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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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Tornando-se uma instituição economicamente viável, a Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> cresceu não só<br />

<strong>de</strong>vido a pequenas dádivas anónimas, mas também a outras mais avulta<strong>da</strong>s como os «bens <strong>de</strong><br />

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alma» , que vão permitir aos Irmãos a anexação do hospital e a erecção <strong>da</strong> Ermi<strong>da</strong>. Era um<br />

hospital adstrito ao Hospital Real <strong>de</strong> Todos-os-Santos, cujo pedido <strong>de</strong> anexação pela Irman<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, foi feita em 1550, ficando to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>spesas a cargo <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Foram encontra<strong>da</strong>s algumas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em comprovar a origem e localização do<br />

hospital <strong>de</strong> N. S. <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, pois as fontes são imprecisas e contraditórias. É no Santuário<br />

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Mariano <strong>de</strong> 1707, <strong>de</strong> Frei Agostinho <strong>de</strong> Santa Maria , que encontramos a principal fonte para<br />

conhecer e <strong>de</strong>screver a Instituição, até ao terramoto <strong>de</strong> 1755.<br />

Segundo a leitura <strong>de</strong> Frei Agostinho <strong>de</strong> Santa Maria, a origem do Hospital <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong><br />

<strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, é o antigo Hospital <strong>de</strong> Santa Ana, em cuja capela surgiu o culto <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong><br />

<strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong> e em que, posteriormente, se constituiu a Irman<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

“A Cal<strong>de</strong>iraria, junto ao poço do chão, em a Parochia <strong>de</strong> Sam Nicolao, está hum suptuoso<br />

Templo, em que he venera<strong>da</strong> huã <strong>de</strong>vota Imagem <strong>da</strong> Virgem Maria, cuja origem, mais por<br />

tradição, que por escrituras, he na seguinte maneira. Havia naquelle sitio h~u Hospital <strong>de</strong><br />

mulheres incuráveis <strong>de</strong>dicado a Santa Anna, annexo ao Hospital Real <strong>de</strong> todos os Santos (…).<br />

Depois <strong>de</strong> se fazer a Santa Imagem (…) intitulou-a <strong>da</strong> Vitoria (…). Depois lhe erigirão uma<br />

Confraria, (…) em o anno <strong>de</strong> <strong>1530</strong> para o bom governo <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />

Porém, a consulta <strong>de</strong> fontes anteriores, como as <strong>de</strong> Cristóvão Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira e<br />

principalmente Brandão <strong>de</strong> Buarcos, levantaram algumas dúvi<strong>da</strong>s sobre se a sua origem é<br />

mesmo o Hospital <strong>de</strong> Santa Ana. Estes dois autores referem a existência <strong>de</strong> dois hospitais, um<br />

hospital <strong>da</strong>s Virtu<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, com uma confraria nele instituí<strong>da</strong>, e outro<br />

Hospital <strong>de</strong> invocação <strong>de</strong> Santa Ana ou Santana, tendo estado ambos adstritos ao Hospital Real<br />

<strong>de</strong> Todos-os-Santos.<br />

51 Como a doação feita por Margari<strong>da</strong> Lourenço que <strong>de</strong>ixa em testamento, prédios urbanos, ao postigo <strong>da</strong> Sé, com o objectivo<br />

específico <strong>de</strong> a Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> acabar a construção <strong>de</strong> uma ermi<strong>da</strong> e <strong>de</strong> transferir para lá a imagem <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, mas<br />

<strong>de</strong>vido à sua localização, longe <strong>da</strong>s ten<strong>da</strong>s dos mesteirais, ven<strong>de</strong>ram-se para permitir a compra <strong>de</strong> outros mais próximos.<br />

52 Cf. Apêndice Documental, Doc. 6, Sentença <strong>de</strong> Títulos <strong>de</strong> Posse dos Bens <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

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Obra <strong>de</strong> referência consulta<strong>da</strong> por todos os que sobre a Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> ou o culto <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong> escreveram, <strong>de</strong>pois do<br />

Terramoto <strong>de</strong> 1755.<br />

54<br />

Cf. Frei Agostinho <strong>de</strong> SANTA MARIA, Santuário Mariano, pp. 187, 188.<br />

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