PROJETO RADAMBRASIL
PROJETO RADAMBRASIL
PROJETO RADAMBRASIL
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Os tufitos compöem-se de gräos detriticos e piroclästicos<br />
de quartzo, feldspato, fragmentos de rochas, tudo imerso<br />
em pasta vitrea fluidal, ja devitrificada.<br />
Os componentes clésticos säo por vezes angulares, por<br />
vezes arredondados. Em algumas rochas estäo distribuidos<br />
com certa orientagäo e em outras, ao acaso.<br />
O quartzo predomina e näo raramente apresenta fenömeno<br />
de corrosäo, como acontece em vulcanitos äcidos. Os<br />
feldspatos säo sódico-potassicos nos tufitos e na maioria<br />
potassicos nos tufos.<br />
Os fragmentos de rochas. pertencem a quartzo pórfiro,<br />
riolito etc, enfim as próprias rochas vulcänicas consolidadas<br />
antes das explosöes vulcänicas.<br />
Composicäo quimica média das rochas da Série Uatumä,<br />
segundo Ferreira (op. cit),è vista na Tabela VI.<br />
TABELA VI<br />
Composicäo Quimica das Rochas da Série Uatumä, segundo Ferreira<br />
1 2 • 3 4<br />
Si02 66,8 71,8 74,6 85,9<br />
AI2O3 14,2 12,9 10,0 3,4<br />
Fe203 — 0,9 0,3 0,2<br />
FeO — — — —<br />
MnO 0,1 tr tr tr<br />
Ti02 0,5 0,2 0,3 0,1<br />
CaO 2,5 2,2 3,3 tr<br />
MgO 1,6 1,3 0,4 0,7<br />
Na20 4,4 4,0 1,8 1,2<br />
K26 3,3 4,3 3,3 1,4<br />
P2O5 — — — —<br />
H2O — — — —<br />
P.F. 1,5 1,3 1,6 1,6<br />
100,2 101,3 101,5 99,3<br />
OBS.: 1. Grauvaca; 2. Tufitos; 3. Tufos; 4.Tufos de quartzo-pórfiro,<br />
sillcificados.<br />
Pelo que se depreende das descrigöes microscópicas e das<br />
änälises, o magma quartzp-porf iritico (riolito) deve ter sido<br />
potässico. Os teores ralativamente elevados de sódio nas<br />
grauvacas e tufitos devem ser devidos a contribuigäo estranha,<br />
provavelmente da formagäo granito-gnéissica subjacente.<br />
O processo explosivo teria pulverizado granito e<br />
gnaisse e a percentagem de material clästico teria sido<br />
subordinada.<br />
Em condicöes subaéreas, o metamorfismo de contato<br />
adquire intensidade local e näo geral, como acontece no<br />
processo halmirolitico.<br />
Deve-se, entretanto, levar en\conta a intensa silicificagäo<br />
de certas zonas das formagöes, nas quais as rochas foram<br />
transformadas em verdadeiros jaspilitos.<br />
A leitura dos autores que estudaram a formagäo no campo<br />
leva a admitir que houve sedimentacäo subaquätica e,<br />
como o processo vulcänico è paroxismico, é evidente que<br />
nos intervalosdetranqüilidade vóltavam a'atuar aerosäo e<br />
transporte, do que resultavam depósitos de natureza arcosiana<br />
ou grauvackiana e mesmo variedades silticas. Näo<br />
parece, pois, que tivesse predominado o material piroclästico<br />
senäo nas areas em que estavam em atividade os<br />
focos vulcänicos. Se houve contemporaneidade, como<br />
provam os tufos e tufitos, intrusöes e derrames de lava<br />
äcida teriam se dado, o que se conf irma pelas obsèrvagöes<br />
dos geólogos aqui citados.<br />
A silicificagäo, formacäo de silex e hidroxidagäo de minerals<br />
de ferro, é conseqüência de metamorfismo de baixa<br />
temperatura e poderia ser pós-vulcanica, mas a formacäo<br />
de epidoto, clorita e sericita parece ter a mesma origem.<br />
Ramgrab (1968) observou efusivas numa faixa de 70km<br />
aproximadamente, a part ir da cachoeira do Jacamin em<br />
diregäo è montante e inclui ai as rochas observadas por<br />
Albuquerque (1922).<br />
Forman (1969) denomina Grupo Fumaga a um complexo<br />
vulcänico, que pode ser dividido em seqüência äcida e<br />
intermediaria com tipos litológicos que passam de riolitos<br />
até andesitos com os piroclästicos correspondentes, e<br />
corpos intrusivos associados de composigäo äcida (granófiro)<br />
e bèsica (diabäsio e lamprófiros?).<br />
Considerando a complexidade litológica do Uatumä, foi<br />
proposta para o mesmo, porCaputo, Rodrigues e Vasconcelos<br />
(1971), acategoria de Grupo, em fungäo das possibilidades<br />
de sua posterior subdivisäo em unidades menores.<br />
De acordo com Cordani (1967) e Amaral (1971), o Grupo<br />
Uatuma pertence ao Pré-Cambriano Superior.<br />
Silva et alii (1974) propuseram.a divisäodo Grupo Uatumä<br />
em tres unidades definidas na area da Folha SB.22 Araguaia<br />
e parte da SC.22 Tocantins:<br />
— Formagäo Iriri, BRASIL. SUDAM/Geomineragäo (1972);<br />
— Formagäo Sobreiro, Parä. IDESP (1972);<br />
— Formagäo Rio Fresco, Barbosa er alii (1966).<br />
Ramgrab & Santos (1974) dizem: "Litologicamente, o<br />
Grupo Uatumä é constituido por rochas vulcänicas äcidas<br />
(riolitos, riodacitos e dacitos) e secundariamente por vulcänicas<br />
intermediärias (andesitos, porfiritos), intrusivas<br />
äcidas (granitos, granodioritos e granófiros) e piroclästicas<br />
(tufos, brechas e ignimbritos),unidades que, em trabalhos<br />
de detalhe, poderäo ser mapeadas independentemente<br />
como formagöes". Mais adiante, os citados autores<br />
prosseguem: "Inicialmente, tais rochas foram consideradas<br />
como eo-paleozóicas (cambrianas, pré-silurianas<br />
ou cambro-ordovicianas), mas os modernos trabalhos por<br />
datagöes radiométricas as colocam atualmente no Pré-<br />
Cambriano Superior, na faixa de idade de 1600 a 1800 MA.<br />
Se esses valores forem ratificados, ficara comprovada a<br />
correlagäo do Grupo Uatumä com os Grupos "Burro-Burro"<br />
e "Kuyuwini" da Guiana, com a Formagäo Surumu de<br />
Roraima e a Associagäo Granitica-Vulcänica do Suriname".<br />
Apoiado em dados petrogräficos, dinamometamorfismo,<br />
alteragäo hidrotermal, datagöes radiométricas e relagöes<br />
estratigräficas, Montalväo (1974) propos a equivalência da<br />
Formagäo Surumu e o Grupo Uatumä.<br />
Montalväo er alii (1975) correlacionam os vulcanitos da<br />
Formagäo Surumu com as vulcänicas do Grupo Uatumä<br />
das outras regiöes da Amazonia, como pode ser visto na<br />
Tabela VII.<br />
GEOLOGIA47