Manual de procedimentos e gestão do voluntariado - Sesc
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SESC - Serviço Social <strong>do</strong> Comércio<br />
4.1<br />
MOTIVAÇÃO PARA SER VOLUNTÁRIO<br />
Ao falar da filosofia da ação voluntária surge uma pergunta simples, mas básica: o que leva uma pessoa<br />
a ser voluntária?<br />
Ao ensaiar uma resposta po<strong>de</strong>ríamos tentar expressá-la com vários sentimentos como: solidarieda<strong>de</strong>,<br />
amor ao próximo, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser útil a alguém, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferença, etc. É possível salientar que<br />
alguns voluntários enfatizam as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> realização pessoal através <strong>do</strong> voluntaria<strong>do</strong>, enquanto<br />
outros dão maior importância ao serviço, ao <strong>de</strong>ver e à retribuição por benefícios recebi<strong>do</strong>s.<br />
Enfim, a resposta po<strong>de</strong> ser tão variada quanto os sonhos e as expectativas <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> cada ser humano<br />
<strong>do</strong> nosso planeta, pois cada voluntário terá a sua motivação pessoal, mesmo que em um primeiro momento<br />
ela não fique tão clara e visível, nem mesmo para o próprio voluntário.<br />
Aceitar as diversas motivações também compreen<strong>de</strong> o reconhecimento, pois é extremamente legítimo<br />
que um voluntário espere algo em troca pelo seu serviço voluntário. Nada relaciona<strong>do</strong> a recursos financeiros,<br />
mas sim a uma via <strong>de</strong> mão dupla on<strong>de</strong> o voluntário, além <strong>de</strong> <strong>do</strong>ar talento, carinho, tempo, <strong>de</strong>dicação,<br />
etc., também recebe novas experiências, oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, prazer <strong>de</strong> se sentir útil, criação<br />
<strong>de</strong> novos vínculos <strong>de</strong> pertencimento, afirmação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> comunitário.<br />
Por isso conhecer, enten<strong>de</strong>r e aceitar a motivação <strong>de</strong> cada voluntário po<strong>de</strong> ser a chave <strong>do</strong> sucesso para<br />
um projeto <strong>de</strong> voluntaria<strong>do</strong>, mesmo que isso signifique abrir mão <strong>de</strong> um ótimo potencial voluntário. Veja<br />
este exemplo:<br />
“O Sr. Antonio é um excelente artesão, e ficou saben<strong>do</strong> que o SESC, através <strong>do</strong> Programa MESA<br />
BRASIL SESC, está receben<strong>do</strong> voluntários para fortalecimento <strong>de</strong> suas ações. Mesmo sem saber<br />
que ações são estas ele procurou o SESC, pois sempre quis ser voluntário, ensinan<strong>do</strong> o seu ofício<br />
em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa renda, a fim <strong>de</strong> contribuir para a geração <strong>de</strong> receita para muitas famílias.<br />
Lá, foi recebi<strong>do</strong> pela Assistente Social <strong>do</strong> Programa, que lhe apresentou o MESA BRASIL SESC e<br />
as suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> voluntaria<strong>do</strong>. Com isso o Sr. Antônio viu que não havia a vaga <strong>de</strong> oficineiro<br />
<strong>de</strong> artesanato, mas que havia outras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser útil à sua comunida<strong>de</strong>.”<br />
A partir <strong>de</strong>sse ponto po<strong>de</strong>mos ter basicamente <strong>do</strong>is <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos:<br />
1º. O Sr. Antônio reafirma que a sua motivação em ser voluntário está estritamente ligada à sua<br />
profissão; logo, o que ele quer fazer é dar aulas <strong>de</strong> artesanato.<br />
2º. O Sr. Antônio reafirma a sua intenção <strong>de</strong> dar aulas <strong>de</strong> artesanato, mas diz que, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />
a sua motivação é para ajudar a comunida<strong>de</strong>, logo quer ajudar no que for útil.<br />
Percebam que, como no exemplo acima, a <strong>de</strong>cisão final <strong>de</strong>ve ser <strong>do</strong> sujeito que se candidata a voluntário.<br />
Ele não <strong>de</strong>ve ser pressiona<strong>do</strong> a assumir uma ativida<strong>de</strong> que não corresponda ao seu interesse,<br />
expresso <strong>de</strong> uma forma muito tranqüila pela atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer “quero fazer...”.