08.05.2013 Views

1 www.japassei.pt

1 www.japassei.pt

1 www.japassei.pt

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Poesia:<br />

História - 7º ANO<br />

A Poesia talvez tenha sido a manifestação cultural que mais ganhou com a<br />

multicularidade das povoações de Al Andalus. As influências foram várias e vindas<br />

tanto da tradição oriental como das tradições judaica e cristã. Protegida e<br />

acarinhada por quase todos os governantes, floresceu e tornou-se famosa quer na<br />

Península quer fora dela.<br />

Nos séculos X e XI, surgem vários poetas como Abu Abd Al Malik Marwan (sec. X)<br />

príncipe bisneto de Abdemarran III que, quando tinha 16 anos, matou o seu pai por<br />

este lhe ter roubado uma escrava por quem estava muito apaixonado. Esteve preso<br />

durante 16 anos e foi amnistiado por Almançor e daí o nome pelo qual ficou<br />

conhecido - Ash-Sarif al Taliq que quer dizer «príncipe amnistiado».<br />

De madrugada, a água do jardim fundiu-se<br />

com o seu nome, mais penetrante do que todo o seu perfume.<br />

A flor branca é o seu sorriso, o zéfiro o seu alento,<br />

a rosa, perlada de orvalho, a sua face.<br />

Por esta razão amo os jardins. Porque sempre<br />

me trazem a recordação daquela que adoro.<br />

Poema de Ash-Sarif al Taliq<br />

Outro poeta importante foi Ibn Hazm, autor do Colar da Pomba de que já falámos<br />

no texto sobre Civilização Islâmica.<br />

Um dos mais famosos poetas foi também rei da taifa de Sevilha, Muhammad ibn<br />

'Abbad al-Mu'tamid, mais conhecido por Al Mutamid. Nasceu em Beja em 1040 e<br />

foi nomeado governador de Silves por seu pai. É considerado por quase todos os<br />

estudiosos como um dos maiores poetas de Al Andalus.<br />

Saudade<br />

Breve será vencedora<br />

A morte com tal paixão,<br />

Se não estancas coração<br />

Esta dor que me devora.<br />

Ausente minha senhora<br />

Mil cuidados me dão guerra.<br />

Não logro paz cá na terra.<br />

E o sono, que invoco em vão,<br />

Com a sua doce mão<br />

Nunca as pálpebras me cerra<br />

Poema de Al Mutamid, tradução de Adalberto Alves<br />

(In ALVES, Adalberto, Portugal, Ecos de um Passado Árabe, Instituto Camões,<br />

Lisboa, 1999).<br />

348 <strong>www</strong>.<strong>japassei</strong>.<strong>pt</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!