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FEUDALISMO EM PORTUGAL<br />

ESPECIFICIDADES DO FEUDALISMO EM PORTUGAL<br />

História - 7º ANO<br />

Em Portugal não pode falar-se de Feudalismo entendido como a forma de<br />

organização política económica e social que surgiu em França e aí se manteve<br />

durante séculos. É por isso que muitos historiadores preferem falar em Regime<br />

Senhorial e distinguem entre Feudo e Senhorio. Eis algumas diferenças entre<br />

ambos<br />

FEUDO<br />

(Europa, sobretudo França)<br />

SENHORIO<br />

(Península Ibérica, sobretudo Portugal)<br />

Poder alargado de administração de justiça Poder limitado de administração de justiça<br />

Poder de organizar um exército independente<br />

do do rei<br />

Poder limitado de organizar um exército que<br />

não era totalmente independente do rei<br />

Poder de cunhar moeda Só os reis podiam cunhar moeda<br />

Poder alargado de cobrar impostos<br />

Determinados impostos (fossadeira, jantar...)<br />

só podiam ser cobrados pelo rei<br />

A pena de morte só podia ser infligida pelo rei<br />

Direito a punir vassalos com a morte ou por juiz a quem tivesse delegado esse<br />

poder.<br />

Servos juridicamente ligados ao feudo.<br />

Possibilidade jurídica dos Servos mudarem de<br />

vida (embora, na realidade, isso fosse difícil)<br />

Nota: Fossadeira é a multa por não ter cumprido a obrigação de ir ao « fossado»<br />

(investida rápida em território inimigo); jantar era a obrigação que cada servo tinha<br />

de servir refeição ao rei e à sua comitiva mais chegada, quando por sua casa<br />

passassem em campanha militar.<br />

Já dissemos que estas características muito próprias se devem aos termos em que<br />

se processou a Reconquista que favoreceu um certo sentido de auto-goverrno por<br />

parte dos camponeses que, habituados (pela política de razias) a não confiar<br />

inteiramente nos vários senhores preferiram confiar em si mesmos. Como as<br />

condições da época não eram favoráveis a tal independência, os camponeses ( e,<br />

de uma forma geral, as camadas populares, passaram a apoiar o poder de um só<br />

senhor que estivesse acima dos outros e, de alguma forma, contivesse os seus<br />

excessos. Isso favoreceu o fortalecimento do poder do rei-Poder Régio.<br />

Tudo isto não quer dizer que não existissem nenhuns traços de Feudalismo em<br />

Portugal. Os laços entre Suserano e Vassalo, ainda que atenuados, existiam, bem<br />

como uma certa noção de deveres de honra, lealdade, entreajuda, etc, entre<br />

ambos. Aliás, a própria concessão do Condado Portucalense ao Conde D. Henrique,<br />

pai de D. Afonso Henriques, insere-se exactamente num pacto entre suserano (o<br />

Rei de Castela e Leão) e vassalo (o Conde). Do mesmo modo, quando a<br />

independência de Portugal é reconhecida no Tratado de Zamora, isso representa<br />

um cortar de lauços feudais até aí existentes.<br />

Tratado de Zamora<br />

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