51 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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ápice é umbona<strong>do</strong>, crena<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong> (B. splen<strong>de</strong>ns, fig.46, B. platycalyx, fig.43, B. surinamensis),<br />
ou não umbona<strong>do</strong> e apenas <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong> (B. alata, fig. 34, B. sprucei, fig. 42 e B. altiscan<strong>de</strong>ns,<br />
fig. 44). O comprimento e a forma <strong>do</strong>s apêndices po<strong>de</strong>m variar em uma mesma espécie, contu<strong>do</strong>,<br />
<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, os caracteres relativos ao botão floral são constantes para uma dada espécie.<br />
1. Cálice.<br />
O cálice, na gran<strong>de</strong> maioria das espécies, apresenta o tubo por ocasião da antese,<br />
amplamente campanula<strong>do</strong>, como em B. platycalyx, tranca<strong>do</strong> ou sub-trunca<strong>do</strong> nos bor<strong>do</strong>s,<br />
ocasionalmente <strong>de</strong> margens lacero<strong>de</strong>ntadas, como em B. splen<strong>de</strong>ns (fig. 59) ou infla<strong>do</strong>, como em<br />
B. kunthiana (fig. 65) ou ainda sub-bilabia<strong>do</strong>, como em B. glabra (fig. 61). Os lóbulos, quan<strong>do</strong><br />
presentes, estão inseri<strong>do</strong>s no tubo, <strong>de</strong> espaço a espaço, eretos ou fleti<strong>do</strong>s, como em B. confertiflora<br />
(fig. 58), B. rutilans (fig. 66), B. stenopetala (fig. 64). A nervação saliente <strong>do</strong> cálice é uma<br />
característica das espécies da seção Tylotaea. No grupo <strong>de</strong> espécies com cálice campanula<strong>do</strong>, por<br />
exemplo, B. rutilans (fig. 66), é composta <strong>de</strong> 10 a 15 nervuras longitudinais, <strong>de</strong> esfriadas a<br />
eleva<strong>do</strong>-costadas até aladas, dispostas 3 a 3, confluentes <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> característico na inserção <strong>do</strong>s<br />
lóbulos, sen<strong>do</strong> que a nervura mediana se prolonga enervan<strong>do</strong>-os, como em B. rubiginosa (fig. 67),<br />
B. uleana (fig. 68), B. coronata (fig. 69), B. cupreonitens (fig. 70), B. stenopetala (fig. 71), B. rutilans<br />
(fig. 72), B. angulosa (fig. 73) e B. confertiflora (fig. 74). Caso os lóbulos <strong>do</strong> cálice estejam<br />
ausentes, as nervuras po<strong>de</strong>m prolongar-se além <strong>do</strong>s bor<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cálice em forma <strong>de</strong> cúspi<strong>de</strong>, como em<br />
B. altiscan<strong>de</strong>ns (fig. 62). A espessura das nervuras longitudinais po<strong>de</strong>m variar em B. angulosa (ver<br />
no botão floral, figs. 52 e 53).<br />
Em B. siqueiraei (fig. 60) e B. longiseta o cálice se apresenta profundamente parti<strong>do</strong> em<br />
3-5 lacínios estreito-triangulares, <strong>de</strong>siguais entre si, com 15 a 20 nervuras longitudinais costadas<br />
que convergem 3 a 3 ou 5 a 5 no ápice <strong>do</strong>s lacínios respectivamente.<br />
Um terceiro tipo <strong>de</strong> cálice, o urceola<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> as nervuras se apresentam em forma <strong>de</strong> alas,<br />
é observa<strong>do</strong> em B. alata e B. pterocalyx.<br />
Resta ainda ressaltar a nervação <strong>do</strong> cálice <strong>de</strong> B. erythrantha, que se aproxima daquela<br />
encontrada na seção Schnella, on<strong>de</strong> as nervuras laterais encontram a mediana na altura <strong>do</strong> terço<br />
médio.<br />
m. Corola.<br />
As pétalas são unguiculadas, <strong>de</strong>siguais entre si. As lâminas se apresentam ligeiramente<br />
assimétricas, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito vilosa ou viloso-tomentosas como por exemplo B. coronata<br />
(figs. 80 e 82) até sub-glabras, como em B. kunthiana, na face externa e na interna, na região<br />
inferior da lâmina. Po<strong>de</strong>m ser divididas em 2 grupos básicos: o primeiro forma<strong>do</strong> por B. longiseta,<br />
B. siqueiraei (figs. 75 e 96), B. erythrantha, B. alata (fig. 101) e B. pterocalyx, que possui pétalas<br />
maiores, <strong>de</strong> 25-50 cm <strong>de</strong> comprimento quase iguais entre si. O grupo das espécies restantes<br />
apresentam a pétala superior distinta das <strong>de</strong>mais, com unguículo menor e mais largo que as outras<br />
pétalas, em geral não apendicula<strong>do</strong>, como B. coronata (fot. 12, figs. 80 a 82), B. uleana (figs. 76 a<br />
79), B. Iongipetala (figs. 83 a 85)e B. stenopetala (figs. 86 a 88). Ainda 2 sub-grupos po<strong>de</strong>m ser<br />
menciona<strong>do</strong>s com relação à venação da pétala superior. Por exemplo, em B. sprucei, B. altiscan<strong>de</strong>ns<br />
(fig. 104), B. confertiflora (fig. 91). B. stenopetala e B. rutilans (fig. 99), ela é inconspícua. As<br />
nervuras não são espessadas, isto é, se dispõe <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> plano. Nas <strong>de</strong>mais espécies a pétala superior<br />
tem venação elevada, com nervuras salientes na região mediana, da base até o ápice ou apenas até a<br />
altura <strong>do</strong> terço médio, ramifican<strong>do</strong>-se a partir daí e esvain<strong>do</strong>-se em direção ao ápice. Em certas<br />
espécies, como por exemplo B. rubiginosa (fig. 89), as nervuras da pétala superior formam uma<br />
verda<strong>de</strong>ira quilha e a pétala é carenada. Um outro caráter <strong>de</strong> importância taxonômica na distinção<br />
das espécies da seção Tylotaea é o comprimento relativo pétala/tubo calicinal nas flores<br />
<strong>de</strong>sabrochadas. Em B. rubiginosa (fig. 105), B. coronata (fot. 12 e 13), B. splen<strong>de</strong>ns, B. surinamensis<br />
e B. cupreonitens (fig. 106) as pétalas mal chegam a alcançar o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong><br />
tubo calicinal e os unguículos estão sempre inseri<strong>do</strong>s no cálice. Em B. glabra (fig.-109), B. angulosa,<br />
B. platycalyx, B. stenopetala (fig. 108) eB. kunthiana (fig. 107) as pétalas são maiores que o <strong>do</strong>bro<br />
<strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> cálice nas flores <strong>de</strong>sabrochadas e os unguículos geralmente são exseríos <strong>do</strong><br />
tubo calicinaL<br />
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