PROJETO RADAMBRASIL

solos de deposigäo arenosa. Devido ao baixo nivel de base
dos rios locais, estes terrenos estäo sujeitos a inundacöes
ocasionais.
Este ecossistema estä constituido essencialmente por
babagu e inajä, complementados por agai, buriti, buritirana,
patauä e outras.
A comunidade caracterizada por babagu ocupa a metade
oeste da sub-regiäo e a leste estä caracterizada pelo inajä.
As espêcies arbóreas que compöem a comunidade apresentam
distribuigäo bastante esparsa com regular nümero
de espêcies e individuos por hectare; consistem normalmente
de individuos de porte näo muito alto (a maioria em .
torno de 20 a 30 metros de altura total); as ärvores em geral
apresentam fustes bem desenvolvidos, justificando urn
bom volume por hectare.
As espêcies de maior destaque säo a castanheira, magaranduba,
andiroba, abioranas, cuiarana, quaruba-cedro,
mandioqueira-rosa, jacarandä-preto, louros, sucupira,
sumaüma, piquié e outras. (Est. IV.2).
Q babugu foi encontrado, também, em pequenas manchas
ao norte da Savana de Tiriós, fazendo parte da Floresta-de-
Galeria.
As amostras tiradas neste ecossistema foram englobadas
äs do Ecossistema do Cipoal.
b) Ecossistema de Floresta com Cipoal.
Ainda que o cipoal esteja presente em quase todo o oeste,
folha, associada com o Ecossistema da Castanheira/Magaranduba.
Nas demais partes a sua presenga é esporadica
e as äreas ocupadas säo insignificantes diante da escala
deste mapeamento.
Ainda que o cipoal esteja presente em quase todo o oeste,
ocorre sob forma de pequenas manchas dispersas dentro
da Floresta Densa, cuja presenga estä indicada através da
legenda dupla.
Foi permitido destacar äreas de floresta, predominanterriente
ocupada pör cipoal, somente na parte noroeste da
folha ao sul da serra Acarai ou Acari e uma mancha isolada
de pequena extensäo a sudoeste.
A superficie coberta por cipoal è de 3.848,0 km 2 .
Esta formagäo ocorre em manchas de äreas onde o solo é
localmente mais raso e pouco favorävel para o desenvolvimento
de Floresta Densa. No presente caso, foi constatada
a presenga de concregöes associadas a solos de
textura média. Este solo pertence a unidade taxonömica da
classe dos podzóis. (Vide III — Pedologia).
O cipoal invade através dos intervalos deixados pelas
ärvores, ocupando todo o sub-bosque e envolvendo parcial
ou totalmente as copas das ärvores.
O cipoal, quando muito denso, prejudica o équilibrio
biológico da comunidade florestal, impede a regeneracäo
natural e causa o estrangulamento da ärvore suporte.
Quando isto näo acontece, principalmente as ärvores de
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pequeno porte ficam completamente cobertas e abafadas
pelas densas ramagens, lembrando o formato de uma
torre.
A grande maioria das espêcies trepadeiras säo de häbitos
heliófilos, razäo pela quäl na Floresta A bert a verifica-se a
sua presenga em grandes quantidades, diminuindo ou
desaparecendo segundo a densidade de presenga de individuos
arbóreos e a intensidade de sombreamento do
sub-bosque. Estefato pode ser perfeitamente comprovaó'o
através das inümeras manchas ou reboleiras de Floresta
Densa de copagem fechada que se acham presentes dentro
desta comunidade, apresentando sub-bosque totalmente
aberto e desprovido de cipó.
As pequenas manchas de bambuzal ocorrem com relativa
freqüëncia, associadas com o cipoal, porém as äreas säo
täo pequenas que näo foi possivel destacä-las do conjunto
geral da fisionomia.
O levantamento de campo realizado em area de Floresta
Aberta forneceu as seguintes informagöes:
N.° de esp.: 104
N.° de indiv./ha: 62
Vol./ha: 109,5 m3
Huber, J. (1909), no seu trabalho - Matas e Madeiras da
Amazönia, apresenta as principals familias que representam
a classe do cipoal na Amazönia:
Menispermaceae — (Abutra sp.); Leguminosae — Mucunäs
(Diocla, div sp),Timbo-da-mata (Denis guianensis
Benth.),eas Escadas-de-jaboti (Bauhinea); Malpighiaceae
(Mascagnia, Tetrapleris, Banisteria, Heteropteris, Stigmatophyllum);
Sapindaceae (Paulinia cupana H.B.K.); Dilleniaceae
— cipo-d'ägua (Doliocarpus rolandri, Gmell); Pässifloraceae
(Passiflora); Convolvulaceae (Operculina pterodes
Chois); Bignoniaceae — Cipo-de-cruz, Corimbo, Carajuni
(arrabidaea Chica Bur.); Cucurbitaceae (Gurania e
Helmontia); Gnetaceas (Gnetum); Liriaceas (Smilax); Dioscoreaceas
(Dioscorea); Palmae (Desmoncus); Polyraceas
(Securidaca, Bredemeyera, Moutobea); Hippocrateaceas
(Hippocratea, Selacia); Vitaceas (Tragia, Plukenetia, Delechampia,
Omphalea); Combretaceas (Comöretum); Thymelacaceas
(Linostoma); Aristolochiaceas (Aristolpchia);
Connaraceas (Rourea, Connarus); Loganiaceas (Strycli-
Cc-nnaraceas (Rourea, Connarus); Loganiaceas (Strychnos);
Apocynaceas (Landolphia, Echitas); Acanthaceas
(Mendoncia, Thumbergia); Verbenaceas (Petraea); Rubiaceas
(Manettia, Ourouparia, Sabiacea Malanea e outras);
Compositas (Micania).
Ao lado dos cipós ocorrem espêcies parasitas que atuam
como "mata-paus" das espêcies arbóreas; säo os apuhys,
espêcies de Ficus, subgenera Urostigma e as espêcies de
Clusia da familia Guttiferae, como, por exemplo, a cebola
brava (Clusia insignis).
O apui desenvolve-se a partir dos ramos das ärvores hospedeiras.
As semehtes säo depositadas nas tendas dos
galhos e, ao germinarem, emitem varias raizes com ramificagöes
que envoivem o tronco da érvore suporte e anastomosam-se
nos pontos de contato. A sucessiva repetigäo
deste processo acaba formando urn verdadeiro invólucro
pela uniäo e achatam.ento das raizes contra a superficie
caulinar do hospedeiro. A ärvore hospedeira morre estran-