17.04.2013 Views

51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

12. Para a construção <strong>do</strong>s grama<strong>do</strong>s, lagos, regatos e novo armamento agora sinuoso, Glaziou<br />

<strong>de</strong>vastou completamente o jardim <strong>de</strong> Mestre VALENTIM, <strong>de</strong>rruban<strong>do</strong> muitas árvores<br />

fron<strong>do</strong>sas e arbustos que caracterizavam o parque, a fim <strong>de</strong> fazer outro no gênero <strong>do</strong> parque<br />

Des Buttes Chaumont <strong>de</strong> Paris.<br />

13. Imitações <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e rochas foram incluídas, trabalhadas por especialistas trazi<strong>do</strong>s da<br />

França.<br />

14. Usan<strong>do</strong> os recursos da arte francesa em jardins, foram utilizadas combinações florísticas <strong>de</strong><br />

surpreen<strong>de</strong>nte efeito, sen<strong>do</strong> introduzidas as seguintes espécies: Ficus religiosa, Ficus<br />

microcarpa, Ficus insipida, Trichilia glabra, Casuarina sp., Bactrís setosa, Raphis flabeliformis,<br />

Spatho<strong>de</strong>a campanulata.<br />

ASPECTO FORMAL DO PASSEIO PÚBLICO<br />

O jardim que o Vice-Rei D. Luiz <strong>de</strong> Vasconcelos construiu com a preciosa colaboração <strong>de</strong><br />

Mestre Valentim, é um recanto ameno da cida<strong>de</strong> e um original panteon on<strong>de</strong> nas suas aléias<br />

ensombradas por árvores seculares, on<strong>de</strong> se encontram alguns vultos ilustres <strong>do</strong> Brasil.<br />

Mario Pe<strong>de</strong>rneiras, o poeta da cida<strong>de</strong>, cantou essa relíquia <strong>do</strong> velho <strong>Rio</strong>, quan<strong>do</strong> ainda<br />

tinha gra<strong>de</strong>s e portões:<br />

"Calmo jardim fecha<strong>do</strong> e antigo<br />

Que o sol, <strong>de</strong> leve, aquece,<br />

E em que a sombra é um abrigo<br />

On<strong>de</strong> o corpo <strong>de</strong>scansa e o espírito repousa ...<br />

Aqui <strong>de</strong>ntro, parece,<br />

Vive um pouco da minha mocida<strong>de</strong><br />

E alguma coisa<br />

Da vida primitiva c ingênua da cida<strong>de</strong>".<br />

Entretanto, não existe o busto <strong>do</strong> poeta carioca num recanto <strong>do</strong> parque que ele perpetuou<br />

em seus versos. Outros bustos, porém, ali estão para dizer <strong>do</strong> nosso apreço pela Poesia, em algumas<br />

<strong>de</strong> suas figuras exponenciais, tais como: Gonçalves Dias (2/6/1901), Castro Alves, Olavo Bilac,<br />

Raimun<strong>do</strong> Corrêa (23/11/1944), Hermes Fontes, Olegário Manano e, recentemente inaugura<strong>do</strong>,<br />

Moacir <strong>de</strong> Almeida.<br />

Além <strong>de</strong>sses, estão os bustos <strong>de</strong> pintores e escultores, romancistas, jornalistas, músicos e <strong>de</strong><br />

um educa<strong>do</strong>r. Confun<strong>de</strong>m-se naquelas aléias tranqüilas, à margem da vida trepidante da cida<strong>de</strong>, os<br />

bustos <strong>de</strong> Vitor Meireles, Pedro Américo, Ro<strong>do</strong>lfo Bemar<strong>de</strong>lli, Julia Lopes <strong>de</strong> Almeida, Ferreira<br />

<strong>de</strong> Araújo, Irineu Marinho, Alberto Nepomuceno, Chiquinha Gonzaga e Mestre Valentim<br />

ocupan<strong>do</strong> o lugar <strong>de</strong> honra, atrás <strong>do</strong> portão <strong>de</strong> sua autoria, recua<strong>do</strong> para o interior <strong>do</strong> jardim e,<br />

mais recente <strong>de</strong> todas, os <strong>de</strong> Bethencourt da Silva e Paulo Silva.<br />

Ninguém até hoje, lembrou-se <strong>de</strong> colocar neste parque o busto <strong>do</strong> funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Jardim</strong>, o<br />

Vice-Rei D. Luiz <strong>de</strong> Vasconcelos.<br />

Além <strong>de</strong>ssas efígies, das altas pirâmi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pedra com as seguintes inscrições: "À sauda<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Rio</strong>" e "Ao amor <strong>do</strong> público", <strong>do</strong> portão com o medalhão da rainha, da Diana e <strong>do</strong> brazão <strong>de</strong><br />

D. Luiz <strong>de</strong> Vasconcelos, encontra-se ali uma das mais caras reminiscéncias <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong><br />

colonial — a Fonte <strong>do</strong>s Amores ou Chafariz <strong>do</strong>s Jacarés, a qual está ligada a história sentimental <strong>do</strong><br />

Vice-Rei, D. Luiz <strong>de</strong> Vasconcelos.<br />

O Vice-Rei, da<strong>do</strong> a conquistas amorosas, encontrou, certo dia à margem da lagoa <strong>do</strong><br />

Boqueirão, uma jovem, Susana, que, <strong>de</strong> cântaro â cabeça, se dirigia ao Chafariz da Glória em busca<br />

<strong>de</strong> água. Morava a moça numa casa pobre das proximida<strong>de</strong>s. Ven<strong>do</strong>-se assediada pela figura mais<br />

po<strong>de</strong>rosa da terra, não se envai<strong>de</strong>ceu e com habilida<strong>de</strong> feminina, confessou-lhe que era noiva,<br />

preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> casar-se logo que o seu eleito conseguisse situação mais favorável.<br />

Como recordação <strong>do</strong> belo sonho, D. Luiz man<strong>do</strong>u que Mestre Valentim levantasse ali uma<br />

cascata a qual <strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> "Fonte <strong>do</strong>s Amores". Esse chafariz era constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong> duas faces,<br />

uma para o interior <strong>do</strong> parque e outra para fronteiro ao mar.<br />

Recomen<strong>do</strong>u ainda a Valentim que colocasse no centro da cascata o coqueiro da casa <strong>de</strong><br />

Susana, e sobre a vegetação, três garças para simbolizar os felizes habitantes <strong>do</strong> Boqueirão, <strong>do</strong>is<br />

241

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!