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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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A cornija pouco saliente, secun<strong>da</strong>riza a arquitrave, sendo o frontão o único vector<br />

horizontal. No entanto, a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> não é quebra<strong>da</strong> pois o vértice do triângulo “empurra” a<br />

cruz la<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelos fogaréus, apontando simbolicamente para o céu, <strong>de</strong>limitando o espaço<br />

sagrado, lugar <strong>de</strong> crença e veneração.<br />

A parca <strong>de</strong>coração traduz-se, na inserção <strong>de</strong> motivos geométricos e elementos<br />

vegetalistas, <strong>de</strong> vocabulário rococó, associados a elementos <strong>de</strong> simbologia cristã.<br />

Portal e janelão encontram-se enquadrados por finas molduras <strong>de</strong> contorno simétrico,<br />

tendo o portal duas volutas enrola<strong>da</strong>s em folhas <strong>de</strong> acanto, rematado por um pequeno frontão<br />

curvo, com um tímpano rectangular emoldurando uma cartela central, contendo um círculo<br />

semi<strong>de</strong>corado com uma grinal<strong>da</strong> <strong>de</strong> flores na parte superior e, no seu interior dois ramos <strong>de</strong><br />

palma entrelaçados, numa dupla alusão ao martírio e à vitória. Ao lado, um friso <strong>de</strong>corado com<br />

dois pequenos me<strong>da</strong>lhões e um botão <strong>de</strong> flor.<br />

O janelão rectangular gra<strong>de</strong>ado, rematado por um simples frontão curvo, integra<br />

também alguns elementos <strong>de</strong>corativos vegetalistas e na base uma concha igualmente envolta em<br />

folhas <strong>de</strong> acanto.<br />

Desenhado no alçado principal, <strong>de</strong>stacado no frontispício, existe sobrepujando o<br />

janelão, o símbolo heráldico <strong>da</strong> Casa Real. Não encontramos qualquer referência <strong>de</strong> que alguma<br />

vez tenha chegado a existir, para além <strong>da</strong> intenção do arquitecto e do <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> Real Irman<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em homenagear a Casa Reinante.<br />

A construção <strong>de</strong> volumetria paralelepipédica é coberta por um telhado <strong>de</strong> duas águas.<br />

A diferença <strong>da</strong> cota existente no terreno obrigou à inserção <strong>de</strong> uma pequena esca<strong>da</strong>ria <strong>de</strong><br />

seis <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> acesso à entra<strong>da</strong> principal.<br />

La<strong>de</strong>ando a frontaria do <strong>Igreja</strong> encontram-se, do lado <strong>da</strong> rua do Crucifixo, as edificações<br />

que compunham o hospício (hoje o lar) e, do lado <strong>da</strong> rua Áurea as «logeas para alugar» conforme<br />

<strong>de</strong>scrimina a planta. (Fig.11)<br />

Num projecto que se entendia civilista, para uma Baixa renova<strong>da</strong> e burguesa, on<strong>de</strong> os<br />

espaços religiosos se confinavam, não só à rigi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> nova malha urbana mas também ao<br />

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predialismo dominante, o cui<strong>da</strong>do que um arquitecto <strong>de</strong>veria ter com a facha<strong>da</strong> era essencial.<br />

280 Não <strong>de</strong>scurando obviamente o espaço interno no qual tinha to<strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> que a área lhe podia proporcionar para além <strong>da</strong>s<br />

limitações impostas pelo encomen<strong>da</strong>dor.

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