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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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Para além <strong>da</strong>s facha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prédios <strong>de</strong> rendimentos <strong>de</strong> três an<strong>da</strong>res com mansar<strong>da</strong> e do novo<br />

Palácio <strong>da</strong> Inquisição, fechando a quadratura <strong>da</strong> praça, projectam-se também um mercado a<br />

nascente, e um jardim público a norte, <strong>da</strong> autoria <strong>de</strong> Reinaldo Manuel, dotando este renovado<br />

espaço citadino <strong>de</strong> equipamentos essenciais à função habitacional.<br />

Delineados os arruamentos e projecta<strong>da</strong>s como estavam as duas praças, mantendo-se o<br />

objectivo <strong>de</strong> continuarem com as importantes funções que <strong>de</strong>tinham, <strong>de</strong>finiu Eugénio dos<br />

Santos com menor preocupação a tipologia dos prédios pombalinos a adoptar entre elas.<br />

Impunha-se uma economia <strong>de</strong> meios que levava a uma tipificação generaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s estruturas,<br />

acusando os edifícios, uma monotonia <strong>da</strong>s facha<strong>da</strong>s que mesmo a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s cantarias e<br />

vãos, não quebrava.<br />

176<br />

Imperava a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> construir prédios <strong>de</strong> rendimento para realojar comerciantes<br />

e artesãos e esta lógica civilista foi <strong>de</strong>terminante no planeamento e reconstrução dos espaços<br />

religiosos. As <strong>de</strong>terminações que Manuel <strong>da</strong> Maia dá a Eugénio dos Santos reflectem isso<br />

177<br />

mesmo. Ruas e praças são então preenchi<strong>da</strong>s, não por prédios individualizados, mas por<br />

blocos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los uniformizados cuja tipologia <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> varia consoante o lugar hierárquico<br />

<strong>da</strong>s ruas para on<strong>de</strong> <strong>de</strong>itam. É o princípio <strong>de</strong> subordinação total <strong>da</strong> arquitectura ao urbanismo.<br />

Para além <strong>de</strong>stas tipologias que se alinham disciplina<strong>da</strong>mente pelas ruas <strong>da</strong> Baixa, a<br />

toponímia revelará a opção do Marquês em continuar a <strong>de</strong>terminar a localização e fixação dos<br />

mestres nas ruas longitudinais, como Douradores, Fanqueiros entre outros, e para as vias<br />

transversais a toponímia recorreu ao nome <strong>de</strong> espaços religiosos, encarregando-se <strong>de</strong> fazer<br />

lembrar antigas igrejas e capelas reconstruí<strong>da</strong>s, ou não <strong>de</strong>pois do terramoto.<br />

Algumas alterações foram sendo introduzi<strong>da</strong>s ao projecto inicial <strong>de</strong> Eugénio dos<br />

179<br />

Santos e por mais insignificantes que estas tenham sido, Carlos Mar<strong>de</strong>l ao assumir o cargo,<br />

(todos os planos urbanísticos, incluindo os <strong>da</strong> Baixa, passaram pelas suas mãos) acrescentou o<br />

seu nome ao projecto <strong>da</strong> planta nº 5.<br />

175<br />

Cf. José-Augusto FRANÇA, Pombalismo e Romantismo, Lisboa Editorial Presença, 2004, “Entre um e outro sítio, (…) com<br />

menor preocupação <strong>de</strong> elegância, os prédios <strong>da</strong> Baixa que seriam prédio «pombalinos» por excelência.” p. 18.<br />

176<br />

I<strong>de</strong>m, Segundo a opinião <strong>de</strong> J. A. França a monotonia era quebra<strong>da</strong> pela “dinâmica volumetria dos quarteirões” p. 17.<br />

177<br />

Cf. Nuno MADUREIRA, Lisboa 1740-1830 Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: Espaço e Quotidiano, Lisboa, Livros Horizonte, 1992.<br />

178<br />

Cf. José-Augusto FRANÇA, Pombalismo e Romantismo, Lisboa editorial Presença, 2004, “a toponímia <strong>da</strong>s ruas longitudinais<br />

recebeu evocações <strong>de</strong> ofícios ali especialmente instalados Douradores, Sapateiros, Correeiros, Fanqueiros (que, mais importante<br />

fora baptiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> Nova <strong>da</strong> Princesa); a <strong>da</strong>s vias transversais recebeu <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> carácter religioso, lembra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> igrejas ali<br />

existentes, ou nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Santa Justa, <strong>Vitória</strong>, São Nicolau, Assunção, Conceição, São Julião” p. 19.<br />

179<br />

I<strong>de</strong>m, “…com os prédios novos a elevar, a dois ou, <strong>de</strong>pois três e finalmente quatro an<strong>da</strong>res, por pressão <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (que <strong>de</strong><br />

resto se revelaria exagera<strong>da</strong>, com muitos an<strong>da</strong>res por alugar) sobre a pru<strong>de</strong>nte vonta<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> Manuel <strong>da</strong> Maia.”p. 20<br />

Contrariando o que tinha sido <strong>de</strong>finido por Manuel <strong>da</strong> Maia na sua preocupação por não elevar muito os edifícios para se atenuarem<br />

os prejuízos em caso <strong>de</strong> novo sismo.<br />

178<br />

175

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