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PROJETO RADAMBRASIL

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Densa. Na parte oriental da area, esse contato è feito<br />

gradualmente. O clima atuante è o Termoxeroquimênico<br />

Atenuado, com tres meses secos. Essa faixa de vegetagäo<br />

diferenciada esta contida dentro dos limites climäticos.<br />

O Latossolo Vermelho-Amarelo abränge maior parte da<br />

area. Manchas de Solos Concrecionarios Lateriticos foram<br />

mapeadas a leste do rio Paru de Oeste ou Cuminä, na<br />

Folha NA.21-Z-A e entre esse rio e o igarapé Urucuriana, na<br />

Folha NA.21-Z-C. No primeiro caso, a pedogênese neeessitade<br />

urn clima com periodo ümido prolongado, de modo<br />

que se encontra adaptado äs condicöes climäticas atuais.<br />

No segundo, a existência de Solos Concrecionarios imp'lica<br />

em urn clima com alternäncia de periodo ümidp e<br />

seco. Assim, essa pedogênese näo esté coerente com os<br />

processos morfocliméticos vigentes. Por outro lado, a<br />

existência de pedimentos unindo a serra de Tumucumaque<br />

è area aplainada que a bordeja, a norte de Tiriós, ê<br />

indicativo de processos morfoclimaticos ainda mais<br />

agressivos.<br />

Esses fatos permitem concluir sobre a existência de<br />

condigöes anteriores mais secas para o clima da area,<br />

assim como evidencia uma tendëncia ä umidificacao na<br />

atualidade. Grande parte da ärea de Savana encontra-se<br />

submetida a uma dissecacäo que originou colinas. Isto è<br />

indicativo de urn aumento de umidade no clima. A instalagäo<br />

de Floresta-de-Galeria ao longo dos vales que separam<br />

as colinas tende a f ixar essa umidade e a facilitar a<br />

penetragäo da floresta.<br />

Nas proximidades de Tiriós, a vegetacäo de Savana que<br />

recobre a ärea de colinas, parece mais nitida. Nessa area<br />

ha queimadas constantes. Em sobrevöo, foi observada<br />

uma frente de fogo que se estendia por mais de 24 km.<br />

Esse fato pode ser explicado por intervengäo antrópica, em<br />

nada invalidando a interpretacäo de um avanco do clima<br />

ümido sobre a area.<br />

6. EVOLUCÄO DO RELEVO<br />

6.1 — Condicionantes Estruturais<br />

A area mapeada apresenta condicionantes estruturais de<br />

dois niveis. A primeira è dada pela litologia, que se<br />

estende do Pré-Cambriano Inferior até eventos de idade<br />

jura-cretäcicas. Näo hé, assim, nenhum material que permita<br />

correlacäo geológica com as etapas de evolugäo<br />

geomorfológica prê-cretacica. Desse modo, tudo o que<br />

ocorreu desde o Pré-Cambriano até o Mesozóico passa a<br />

uma interpretacäo de nivel geológico. A segunda condicionante<br />

é de ordern tectónica. Nessa area foram identificados<br />

diques de diabasio em eventos geológicos que se<br />

estenderam do Permiano ao Triéssico (Vide I — Geologia).<br />

Esses derrames bésicps säo colocados numa posigäo<br />

temporal muito distante para serem considerados como<br />

causadores de situagöes geomorfológicas atuais. Esses<br />

diques e eventos de idade jura-cretäcica estäo diretamente<br />

associados äs diregöes estruturais prevalentes (NW — SE<br />

e NE — SW) herdadas do Pré-Cambriano e ainda presentes<br />

no controle de-elementos geomorfológicos. Isto confirma<br />

eventos tectónicos iniciados no Cretäceo e que se manisfestaram,<br />

intermitentemente, até o Holoceno. Esta tectónica,<br />

predominantemente fissural è assinalävel em forma<br />

de relevos estruturais.<br />

A natureza do relevo criado no Cretäceo, pelo Episódio<br />

Takutu näo pode ser def inida de modo preciso, mas é certo<br />

que relevos elevados foram estabelecidos. Os eventos<br />

geomorfológicos que se seguiram ä elaboragäo destes<br />

altos relevos tectónicos näo podem ser acompanhados por<br />

cronologia geológica até a deposigäo da Formagäo Boa<br />

Vista, de idade atribuida ao Pleistoceno. A seqüência de<br />

eventos geomorfológicos é estabelecida, entäo, por hierarquizagäo<br />

temporal de conjuntos de relevo e seus posicionamentos<br />

relativos.<br />

A constatagäo de relevos aplainados no Planalto Dissecado<br />

Norte da Amazönia, de natureza essencialmente erosiva,<br />

aparece assim como indicativo de que a evolugäo<br />

geomorfológica pós-cretécica terminou na elaboragäo de<br />

um pediplano, ao longo do Terciärio. Este pediplano ê um<br />

dos mais antigos testemunhos da evolugäo do relevo<br />

encontrado na ärea mapeada. Outro evento igualmente<br />

antigo é resultante da evolugäo do Graben do Takutu,<br />

sugerido por marcadas anomalias de drenagem. Assim,<br />

pode-se analisar sucessivamente estes acontecimentos.<br />

6.2 — Serra Acarai — Uma Evidencia do Paleointerflüvio<br />

Uraricoera-Negro<br />

O relevo topograficamente elevado que se posiciona de<br />

noroeste para sudeste na Folha NA.21-YA, constitui a serra<br />

Acarai ou Acari. Esse conjunto apresenta as mes mas<br />

feigöes geomorfológicas e foi modelado na mesma litologia<br />

(Granodiorito Rio Novo) dos restbergs de serra da Lua,<br />

serra do Mucajai, serra da Prata e serra da Mocidade,<br />

identificados por Franco, Dèl'Arco e Rivetti (1975) no<br />

mapeamento do território de Roraima. Naquela area, esses<br />

autores consideraram os restbergs mencionados como<br />

restos de uma paleoforma que compunha o interflüvio<br />

entre o rio Uraricoera e,o rio Negro. Segundo os mesmos<br />

autores, a instalacäo da drenagem do rio Branco desmontou<br />

esse interflüvio. Assim, a semelhanga de feigöes<br />

geomorfológicas e a situagäo desses restbergs em relagäo<br />

ä serra Acarai ou Acari, permitem interpretaresse relevo na<br />

érea mapeada, como remanescente do antigo divisor.<br />

Aqui, a inexistência de uma drenagem NW — SE cortando<br />

a serra preservou sua situagäo de divisor de äguas, de<br />

modo que ele funciona como a linha divisória das bacias<br />

do rio Essequibo, a norte, e do rio Amazonas, a sul.<br />

A norte da serra Acarai ou Acari encontra-se o Graben do<br />

Takutu. Esse graben foi datado do Jura-Cretäceo por<br />

Montalväo er alii (1975). A natureza tectónica do relevo<br />

implica na existência de areas elevadas relacionadas a ele.<br />

Isto sugere que a movimentagäo tectónica jura-cretäcica<br />

originou o relevo topograficamente elevado, que configura<br />

a serra Acarai ou Acari.<br />

A instalacäo de um clima seco durante o Pleistoceno<br />

resultou em uma superficie de aplainamento, que originou<br />

o Pediplano Rio Branco — Rio Negro (Franco; Del'Arco;<br />

Rivetti — 1975). Esse aplainamento promoveu a descaracterizagäo<br />

geomorfológica do graben no quadro do relevo<br />

regional. A existência de pedimentos ligando a serra<br />

Acarai ou Acari ao Pediplano Rio Branco — Rio Negro è<br />

indicativo de que o aplainamento pleistocènico modelou<br />

parcialmente os bordos da serra. Desse modo, quando a<br />

drenagem de 3." ordern se instalou sobre o aplainamento,<br />

a serra Acarai ou Acari passou a funcionar como divisor de<br />

äguas. O rio Tacutu se instalou no bordo norte da serra,<br />

GEOMORFOLOGIA143

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