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O CORPO EO CUIDAR NO FEMININO Maria Fernanda - Repositório ...

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Conclusões<br />

Relativamente às nossas preocupações teóricas, fomos construindo um<br />

quadro de referências, problematizando conceitos, questionando conhecimentos<br />

em diferentes domínios nomeadamente psicologia, sociologia, ciências da<br />

educação e muito tenuemente religião, dada a opção, por falta de tempo, em não<br />

aprofundar esta dimensão.<br />

Problematizamos as questões de género que dita(ra)m os modos de vida e<br />

"habitus" do quotidiano, que condicionaram construção da identidade de Sara,<br />

balizadas por uma relação de poder ou pelo menos de não igualdade, em que a<br />

masculinidade e feminilidade são definidas por conceitos opostos como forte/fraca,<br />

superior/inferior, duro/mole, etc. (Bourdieu, 1990; Kitzinger, 1978). Nesta<br />

perspectiva a família e a escola são percepcionadas como ajudando a sustentar a<br />

estereotipia de género relativamente à discriminação sexual dos papéis sociais<br />

como podemos ver em Fontaine (1977), Subirais e Brullet (1988), Shorter (1995)<br />

entre outros. Igualdade e diferenças e feminismo foram igualmente referenciadas,<br />

recorrendo aos contributos de Silva (s/d), Karen Offen e Nancy Cott (in<br />

Magalhães: 1995), Badinter (s/d), Keller (1991), Beauvoir (1982), Wittig (1978).<br />

Aprofundamos as questões da mulher, do seu corpo e da maternidade,<br />

tentando compreender como o viver/experienciar o corpo está intimamente ligado<br />

às questões da educação e diversidade cultural.<br />

Teceram-se considerações em redor da subordinação universal da mulher<br />

ao seu papel de mãe e educadora, falando-se da importância que a família<br />

desempenha/va na sua ligação à memória dos costumes, das tradições, das<br />

práticas e crenças, características de um saber prático, oralizado, em oposição a<br />

um outro modo de transmissão dos saberes que a escola proporciona. As<br />

pesquisas efectuadas nestes domínios recaem sobre Joaquim (1983,1992,1994),<br />

Knibiehler (1982,1983), Bourdieu (1990), Almeida (1992,1995), Kitzinger (1978),<br />

Badinter (s/d), Ribeiro (1990). Também o contributo de Bologne (1990) foi importante<br />

para os questionamentos acerca do pudor e do controlo, sobre o próprio corpo.<br />

Finalmente, e baseadas em Collière (1989) e Géllis (1988), problematizamos<br />

o cuidar na maternidade como uma actividade de mulheres para mulheres, campo<br />

de intervenção em que, com o decorrer do tempo, o homem (médico) dele se foi<br />

apropriando, o que não aconteceu na área da enfermagem obstétrica, que<br />

continua a ser privilégio das mulheres. A partilha de saberes médicos com a<br />

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