51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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3 - MORFOLOGIA GERAL.<br />
a. Hábito.<br />
A seção Tylotaea é composta <strong>de</strong> plantas inermes, arbustivas, ramificadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, com<br />
um ou vários caules partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> um sistema subterrâneo, o qual se prolonga horizontalmente com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emitir novos brotos, como B. rubiginosa (fot. 2 e 3). Na parte superior aparecem<br />
ramos longos, flexuosos e escan<strong>de</strong>ntes, com gavinhas simples, lenhosas, enroladas em espiral. Esta<br />
forma é comum em matas perturbadas e em capoeiras (fot. 1). Em matas <strong>de</strong>nsas, primárias,<br />
geralmente são lianas, que po<strong>de</strong>m atingir gran<strong>de</strong>s alturas, <strong>de</strong> até 35 m, como é o caso <strong>de</strong><br />
B. erythrantha, segun<strong>do</strong> Ducke (1938), uma das mais vigorosas lianas da Amazônia, juntamente<br />
com B. siqueiraei, B. alata, B. parviloba, B. altiscan<strong>de</strong>ns e-B. longipetala.<br />
b. Caule e Ramos.<br />
Os caules apresentam-se mais ou menos cilíndricos (fot. 2) ou aplana<strong>do</strong>s, às vezes<br />
fantasticamente emaranha<strong>do</strong>s numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ramificações, que emitem projeções correspon<strong>de</strong>ntes a<br />
vestígios <strong>de</strong> ramos laterais, como em B. alata (fot. 5 e 6), introduzida por Ducke no <strong>Jardim</strong><br />
<strong>Botânico</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. Os ramos vão <strong>de</strong> quadrangulares (fot. 4) a cilíndricos até aplana<strong>do</strong>s, às<br />
vezes são comprimi<strong>do</strong>-sinuosos. Cada ondulação convexa, tem geralmente uma projeção lenhosa,<br />
dan<strong>do</strong> ao conjunto um aspecto escalariforme (fot. 7). A estrutura anatômica é <strong>do</strong> tipo anômala,<br />
estudada por vários autores, cita<strong>do</strong>s por Metcalfe e Chalk (1972) e S<strong>de</strong>re<strong>de</strong>r (1908).<br />
c. Indumento.<br />
Os raminhos, pecíolos, folhas, mais freqüentemente, na página <strong>do</strong>rsal, e inflorescência,<br />
inclusive pedúnculos, gavinhas, raque, bráctea e bractéolas, pedicelo e cálice apresentam um<br />
indumento tomentoso ou tomentelo, geralmente ferrugíneo ou rufo, raro subcanescente ou<br />
purpúreo (B. porphyrotricha, e B. surinamensis) com pêlos adpressos, às vezes <strong>de</strong> difícil^<br />
percepção, ou vilosos, e, ainda mais raramente, hirsutos como em B. porphyrotricha e<br />
B. surinamensis. Nos raminhos o indumento per<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> nas partes mais velhas,<br />
tornan<strong>do</strong>-se glabrescentes. Ocasionalmente o indumento da página <strong>do</strong>rsal das folhas ten<strong>de</strong> a se<br />
tomar menos <strong>de</strong>nso, apenas pubérulo ou quase glabro, em algumas espécies. A qualida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> indumento da página <strong>do</strong>rsal das folhas freqüentemente variam em uma mesma<br />
espécie. No entanto ocorrem espécies como B. splen<strong>de</strong>ns e B. platycalyx, nas quais o indumento<br />
po<strong>de</strong> ter um certo peso, no conjunto <strong>do</strong>s caracteres diagnósticos, que as separam. B. splen<strong>de</strong>ns, por<br />
exemplo, apresenta constância quanto ao indumento. No entanto B. platycalyx po<strong>de</strong> se apresentar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> quase glabra até com indumento semelhante ao <strong>de</strong> B. splen<strong>de</strong>ns. Os tricomas são em geral<br />
unicelulares <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>lgadas, com base constituída por células <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s espessas.<br />
d. Estipulas.<br />
B. rubiginosa, e B. glabra po<strong>de</strong>m apresentar duas estipulas semilunares ou falcadas<br />
reniformes, foliáceas, caducas ou persistentes. Muitos espécimens examina<strong>do</strong>s e pertencentes a essas<br />
duas espécies não apresentaram, porém sequer vestígios <strong>de</strong> estipulas (fig. 110).<br />
e. Pecíolo.<br />
O comprimento <strong>do</strong> pecíolo é variável nas espécies da seção Tylotaea. Este e outros<br />
caracteres referentes ao pecíolo não apresentam valor taxonômico.<br />
f. Folhas.<br />
Em algumas espécies, por exemplo B. angulosa, a forma da lâmina e o grau <strong>de</strong><br />
fendilhamento <strong>do</strong>s lobos variam amplamente em um mesmo espécime. Um exemplar <strong>de</strong><br />
B. angulosa, observa<strong>do</strong> em Teresópolis, apresentava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> folhas quase inteiras, elípticas a<br />
suborbiculadas até bissectas, com lobos lanceola<strong>do</strong>s (figs. 3, 4, 9 e 10). A base po<strong>de</strong> se apresentar<br />
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