PROJETO RADAMBRASIL
PROJETO RADAMBRASIL
PROJETO RADAMBRASIL
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
É necessärio determinar-se a umidade de campo, para se<br />
chegar ä avaliagäo da capacidade de retencäo de ägua dos<br />
solos. Como a determinagèo direta da umidade de campo<br />
nem sempre é efetuada, foram tornados valores arbitrérios<br />
para o cälculo da retengäo hidrica dos solos.<br />
Convém ressaltarque os valores de ägua retida nos solos<br />
variam de acordo com as diferentes classes de textura e<br />
por isto efetuaram-se comparagöes entre as diferentes<br />
classes texturais (argilosa, média e arenosa), em dois<br />
niveis de profundidade (0-60cm e 0-120cm) considerados<br />
como mais importantes para o desenvolvimento radicular<br />
das plantas cultivadas.<br />
Atravès de dados comparativos, fez-se uma tentativa para<br />
determinar valores próximos de retencäo hidrica nos diferentes<br />
tipos de solos, onde foram feitas pesquisas, tendo<br />
como fontes, além de outros, os trabalhos desenvolvidos<br />
pela Suvale (1972) no vale do Jequitai (MG), dados de<br />
levantamento de solos de Capitäo Pogo (PA), os dados de<br />
perfis do Projeto Correntina (BA) e Corrente (BA) analisados<br />
pelo Centro de Estudo de Solos da E.S.A.L.Q e<br />
pelos Laboratórios da Lasa, respectivamente, bem como<br />
interpretacöes de curvas e graf icos elaboradös pelo Bureau<br />
of Reclamation. A anélise dos dados de laboratório e<br />
daqueles determinados em campo, em estudos comparativos<br />
de outras areas, em relacäo è capacidade de campo,<br />
revela que, para a maioria dos solos, existe unia significante<br />
correlagäo quanto ès tensöes com que a ägua<br />
se prende äs particulas do solo e ä classe textural. Assim,<br />
para os solos arenosos näo estratif icados, as tensöes säo<br />
mais ou menos reais proximo a 1 /10 de atmosfera; para os<br />
de textura média, a 1/3 de atmosfera, e para solos argilosos,<br />
a uma atmosfera.<br />
Os valores médios considerados para a ägua retida em<br />
disponibilidade para as plantas nos solos de textura arenosa,<br />
média e argilosa foram:<br />
0 — 60 cm<br />
0 — 120 cm<br />
Retencäo hidrica (mm)<br />
text, arenosa text, media text, argilosa<br />
30<br />
50<br />
50<br />
1Ó0<br />
70<br />
150<br />
É preciso mencionar que, neste trabalho, näo foram levados<br />
em consideragäo outros fatores do solo, que poderiam<br />
afetar a disponibilidade e quantidade de ägua, como é o<br />
caso do teor de sal (salinidade) e a proximidade do lengol<br />
freätico ä superficie. A salinidade, devido elevar a pressäo<br />
osmótica na solucäo do solo, contribui para a maior<br />
absorgäo da ägua pelas. particulas Cf* solo, tornando-a,<br />
mediante a elevacäo do coeficiente de murchamento, mais<br />
dificil de ser absorvida pelas raizes das plantas. Nestas<br />
condicöes limita o numero de culturas pelo excesso de<br />
sais solüveis que se encontram na pasta de saturagäo do<br />
solo. O outro fator, ou seja, o lengol freätico proximo ä<br />
superficie, concorre para elevar a umidade das camadas<br />
superiores, mesmo quando, pelos cälculos, deveria haver<br />
deficiência.<br />
O balanco hldrico, preconlzado por Thornthwalte e Mather<br />
(1955), visa tentativamente equacionar elementos do<br />
tempo, tornando-os üteis ao julgamento das relacöes<br />
solo-planta-clima.<br />
O método utiliza as temperaturas médias mensais e a<br />
temperatura média anual de uma determinada localidade,<br />
convertido através de urn nom'ograma em valores de<br />
evapotranspiracäo tabular diäria, os quais, multiplicados<br />
por urn fatorde correcäo, variävel de acordo com a latitude<br />
e o mês, determinam os valores dè evapotranspiracäo<br />
potencial mensal, pontode partida para o estabelecimento<br />
do equilibrio entre a ägua que o solo recebe através da<br />
chuva e a que é lancada na atmosfera por meio da<br />
evaporacäo do solo e da transpiragäo das plantas.<br />
A partir destes dados calculam-se, por diferenga entre as<br />
precipitacöes, os valores de armazenamento, deficiência e<br />
excesso de égua no solo, desde que se considere, como<br />
inicio de célculo, o primeiro mês em que a precipitagäo for<br />
superior è evapotranspiragäo potencial, o que conseqQentemente<br />
acusarä valores positivos para a égua armazenada.<br />
Mesmo para os meses em que hé maior evapotrasnspiracäo,<br />
o armazenamento näo cessa imediatamente,<br />
havendo sempre um efe,ito residual do mês anterior.<br />
O excedente de ägua sujeito è percolagäo comega a se<br />
verif icar a partir da saturagäo do solo, isto é, desde o mês<br />
em que o volume de chuva é maior que o volume evapotranspirado,<br />
de tal ordern que supere a maxima retengäo<br />
hidrica do solo.<br />
Contida nesta érea encontra-se apenas a Estagäo Meteörológica<br />
de Tiriós, o que obrigou a inclusäo de dados das<br />
estagöes adjacentes, como è o caso de Boa Vista e Cupixi.<br />
Diante disto, constam neste estudo os resultados de<br />
balango hidrico, obtidos através da precipitagäo, temperatura<br />
e evapotranspiragäo potencial, fornecidos pelo Escritório<br />
de Meteorologia do Ministério da Agricultura.<br />
Nos solos arenosos, nos quais a deficiência se faz sentir<br />
mais acentuadamente, observa-se que os valores variam de<br />
187 a 644mm e de 167 a 624mm, para as profundidades de<br />
0-60cm e 0-120cm, respectivamente, correspondendo os<br />
valores minimos ä regiäo de influência de Cupixi e os<br />
mäximos ä de Boa Vista. Quando se trata de solos<br />
argilosos, os deficits säo menores; assim, encontram-se<br />
variagöes de .147 a 604mm e de 99 a 524mm, para as<br />
mesmas localidades e profundidades consideradas. Para<br />
os solos de textura média, a deficiência de umidade atinge<br />
niveis intermediaries èqueles dos solos arenosos e argilosos,<br />
muitoemboraaéguadispönivel paraas plantas seja<br />
bem maior (Tabela I).<br />
Por outro lado, os excedentes anuais de umidade, sujeitos<br />
a percolagäo, alcangam os valores mäximos na estagäo de<br />
Cupixi, com variagäo de 980 a 960mm para solos arenosos<br />
ede940a892mm para os argilosos, respectivamente, para<br />
as profundidades de 0-60cm e 0-120cm. Os minimos säo<br />
encontrados na regiäo mais seca, a oeste da area, sob a<br />
influência da estagäo de Boa Vista com oscilagöes de 486 a<br />
466mm e de 446 a 366mm, respectivamente, para as<br />
mesmas sltuagöes ja descrltas.<br />
As äreas subordinadas ès influëncias das estagöes de<br />
Tiriós e Cupixi apresentam quatro meses com deficlência<br />
PEDOLOGIA177