13.07.2013 Views

A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2.5 - Programa iconográfico:<br />

Os núcleos pictóricos, escultóricos azulejar e retabular<br />

2.5.1. - A reforma iconográfica<br />

Em Dezembro <strong>de</strong> 1563, a <strong>Igreja</strong> Católica estabeleceu em Trento, na 25ª sessão do<br />

Concilio, novas regras e directrizes para as representações iconográficas, que seriam comuns a<br />

to<strong>da</strong> a cristan<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Contrariando a Reforma Protestante, que empreendia o <strong>de</strong>spojamento <strong>da</strong>s imagens<br />

sagra<strong>da</strong>s mediadoras entre os homens e Deus, a <strong>Igreja</strong> Romana, <strong>de</strong>marca-se <strong>da</strong> iconoclastia<br />

protestante e estabelece normas para reabilitar o culto <strong>da</strong> Virgem e dos Santos, <strong>de</strong>finindo regras<br />

<strong>de</strong> orientação na produção <strong>da</strong>s imagens sagra<strong>da</strong>s.<br />

Os car<strong>de</strong>ais <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> Católica em oposição às teses protestantes reconheceram<br />

oficialmente, na função intermediária <strong>da</strong> Virgem Maria, dos anjos e santos, a importância <strong>da</strong>s<br />

imagens como instrumento <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>vocional, salientando porém, que não passavam <strong>de</strong><br />

símbolos celestes. Esta posição, confirmou o <strong>de</strong>terminado no Concilio <strong>de</strong> Niceia em 787, que<br />

<strong>de</strong>finia como tripla, a função <strong>da</strong>s imagens na ortodoxia cristã: relembrar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> histórica<br />

(permanência <strong>da</strong> memória), estimular a imitação (instruindo nos mistérios <strong>da</strong> fé) e incentivar a<br />

<strong>de</strong>voção (permitindo a sua veneração).<br />

Ao insistirem no valor pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong>s representações plásticas, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m como<br />

obrigatórios, alguns princípios a evitar: a lascívia e a formosura dissoluta, para banir imagens<br />

imorais, profanas, ou sujeitas a confusões heréticas. Com isto pretendiam acautelar as<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s formais do renascimento, insistindo em cenas <strong>de</strong> milagres, exaltação mística e<br />

martirológia.<br />

Trento materializava <strong>de</strong> outra forma o po<strong>de</strong>r <strong>da</strong>s imagens. A representação <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong><br />

ser um facto objectivo para se converter num meio <strong>de</strong> acção. A função <strong>da</strong> imagem não seria só<br />

clara, atractível e memorável mas, retórica, didáctica, moralizadora e persuasiva.<br />

Com esta renovação iconográfica quer <strong>da</strong> pintura quer, <strong>da</strong> escultura, a <strong>Igreja</strong> alcançou o<br />

po<strong>de</strong>r que estas <strong>de</strong>tinham ao con<strong>de</strong>nsar <strong>de</strong> forma visível o que, a hagiografia codificara.<br />

292 Cf. Nuno SALDANHA, Artistas, Imagens e I<strong>de</strong>ias na Pintura do século XVIII, Lisboa, Livros Horizonte, 1995.<br />

293 Cf. José Luís PORFÍRIO, A Espa<strong>da</strong> e o Deserto, Lisboa, Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga, 2002.<br />

292<br />

293

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!