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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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42<br />

Tal como surgem sempre referencia<strong>da</strong>s nas plantas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> anteriores ao terramoto e<br />

aquando <strong>da</strong> sua reconstrução é sempre referi<strong>da</strong> na sua nova localização, mais a sul do primevo<br />

templo quinhentista.<br />

Quanto à <strong>de</strong>voção que marca este templo é claramente o <strong>de</strong> Maria e não terá sido por<br />

acaso que os oficiais cal<strong>de</strong>ireiros, quando <strong>de</strong>cidiram criar uma irman<strong>da</strong><strong>de</strong> o fizeram invocando<br />

<strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>. Pertencendo à Ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> S. Jorge, (embora incorporados nos<br />

ofícios anexos, pois à «cabeça» encontravam-se outros mais antigos), não era a primeira vez que<br />

S. Jorge e <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong> surgiam associados.<br />

Assim, apesar <strong>da</strong> <strong>de</strong>voção a este santo remontar ao reinado <strong>de</strong> D. Afonso Henriques é<br />

reaviva<strong>da</strong> no reinado <strong>de</strong> D. Fernando por influência <strong>de</strong> tropas inglesas. Mas, ao ser invocado o<br />

seu auxílio, por D. João Mestre <strong>de</strong> Avis, na batalha <strong>de</strong> Aljubarrota, que leva à vitória portuguesa<br />

sob as tropas castelhanas, ganha este santo mártir um estatuto maior a par com a invocação<br />

mariana que o acompanha, <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, passando estes dois cultos a ter maior<br />

relevância, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.<br />

Quando D. João I cria a casa dos Vinte e Quatro, a Ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> S. Jorge surge <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>,<br />

agrupando os ofícios que trabalhavam em ferro e fogo. É tal a relevância <strong>da</strong><strong>da</strong> a esta invocação<br />

que, o rei lhe dá lugar <strong>de</strong> primazia numa <strong>da</strong>s mais importantes manifestações religiosas em<br />

Portugal, a procissão <strong>de</strong> Corpus Christi, on<strong>de</strong> surge a imagem do Santo a cavalo. “Em 1387 e por<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> El-Rei D. João I começou a ir na procissão do Corpo <strong>de</strong> Deus a imagem <strong>de</strong> S. Jorge a<br />

cavalo.”<br />

73<br />

74<br />

A <strong>de</strong>voção a <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong> não estará sempre relaciona<strong>da</strong> com a <strong>de</strong> S. Jorge ,<br />

mas facto é que, simbolicamente representam vitórias, seja contra, males terrenos seja contra<br />

males espirituais, como intercessores em feitos militares, ao longo <strong>da</strong> nossa história. Frei<br />

Agostinho diz <strong>de</strong>sconhecer a origem do culto, que não se po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>terminar será relatado mais<br />

por tradição do que por “escrituras”, mas <strong>da</strong><strong>da</strong>s as suas características é certamente uma<br />

75<br />

<strong>de</strong>voção introduzi<strong>da</strong> na Península durante a I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média .<br />

73<br />

Cf. Fortunato <strong>de</strong> ALMEIDA, História <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> em Portugal. p. 472.<br />

74<br />

Cf. Fernando António ALMEIDA, Vi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Antigos Santos, Lisboa, Teorema, 2005, p. 143.A len<strong>da</strong> refere que o rei a quem o santo<br />

tinha aju<strong>da</strong>do, mandou construir uma <strong>Igreja</strong>, no local on<strong>de</strong> o dragão tinha sido <strong>de</strong>capitado, <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> a santa Maria e a S. Jorge.<br />

75<br />

Cf. José Ramos RUBIO, Historia <strong>de</strong>l Culto a Ntra. Sra. <strong>de</strong> la Victoria y su Coronación Canónica, Cáceres, Herman<strong>da</strong>d V. <strong>de</strong> la<br />

Victoria <strong>de</strong> Trujillo, 1994.

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