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51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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Dentre os caracteres mais utiliza<strong>do</strong>s por Bentham (1870), na Flora Brasiliensis, para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação das espécies, se <strong>de</strong>stacam, como <strong>de</strong> maior importância, os relativos ao botão floral,<br />

cálice, pétalas, brácteas. Contu<strong>do</strong> esses caracteres não <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>do</strong>s isoladamente e <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> limites rigorosos <strong>de</strong> precisão, pois as espécies em questão formam complexos intimamente<br />

relaciona<strong>do</strong>s, cujos caracteres se interpenetram.<br />

Caracteres que <strong>de</strong>vem ser usa<strong>do</strong>s mais cautelosamente são: o tipo <strong>de</strong> indumento da página<br />

inferior das folhas e das pétalas, assim como o grau <strong>de</strong> fendilhamento <strong>do</strong>s lobos foliares, por serem<br />

muito variáveis, principalmente em espécies <strong>de</strong> distribuição mais ampla. O número <strong>de</strong> nervuras <strong>de</strong><br />

1? or<strong>de</strong>m é um caracter variável e <strong>de</strong>ve ser evita<strong>do</strong> na separação <strong>de</strong> espécies próximas.<br />

Não concordamos com a divisão das espécies <strong>do</strong> gênero Bauhinia em grupos <strong>de</strong> folhas<br />

inteiras, bilobadas ou bissectas, tal como o fez Bentham (l.c). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> nossas pesquisas<br />

levaram-nos a concluir que, raramente, nos ramos fioríferos, as folhas apresentam precisão na altura<br />

da seção <strong>do</strong> limbo. Para que se possa realmente concluir a respeito da constância <strong>do</strong> grau <strong>de</strong><br />

bipartição da folha é necessário um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> um certo número <strong>de</strong> indivíduos no campo,<br />

observan<strong>do</strong>-se as folhas da base <strong>do</strong>s ramos às floríferas. Em conseqüência disso, algumas revisões<br />

das espécies serão necessárias, pois foram criadas varieda<strong>de</strong>s e espécies, utilizan<strong>do</strong>-se o<br />

fendilhamento <strong>do</strong>s lobos, como caracter a priori.<br />

B. guianensis Aubl.<br />

VI - NOMES DUVIDOSOS<br />

Diagnose baseada em exemplar não florífero. A tabula não esclarece mais <strong>do</strong> que a<br />

diagnose, que é muito extensa, mas se pren<strong>de</strong> a caracteres comuns a to<strong>do</strong> o grupo que compõe a<br />

seção Tylotaea.<br />

B. outimouta Aubl.<br />

Diagnose baseada em exemplar não florifero. As folhas, pela <strong>de</strong>scrição, se aproximam das<br />

<strong>de</strong> B. splen<strong>de</strong>ns H. B. K.<br />

VII - ESPÉCIESTSÃO TRATADAS NO TEXTO<br />

Bentham (1870) <strong>de</strong>screveu B. uruguayensis como pertencente à seção Tylotaea. Burkart<br />

(1969) re<strong>de</strong>screveu e ilustrou <strong>de</strong>talhadamente esta espécie, e ao comentar as suas afinida<strong>de</strong>s com<br />

espécies próximas <strong>de</strong>u como exemplo B. glaziovii, chaman<strong>do</strong> a atenção para o fato <strong>de</strong> que estas<br />

espécies se afastam das seções Schnella e Tylotaea <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao hábito não trepa<strong>do</strong>r e falta <strong>de</strong><br />

gavinhas. Afirmou que, provavelmente, uma nova seção surgiria <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s mais amplos,<br />

para subordinar essas espécies. Taubert (1892) quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>screveu B. glaziovii colocou-a na seção<br />

Pfleostígma Bentham, cujas plantas são africanas e asiáticas, afirman<strong>do</strong> que esta espécie é muito<br />

próxima <strong>de</strong> certas espécies africanas. Burkart (l.c.) afirma que os caracteres cita<strong>do</strong>s por autores<br />

para Pileostigma não correspon<strong>de</strong>m aos das espécies em questão. Ao examinarmos um exemplar <strong>de</strong><br />

B. uruguayensis, proveniente <strong>de</strong> Santa Catarina (entre Itapiranga e Mondai, leg. A. Castellanos<br />

248S7, GUA) e o tipo <strong>de</strong> B. glaziovii, verificamos que realmente estas espécies se afastam, bastante<br />

<strong>do</strong> grupo homogêneo da seção Tylotaea, principalmente por serem arbustos não escan<strong>de</strong>ntes, com<br />

ramos adultos muni<strong>do</strong>s <strong>de</strong> espinhos retos e robustos, botões florais piriformes ou ovói<strong>de</strong>s, não<br />

costa<strong>do</strong>s, sem nervação aparente, fechadas e pétalas glabras sub-iguais.<br />

Bentham (l.c.) <strong>de</strong>screveu B. leiopetala como pertencente a seção Tylotaea, Estudan<strong>do</strong><br />

material tipo, verificamos, porém, que, por seu conjunto <strong>de</strong> características, ela se aproxima mais <strong>de</strong><br />

B. raddiana sect Schnella, que das espécies da referida seção.<br />

Faltou-nos o legume para uma confirmação. Os grãos <strong>de</strong> pólen examina<strong>do</strong>s são <strong>do</strong> tipo<br />

tricolpora<strong>do</strong>s, com sexina tectada verrucosa semelhante ao observa<strong>do</strong> nas espécies da seção<br />

Schnella,<br />

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