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PROJETO RADAMBRASIL

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vista principalmente ao mercado regional. Apesar disso<br />

apresentam-se dominantemente na classe de capacidade<br />

natural BAIXA (3%),o que é condicionado pelo suporte dos<br />

pastos que säo na sua maioria, provavelmente, de baixo<br />

valor agrostológico, e pelo periodo seco prolongado que<br />

limjta a disponibilidade de agua para os animais.<br />

Condigöes como fertilidade dos solos e relevo enérgico,<br />

aliados a alta pluviosidade da maioria da area, reduzem a<br />

capacidade de utilizacäo de extensas areas (31 %) que por<br />

isso säo aqui chamadas de AREAS DE UTILIZACÄO<br />

CONDICIONADA A ESTUDOS ESPEClFICOS. A colocagäo<br />

de. um percentual täo elevado nessa categoria foi devido<br />

principalmente a solos de baixa capacidade mas que<br />

suportam Floresta Densa de elevado potencial madeireiro.<br />

Com estä perspectiva e com um relevo näo muito favoravel,<br />

a'derrubada desordenada da floresta juntamente com a<br />

elevada precipitagäo pluviométrica iräo favorecer a lixiviacäo<br />

e condicionar os processos erosivos do solo, o que<br />

poderä refletir de maneira negativa, entre outras coisas,<br />

sobre a rede hidrografica regional, ä semelhanca do que<br />

vem ocorrendo no norte do estado do Parana.<br />

As terras que compöem esta area possuem uma diversidadede<br />

utilizacäo, umas com melhores possibilidades que<br />

outras, deixando visualizada uma multiplicidade de atividades<br />

para o seu aproveitamento racional. A maior<br />

vocagäo atual da area é na realidade a exploragäo madeireira.<br />

Isto jé era de ser esperado, pois sendo a area<br />

dominantemente florestada urn rendimento a base desta<br />

atividade näo poderia deixar de ser desprezado. O extrativismo<br />

vegetal é outra atividade que merece especial<br />

atengäo, pois a presenca de castanha-do-parä, de gomas<br />

näo elästicas (balata e magaranduba), do agai e do babacu<br />

pode em uma primeira etapa ajudar muito na implantagäo<br />

de urn plano de desenvolvimento. O que näo poderä<br />

ficar, entretanto, é o sistema atual utilizado nesta atividade.<br />

Deverä ser buscada a sua racionalizacäo, para que<br />

ela sirva como urn apoio verdadeiro até a implantagäo da<br />

exploragäo racional da terra.<br />

O aproveitamento animal pela caga no modelo primitivo.tal<br />

comb vem sendo conduzido por longo tempo na regiäo,<br />

certamente ameaga a sobrevivência das espécies mais<br />

procuradas. Tècnicas modernas de manejo, que considerem<br />

a dinèmica das populacöes animais, devem ser introduzidas,<br />

uma vez que elas, segundo SANDERSON e BELL­<br />

ROSE (1969) e KING (1969), podem conduzir a excelentes<br />

resultados. Formas de aproveitamento desse potencial, no<br />

qual a fauna seja objeto de um aproveitamento balanceado<br />

e continuo, condicionando o aparecimento de criadouros<br />

intensivos, extensivos e misto (NOGUEIRA NETO, 1969)<br />

estäo sendo preconizadas dentro do espirito da legislagäo<br />

conservacipnista brasileira. A Lei 5.197/67, por<br />

exemplo, estabelece a proibicäo ä caga profissional e<br />

denota a intengäo dos poderes püblicos em estimular a<br />

implantagäo de criadouros e a protegäo ä biota. Assim o<br />

criadouro de animais silvestres, alèm de proporcionar a<br />

comercializagäo regional de peles de alto valor comercial,<br />

como è o caso da ariranha {Pteronura brasiliensis, Gmelin)<br />

e outras espécies importantes, proporcionaria também<br />

animais silvestres em quantidade para atender näo somente<br />

a pesquisa cientifica, como aos zoológicos nacionais.<br />

Näo deve tambèm ser esquecido o aproveitamento de<br />

recursos paralelos como o turismo organizado, a seme-<br />

360 USO POTENCIAL DA TERRA<br />

Ihanga do que ja vem sendo feito em outras partes do pais<br />

e de maneira incipiente na ärea Amazónica.<br />

Cabe aqui uma agäo conjunta por parte dos orgäos ligados<br />

ao problema, na busca de uma estrutura juridica e de um<br />

modelo operacional que,ao lado das empresas privadas,<br />

levem a uma agäo orientadora e dinamizadora a esses<br />

setores de atividade.<br />

Levando-se em conta que o aproveitamento das areas<br />

avaliadas e a constatagäo de que algumas, por mä utilizagäo,<br />

podem ser modificadas no seu equilibrio ecológico<br />

ou diminuidas na sua capacidade natural e ainda outras<br />

que por condigöes particulares merecem regime especial<br />

de protegäo, foram definidas tres areas de PROTECAO<br />

AMBIENTAL:<br />

— Estagäo Ecologies do Rio Poana que visa principalmente<br />

è preservagäo da ariranha {Pteronura brasiliensis, Gmelin);.<br />

— Floresta Nacional do Trom betas;<br />

— Reserva Biológica do Rio Mapaoni que visa ä preservagäo<br />

da flora e da fauna regional. Foram também propostos<br />

os Parques Nacionais da Serra Pacaraima e do Lago<br />

Caracaranä e a Estagäo Ecológica do Monte Roraima<br />

(Pitaluga et alii, 1975).<br />

6 — BIBLIOGRAFIA<br />

1 — AGUIAR, B. D. de. Trabalhos da Comissäo Brasileira Demarcadora<br />

de Limites, Primeira Divisäo, nas fronteiras da Venezuela e<br />

Guianas Britänicas e Neèrlandesa, de 1930 a 1940. In: CON-<br />

GRESSO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA, 9.°, Fiorianópolis, 1940.<br />

Anais... Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Geografia, 1942.<br />

v.2 p. 201-375.<br />

2 — AZEVEDO, L. G. et alii. Uso Potencial da Terra da Folha SB-23<br />

Teresiha e parte da Folha SB-24 Jaguaribe. Avaliacao média<br />

da capacidade natural do uso da Terra. In: BRASIL. Departamento<br />

Nacional da Producäo Mineral. Projeto RADAM. Folha SB-23<br />

Teresina e parte da Folha SB-24 Jaguaribe. Rio de Janeiro,<br />

1973. (Levantamento de Recursos Naturais, 2).<br />

| 3 — AZEVEDO, N. P. de, comp. Caracteristicas agrérias da Amazonia.<br />

Rio de Janeiro, SPVEA, 1958. 122p. (Col. Araüjo Lima, 4).<br />

4 — BANCO DO BRASIL S.A., Belèm. Carteira de comércio exterior;<br />

totais por mercadorias exportadas de jan/set. 1974. Belèm,,1974.<br />

5 — BRASIL. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Portaria<br />

n.° 3481 de 31.5.1973. Lista oficial de espécies de animais<br />

ameacados de extincäo da fauna indigena. Diärio Oficial, Brasilia,<br />

28.8.1973. Secäo I — Parte II. p. 2909.<br />

6 — . Documenta intormativo sobre a Amazönia. Brasilia, 1974.<br />

106p. Apresentado ä Cämara dos Deputados por ocasièo da<br />

realizaeäo do' "Simpóslo Nacional da Amazönia<br />

7 — . Portatia normativa n.° 7 de 30.12.1974. Estabelece precos<br />

minimos para as madeiras espécificadas Fob, portos da Amazonia.<br />

Diärio Oficial, Brasilia, 16.1.1975. Secäo I — Parte II.<br />

p. da frente.<br />

8 — , Programa de polos agropecuärios e agrominerais da<br />

Amazonia Brasilia maio 1975 a. 8p. 15 anexos.<br />

9 — BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.° 4.504 de 30.11.1964. Dispöe<br />

sobre o estatuto da terra, e dé outras providèncias. Lex. Säo<br />

Paulo, 28 (2): 1188-1222, 1964.<br />

10 — . Código florestal brasileiro. Diärio Oficial, Brasilia, 16.9.<br />

1965. Secäo I, Parte I. p. da frente.<br />

11 — . Lei n.° 5.197 de 3.01.1967. Dispöe sobre a protegäo ä<br />

fauna e da outras providèncias. Diärio Oficial, Brasilia, 5.01.1967.<br />

Secäo I — Parte I, p. da frente.

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