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O CORPO EO CUIDAR NO FEMININO Maria Fernanda - Repositório ...

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Conclusões<br />

cada momento da vida e cujas aprendizagens traduzem muito a força do cultural e<br />

o significado que essa vivência assumiu.<br />

Quando partimos para este estudo, não sabíamos o que ia acontecer.<br />

Sabíamos que o objecto do nosso estudo era constituído por uma mulher, com<br />

experiência de maternidade. Sara, de trinta e quatro anos de idade, casada, mãe<br />

de três filhos, o último dos quais acabara de nascer, oriunda de família com um<br />

nível social que designamos de médio-elevado, com formação universitária,<br />

professora no ensino superior, com experiência de vida citadina, a preparar a sua<br />

tese de doutoramento, levou-nos a pensar que do ponto de vista de análise para o<br />

nosso estudo, a sua história teria "pouco interesse" porque nos habituamos à ideia<br />

de que as pessoas "problema" inseridas em meios "problema" é que têm interesse<br />

serem estudadas.<br />

Este estudo permitiu-nos constatar a dinâmica de duas famílias nucleares<br />

que, através da sua situação de classe, comunicam uma cultura própria do seu<br />

estrato social, onde a mulher assume o papel de mãe e trabalhadora. Embora se<br />

verifique alguma simetria de papéis a nível do doméstico - pela<br />

repartição/negociação de tarefas - as mulheres queixam-se que os homens<br />

pensam ser os "seus donos", o que levanta o problema da supremacia do homem,<br />

da dominação masculina, apesar de tudo. Pelo que a família de Sara se<br />

considerará uma família tendencialmente simétrica.<br />

Os pais de Sara proporcionaram-lhe uma educação familiar aberta, uma<br />

educação sem vergonha do corpo, o que para a altura fugia à regra, como foi<br />

constatado.<br />

Este estudo evidencia que aos colégios de élite têm acesso os estratos<br />

sociais mais elevados, onde se recorre ao castigo como instrumento pedagógico.<br />

A escola é um espaço, que impõe comportamentos, castiga os que não cumprem,<br />

usa de violência, mesmo que simbólica, disciplina, domestica, ainda que seja para<br />

disciplinar a alimentação.<br />

Mostra ainda que a vida das nossas escolas conheceu práticas<br />

pedagógicas distintas, desde a educação separada, à escola coeducativa mas,<br />

mal-grado a ironia, acaba a certa altura ela também por separar os alunos, letras<br />

para um lado, ciências para outro.<br />

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