PROJETO RADAMBRASIL

O mapeamento geológico ao milionésimo, aqui apresentado,
abarca a Folha NA.21 Tümucumaque e parte da Folha
NB.21, com uma area de 148.550 km2 no Norte do Brasil
(estados do Parä e Amazonas e territórios de Roraima e
Amapé).
Os resultados foram obtidos atravès de consults bibliogräfica,
interpretagäo de imagens de radar e verificacäo de
campo, empregando viaturas terrestres, barcos e helicópteros.
O fito deste relatório è apresentar sinteticamente a evolucäo
geológica e tectönica da regiäo, estabelecendo uma
infra-estrutura para futuros trabalhos de detalhe ou semidetalhe
de cunho econömico.
O Craton Guianês representa uma entidade geotectónica
muito antiga, cuja estabilizagäo deu-se em torno de
1800 MA, no quäl estäo dispostas estratigraficamente,
com relagöes quimicas, petrograficas e geocronológicas,
as seguintes unidades, em ordern decrescente de idade:
Complexo Guianense, Grupo Vila Nova - Cauarane, Grüpo
Uatumä, Grupo Roraima, Sienito Cachorro, Sienito
Mutum, Diabäsio Cassiporè e aluviöes quaternarias.
Os Lineamentos Tümucumaque, Jari-Falsino e Cassiporè,
ja definidos em regiöes contiguas, adentram na presente
area, correspondendo aos Episódios Tümucumaque, Jari-
Falsino ou K'Mudku e Cassiporè ou Takutu, respectivamente.
RESUMO
Duas tectogêneses foram detectadas: Ciclo Orogênico
Guriense (3.500-2.600 MA) e Ciclo Orogênico Transamazónico
(2.200-1.800 MA). A primeira é responsävel pelo
desenvolvimento do Complexo Guianense — associacäo
petrotectönica, heterogênea, dobrada, de facies mesozonal
a catazonal, representando a evolucäo do geossinclinio
Transguiano - Amazoniano, enquanto a ultima —
seqüência vulcano-sedimentar, Grupo Vila Nova-Cauarane,
de facies epizonal a mesozonal, apresenta produtos
do geossinclinio Guiano-Eburneano. Cessados os processos
diastróficos, advém a atividade tectonomagmatica
doquasicraton ou vulcanismo subseqüente, expresso pelo
vulcano-plutonismo anorogênico do Grupo Uatumä,
seguido pela deposigäo da seqüência mega-ritmica de
cobertura de plataforma do Grupo Roraima. Entre 1.600
MA a 1.000 MA, o Craton Guianês foi palco de intensa
atividade magmatica alcalina, evidenciada pelo Sienito
Cachorro, Sienito Mutum e Granitos peralcatinos; situando-se
neste intervalo os Episódios K'Mudku ou Jari-
Falsino e El Manteco ou Parguazense. Registros de reativacäo
cratönica säo marcadbs no permo-triéssico, pelo
advento de vulcanismo basico toleitico, representado pelo
Diabäsio Cassiporè e efeitos tafrogenêticos, mostrados
pelo Graben do Takutu. As aluviöes ao longo dos rios
indicam as deposicöes clästicas no Quaternario.
Ocorrências minerals de cassiterita, ouro, tantalita e
bauxita säo mencionadas, como tambêm säo discorridas
as possibilidades metalógenèticas da regiäo.
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