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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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2. A Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>.<br />

Das origens ao Terramoto<br />

2.1 - Da Fun<strong>da</strong>ção à Afirmação<br />

As origens <strong>da</strong> irman<strong>da</strong><strong>de</strong> (bem como <strong>da</strong> sua ermi<strong>da</strong> e hospital) são algo nebulosas e<br />

poucos são os testemunhos dos primeiros tempos <strong>da</strong> sua existência. Torna-se contudo,<br />

importante, tentar esboçar, com base nos documentos existentes, estes primórdios.<br />

30<br />

Assim, <strong>de</strong> acordo com Frei Agostinho <strong>de</strong> Santa Maria havia, no Poço do Chão, um<br />

Hospital <strong>de</strong> Mulheres incuráveis <strong>de</strong>dicado a Santa Ana anexo ao Hospital Real <strong>de</strong> Todos-os-<br />

Santos, do qual <strong>de</strong>pendia directamente em provimento e sustentação. Uma <strong>da</strong>s enfermas,<br />

<strong>de</strong>vota <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong>, com as esmolas que arrecadou mandou fazer uma imagem em roca<br />

que adornou <strong>de</strong> ricas vestimentas e colocou-a no Altar <strong>da</strong> Capela do Hospital, <strong>de</strong>signando-a <strong>de</strong><br />

nossa <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>. Os resi<strong>de</strong>ntes começaram a <strong>de</strong>dicar-lhe gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>voção e a festejá-la<br />

anualmente, <strong>da</strong>ndo então origem ao culto estabelecido.<br />

Como reconhecimento e expressão <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>voção os oficiais cal<strong>de</strong>ireiros <strong>de</strong>dicam a sua<br />

Confraria a <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>. Os irmãos ou confra<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejavam que a <strong>Senhora</strong> tivesse<br />

casa própria, pois o Hospital <strong>de</strong> Santa Ana era <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Hospital <strong>de</strong> Todos-os-Santos.<br />

Porque aumentava ca<strong>da</strong> vez mais a fama <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> por to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e tendo <strong>de</strong>la<br />

conhecimento Margari<strong>da</strong> Lourenço, moradora em S. Vicente <strong>de</strong> Fora, entre as Portas <strong>da</strong> Cruz e o<br />

Postigo do Arcebispo, resolveu oferecer à irman<strong>da</strong><strong>de</strong> as casas em que vivia para que nelas<br />

fizessem uma ermi<strong>da</strong> e nela se colocasse a imagem <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>. A doação foi regista<strong>da</strong><br />

no tabelião Gaspar Gonçalves, a 10 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1536, e teria efeito após a sua morte, com o<br />

compromisso <strong>de</strong> lhe fazerem anualmente um aniversário.<br />

Tendo em conta a distância que separava a Cal<strong>de</strong>iraria, no Poço do Chão (on<strong>de</strong><br />

habitavam ou tinham ten<strong>da</strong>s os irmãos Cal<strong>de</strong>ireiros) <strong>da</strong>s casas <strong>de</strong> Margari<strong>da</strong> Lourenço e as<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s postas para a erecção <strong>da</strong> dita ermi<strong>da</strong>, nega<strong>da</strong> pelo Prior do Crato, Infante Car<strong>de</strong>al D.<br />

31<br />

Henrique , pediram, no ano <strong>de</strong> 1545, ao Pontífice Paulo III licença para ven<strong>de</strong>rem as casas<br />

doa<strong>da</strong>s em S. Vicente <strong>de</strong> Fora e com o valor <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> construírem a ermi<strong>da</strong> junto ao Hospital <strong>de</strong><br />

Santa Ana.<br />

30 Cf. Frei Agostinho <strong>de</strong> SANTA MARIA, Santuário Mariano e História <strong>da</strong>s Imagens milagrosas <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong>, e <strong>da</strong>s<br />

milagrosamente Apareci<strong>da</strong>s em graça dos Pregadores, e dos <strong>de</strong>votos <strong>da</strong> mesma <strong>Senhora</strong>, 1º livro, 2ª edição, Lisboa, Imprensa<br />

Libanio <strong>da</strong> Silva, 1933.<br />

31 Como as casas eram foreiras à Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Malta, o Prior do Crato, car<strong>de</strong>al D. Henrique não permitiu a construção <strong>da</strong> ermi<strong>da</strong> pois o<br />

local tinha sido escolhido para se fazer um mosteiro.

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