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As Maluquices do Imperador _NOVA_ - Unama

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<strong>As</strong> <strong>Maluquices</strong> <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r<br />

de Paulo Setúbal<br />

APRESENTAÇÃO<br />

www.nead.unama.br<br />

Devo à gentileza vence<strong>do</strong>ra de Júlio de Mesquita Filho a honra de haver<br />

ingressa<strong>do</strong> nas colunas <strong>do</strong> "O Esta<strong>do</strong> de São Paulo". Colaborei durante meses na<br />

grande folha. Colaborei, com orgulho, no jornal-padrão, legítima vaidade da<br />

imprensa brasileira.<br />

Dessa colaboração, nasceu este livro. Botei-lhe o nome, um tanto beliscante,<br />

de <strong>Maluquices</strong> <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r. Dentro dele, diga-se a verdade, nem tu<strong>do</strong> são<br />

maluquices. Há muitas páginas inocentes. Mas, isso não estorvou o batismo: as<br />

inocentes que paguem pelas peca<strong>do</strong>ras! Que fazer? É a lei da nossa injustiça eterna...<br />

Críticos de trabalhos meus anteriores, notadamente o Sr. Aggripino Griecco,<br />

censuram-me o colocar, no fim das páginas, a citação das passagens onde apanhei<br />

a ane<strong>do</strong>ta ou o fato curioso. Acham que isto afeta o texto. É "mostrar os andaimes<br />

<strong>do</strong> edifício". Não fiz desta vez, citação alguma. Mas, é bom que o leitor saiba, desde<br />

agora, não haver eu inventa<strong>do</strong> a substância de nenhuma das histórias que aí vão.<br />

Catei-as em vários autores. Uns já embolora<strong>do</strong>s, outros de uso corrente. Serviramme<br />

de fontes, entre muitos outros:<br />

Melo Morais, pai, ("Crônica geral", "História das Constituições", "Brasil-<br />

Histórico") H. Raffard ("Pessoas e Coisas <strong>do</strong> Brasil") A. Augusto de Aguiar ("Vida <strong>do</strong><br />

Marquês de Barbacena") Francisco Gomes da Silva, ("Memórias Oferecidas a Nação<br />

Brasileira"), Vasconcellos Drummond ("Memórias"), D. Vieira ("Memórias<br />

Históricas"), A. Rangel, ("Textos e Contextos"), Alberto Pimentel ("A Corte de D.<br />

Pedro IV"), Loureiro ("Cartas <strong>do</strong> Brasil"), etc.<br />

São Paulo, 926<br />

Paulo Setúbal<br />

BRASIL-REINO<br />

7 de março de 1808. A nau Príncipe Real, com a flâmula azul branca<br />

panejan<strong>do</strong> ao vento, entra galhardamente pela barra a dentro. To<strong>do</strong>s os tripulantes,<br />

sacudi<strong>do</strong>s por áspero bombardeio de surpresas, derramam olhos escancara<strong>do</strong>s<br />

sobre o panorama embebedante, único:<br />

— Que lin<strong>do</strong>! Que lin<strong>do</strong>!<br />

No ar que faísca, debaixo dum céu entontece<strong>do</strong>r, azul de Sêvres, o sol<br />

escachoa avanhandavas de ouro. E sob a luz fúlgida, dentro da sua virgindade<br />

selvagem, recorta-se em colori<strong>do</strong>s fortes a paisagem — maravilha, Águas e morros!<br />

Tu<strong>do</strong> pródigo, tropical, cheiran<strong>do</strong> a terra moça, ineditamente belo. Como pássaros<br />

verdes, papagaios enormes pousa<strong>do</strong>s à tona d’água, surge das espumas um ban<strong>do</strong><br />

arrepia<strong>do</strong> de ilhas. Que pitoresco! E toda gente, na amurada, a apontar com o de<strong>do</strong>:<br />

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