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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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56<br />

To<strong>da</strong>s as aju<strong>da</strong>s económicas eram poucas para manter o hospício e as suas idosas. Em<br />

1834, o governo substituiu o foro <strong>de</strong> quatro arrobas <strong>de</strong> cera, anteriormente concedido pelos<br />

monarcas, por uma esmola <strong>de</strong> 40$000 reis em dinheiro. A Câmara <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> valorizando o<br />

papel <strong>de</strong>sempenhado por esta instituição no combate à pobreza, atribui-lhe 12 mil reis em<br />

dinheiro.<br />

105<br />

A má gestão fez, no entanto perigar a existência <strong>de</strong>sta instituição que, em 1852, foi salva<br />

<strong>de</strong> fechar as suas portas, tendo sido nomea<strong>da</strong> uma comissão administrativa para o evitar.<br />

107<br />

No Inventário <strong>de</strong> Lisboa , Durval Pires <strong>de</strong> Lima, na breve notícia que apresentava<br />

sobre a ermi<strong>da</strong> e hospício, menciona que, em finais do século XIX, a administração <strong>da</strong><br />

Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> passou a ser feita pelos representantes <strong>da</strong> antiga confraria dos Ourives.<br />

A 17 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1853, foi dissolvi<strong>da</strong> a Mesa <strong>da</strong> irman<strong>da</strong><strong>de</strong> por Alvará do Governo Civil e<br />

escolhi<strong>da</strong> uma Comissão administrativa para a substituir, nas suas funções. A <strong>de</strong>cisão foi<br />

toma<strong>da</strong> com base nas seguintes acusações: falta <strong>de</strong> escrituração <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente organiza<strong>da</strong>, tanto<br />

nos Livros <strong>de</strong> Termos, como no <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> dos Irmãos; a não celebração <strong>da</strong>s reuniões nos dias<br />

estipulados pelo Compromisso; concessão <strong>de</strong> Patentes gratuitamente e ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> foros e prédios<br />

sem licença régia. Os membros <strong>da</strong> <strong>de</strong>posta Mesa, em carta escrita e dirigi<strong>da</strong> à nova Comissão<br />

Administrativa, procuram retratar-se <strong>de</strong> tais acusações, pedindo para que se transcrevesse no<br />

Livro <strong>de</strong> Termos uma <strong>de</strong>claração “… afim <strong>de</strong> que ficando assim archiva<strong>da</strong>, no futuro se possa<br />

fazer à extincta Mesa a justiça <strong>de</strong> que ella se julga credora” é assina<strong>da</strong> pelo Escrivão,<br />

Procuradores e Provedor.<br />

108<br />

105 Cf. P. António Carvalho <strong>da</strong> COSTA, Corografia Portuguesa e <strong>de</strong>scriçam topográfico, tomo III, Braga, Typografia <strong>de</strong> Domingos<br />

Gonçalves Gouveia, 1869, “Há nesta Ermi<strong>da</strong> hum Hospital com mercieyras, as quaes provè o Senado <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong>sta Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, &<br />

lhes paga ca<strong>da</strong> anno vinte alqueyres <strong>de</strong> trigo, & doze mil reis em dinheyro” p. 309.<br />

106 Cf. Origem e fun<strong>da</strong>ção do hospital <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> Vitoria<br />

107 Cf. Durval Pires <strong>de</strong> LIMA, Inventário <strong>de</strong> Lisboa, Lisboa, edição <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>de</strong> Lisboa, 1956 “A actual ermi<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong><br />

foi construí<strong>da</strong> entre 1765 e 1824, para substituir a antiga quinhentista, que se levantava, com o hospício anexo <strong>de</strong> Santana dos<br />

Cal<strong>de</strong>ireiros, na Cal<strong>de</strong>iraria, on<strong>de</strong> hoje se cruzam as ruas do Ouro e <strong>da</strong> Assunção (…) No final do século XIX entraram a<br />

administra-la os representantes <strong>da</strong> antiga confraria dos ourives, cuja capela <strong>da</strong> invocação <strong>de</strong> S. Elói e <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> Assunção<br />

(1697) queima<strong>da</strong> em 1755, se transportara para a rua <strong>da</strong> Prata (…) e acabara por <strong>de</strong>saparecer. Em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> e <strong>de</strong>molição<br />

<strong>da</strong> igreja <strong>da</strong> Conceição Nova instalaram-se (a partir <strong>de</strong> 1951) os serviços paroquiais na ermi<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>.” p. 29.<br />

Existe uma carta no Arquivo <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> (Doc. 19) em que a Mesa <strong>de</strong>posta se procura retratar mas a nomeação <strong>da</strong> Comissão<br />

Administrativa não aparece i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>, nem existe na<strong>da</strong> que indique que a comissão pertencia a Confraria dos Ourives do Ouro. pp.<br />

319, 320.<br />

108<br />

Cf. Apêndice Documental, Doc. 19 Carta <strong>da</strong> Mesa <strong>da</strong> Direcção extinta. A Mesa <strong>de</strong>stituí<strong>da</strong>, justifica <strong>da</strong> seguinte forma as<br />

acusações contra ela proferi<strong>da</strong>s: nunca a Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> tivera tido escriturários, para escrita e contabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, por não existir verba para<br />

esse fim, sendo to<strong>da</strong> a escrita feita pelo Irmão Escrivão que usou sempre <strong>de</strong> boas intenções, apesar <strong>da</strong>s suas limitações. Nem sempre<br />

foi possível reunir a Mesa, <strong>de</strong> acordo com as <strong>da</strong>tas estipula<strong>da</strong>s pelo Compromisso, pois nem sempre era possível conciliar as<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os Irmãos a quem muito se agra<strong>de</strong>cia pelo seu trabalho voluntário em prol <strong>da</strong> Instituição.<br />

O número ca<strong>da</strong> vez menor <strong>de</strong> Irmãos, dificultava a distribuição dos diferentes cargos necessários à gestão <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong>, tendo por<br />

isso sido concedi<strong>da</strong>s algumas patentes gratuitas, para o provimento <strong>de</strong>sses lugares.<br />

Por último, em relação à mais grave e ofensiva acusação, a <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> património sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> autorização régia, alegam que tudo o<br />

que foi vendido entre 1831 e 1832, não é <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Mesa <strong>de</strong>posta, pois os seus membros ain<strong>da</strong> não eram Mesários. O que<br />

foi vendido durante a vigência do seu man<strong>da</strong>to, portanto <strong>de</strong> sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, um prédio, em 1840, foi <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente autorizado<br />

por Portaria Régia <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1840, assinado pelo Ministro e Secretário <strong>de</strong> Estado Rodrigo <strong>da</strong> Fonseca Magalhães, cuja receita<br />

consta no respectivo Livro. pp. 319, 320.<br />

106

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