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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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Avisos, Alvarás com força <strong>de</strong> lei e Decretos são emitidos com muita frequência durante<br />

todo o ano <strong>de</strong> 1756, abarcando to<strong>da</strong>s as áreas acima <strong>de</strong>scritas incluindo alguns <strong>de</strong> moral e<br />

comportamento cívico e cristão.<br />

Depois <strong>de</strong> alguma or<strong>de</strong>m imposta, começou-se a legislar em termos <strong>de</strong> reconstrução.<br />

Para além <strong>de</strong> Avisos expedidos pelo Secretario <strong>de</strong> Estado ao Senado <strong>da</strong> Câmara, ain<strong>da</strong> com<br />

medi<strong>da</strong>s avulso, toma<strong>da</strong>s no sentido <strong>de</strong> tornar as vias públicas circuláveis e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sentulhar canos para que a população fosse abasteci<strong>da</strong> e para que as águas <strong>da</strong>s<br />

chuvas não estagnassem, a legislação mais importante para a reconstrução <strong>de</strong> Lisboa será o<br />

Alvará <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1758, segui<strong>da</strong> do Decreto <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Junho do mesmo ano.<br />

Em nome <strong>de</strong> Sua Majesta<strong>de</strong>, o Marquês <strong>de</strong> Pombal direccionou e <strong>de</strong>terminou a obra <strong>de</strong><br />

reconstrução. Para que não se criassem entraves, far-se-á ro<strong>de</strong>ar <strong>de</strong> homens <strong>da</strong> sua confiança<br />

187<br />

nos lugares que consi<strong>de</strong>ra fun<strong>da</strong>mentais para o trabalho , nomea<strong>da</strong>mente o Senado <strong>da</strong><br />

Câmara, Regedoria <strong>da</strong> Justiça e direcção <strong>da</strong>s obras através <strong>da</strong> Casa do Risco e <strong>da</strong>s obras Públicas<br />

cria<strong>da</strong> em 1756 dirigi<strong>da</strong> por Eugénio dos Santos.<br />

Porém, não po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o terramoto <strong>de</strong> 1755 como o acontecimento que marcou<br />

o início <strong>da</strong>s preocupações urbanísticas por parte do po<strong>de</strong>r político. Esta i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> reorganização<br />

do espaço urbano é anterior e, po<strong>de</strong>remos remontá-la ao período <strong>da</strong> Restauração, se não<br />

consi<strong>de</strong>rarmos as intervenções pontuais do reinado <strong>de</strong> D. Manuel I e <strong>da</strong> construção do Bairro<br />

Alto (século XVI), bem como as intervenções filipinas.<br />

Entre os reinados <strong>de</strong> D. João IV e D. João V, apesar <strong>da</strong>s preocupações manifesta<strong>da</strong>s quer<br />

pela Coroa quer pelo Senado <strong>da</strong> Câmara, traduzi<strong>da</strong>s na criação <strong>de</strong> um corpo normativo <strong>de</strong><br />

intervenção urbana, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> manter-se-á sem rumo <strong>de</strong>batendo-se constantemente em<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s políticas e financeiras para além <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiente legislação urbana. No entanto,<br />

começava já a ser encara<strong>da</strong> como um todo orgânico que necessitava <strong>de</strong> intervenções planifica<strong>da</strong>s<br />

e não <strong>de</strong> obras pontuais ou meramente ao acaso.<br />

186<br />

186 Cf. Cláudio <strong>da</strong> CONCEIÇÃO, Noticia do terramoto do 1º <strong>de</strong> Novembro, [conforme ao capítulo VII do tomo XIII do Gabinete<br />

Histórico, 1ª edição, 1829], Lisboa, Frenesi, 2005, “Aviso <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1756, para o <strong>de</strong>sembargador António Martins dos<br />

Reis fazer sair vinte léguas fora <strong>da</strong> corte os amancebados mais escan<strong>da</strong>losos, ficando nela presa as concubinas, para o que lhe<br />

mandou duas relações <strong>de</strong> homens e mulheres que constou estarem amancebados. Aviso ao duque regedor em <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

1756, em que se or<strong>de</strong>na que os ciganos, que inquietavam os moradores do termo <strong>de</strong>sta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, fossem aplicados a servirem nas<br />

obras públicas <strong>da</strong> mesma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> enquanto não havia navio para Angola em que fossem transportados.” p. 43.<br />

187 Cf. José-Augusto FRANÇA, O Pombalismo e o Romantismo. À <strong>da</strong>ta do Terramoto era Presi<strong>de</strong>nte do Senado <strong>da</strong> Câmara o<br />

Marquês <strong>de</strong> Alegrete, cargo que será posteriormente ocupado pelo irmão do Marquês e <strong>de</strong>pois em três nomeações sucessivas pelo<br />

seu filho e her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Pombal.<br />

188 Cf. José-Augusto FRANÇA, Op. Cit., p. 24.<br />

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