi novamente relega<strong>do</strong> ao aban<strong>do</strong>no e<br />

somente 19 anos <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong> 1860 a 1861, sofreu uma radical modificação, quan<strong>do</strong> sua reforma foi<br />

entregue ao botânico e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. As obras <strong>de</strong> arte que<br />

ainda restavam foram respeitadas, porém, as alamedas tomaram formas curvas com amplos<br />

grama<strong>do</strong>s; o muro contíguo à Rua <strong>do</strong> Passeio foi substituí<strong>do</strong> por um gradil <strong>de</strong> ferro fundi<strong>do</strong><br />

apoia<strong>do</strong> sobre embasamento <strong>de</strong> alvenaria; surgem pequenos rios, um lago com ilhota artificial, uma<br />

ponte imitan<strong>do</strong> troncos <strong>de</strong> árvores e um repuxo; o alinhamento é recua<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 6 m para<br />

permitir o alargamento da rua <strong>do</strong> Passeio e, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> é constituí<strong>do</strong> um pavilhão metálico<br />

para servir <strong>de</strong> bar. Assim, ao final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> reina<strong>do</strong>, o Passeio Público recupera o prestígio<br />

anterior e volta a ser um <strong>do</strong>s lugares mais aprazíveis da cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> o Franciscano Frei José da<br />

Conceição Vellozo ministrava aulas públicas <strong>de</strong> botânica.<br />

Em 1904, quan<strong>do</strong> era prefeito Francisco Pereira Passos, inaugura-se, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> jardim, um<br />

aquário <strong>de</strong> água salgada para exposição da flora e fauna da Baía da Guanabara; o trabalho <strong>de</strong><br />

construção, aparelhamento e escolha <strong>do</strong>s peixes foi entregue a Júlio Furta<strong>do</strong>, que i<strong>de</strong>alizou um<br />

prédio em estilo oriental, constituí<strong>do</strong> por um vestíbulo e uma galeria <strong>de</strong> tanques com espessas<br />

pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vidro, on<strong>de</strong> chegava a água, trazida das proximida<strong>de</strong>s da barra, em um tubo <strong>de</strong> borracha<br />

e com o auxilio <strong>de</strong> uma bomba movida a gás. Havia ali mais <strong>de</strong> 35 espécies <strong>de</strong> peixes, algas e<br />

moluscos e, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada tanque, um quadro explicativo indican<strong>do</strong> seus nomes vulgares e<br />

classificação cientifica. Foi o primeiro aquário <strong>de</strong> água salgada construí<strong>do</strong> no Brasil e custou cerca<br />

<strong>de</strong> 50 contos <strong>de</strong> réis.<br />

Em 1905, ainda na administração <strong>de</strong> Pereira Passos, foi aberta a Avenida Beira Mar, que<br />

isolou <strong>do</strong> mar o Passeio Público e, em 1906, a sacada primitiva foi <strong>de</strong>molida. Em 1920, com<br />

<strong>de</strong>senho <strong>do</strong> arquiteto Heitor <strong>de</strong> Melo e por or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> então prefeito Carlos Sampaio, o antigo<br />

terraço foi substituí<strong>do</strong> por um teatro e um cabaré que receberam o nome <strong>de</strong> Cassino. Em 1922<br />

foram retira<strong>do</strong>s os gradis que fechavam a frente e os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> jardim e, em 1935, por or<strong>de</strong>m <strong>do</strong><br />

prefeito Henrique Dodsworth é <strong>de</strong>moli<strong>do</strong> o Cassino. Nessa época também não mais existia o<br />

aquário.<br />

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