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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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Se o rei optar pela construção na zona <strong>de</strong> Belém, a proposta nº 5 é a mais indica<strong>da</strong> até porque,<br />

segundo ele, era inevitável o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> até Belém, <strong>da</strong>do o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>salojados e<br />

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as restrições à altura dos prédios e à largura <strong>da</strong>s ruas . Comenta com alguma ironia que, já era<br />

costume em Portugal construírem-se novas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, próximas <strong>da</strong>s antigas, mantendo-se sem<br />

razão aparente o mesmo nome. Caso D. José opte por ficar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é recomendável o sítio entre<br />

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S. João dos Bemcasados e o convento <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> Estrela , como sendo <strong>de</strong> óptima<br />

localização e fácil acesso, com bons ares e boas águas. Sugere também a construção <strong>de</strong> uma<br />

Biblioteca e <strong>de</strong> um Arquivo Real.<br />

Na segun<strong>da</strong> parte, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se presumir como escolha real a manutenção <strong>da</strong> capital no<br />

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mesmo local , explicita melhor os benefícios <strong>de</strong> uma renovação profun<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, já que o<br />

terramoto assim o permitiu. Exprime a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se alargarem as vias, <strong>de</strong> se diminuir a<br />

altura dos edifícios e <strong>da</strong>s vantagens <strong>de</strong>stes procedimentos para evitar um número elevado <strong>de</strong><br />

vítimas e <strong>de</strong> ruínas em caso <strong>de</strong> catástrofe semelhante. Define regras para as tipologias dos<br />

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edifícios, com ou sem arcarias , tipo <strong>de</strong> janelas e sugere procedimentos para o trabalho <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e in<strong>de</strong>mnização aos proprietários lesados pelo novo plano. Na<br />

terceira parte apresenta a constituição <strong>da</strong>s equipas que, serão forma<strong>da</strong>s por engenheiros<br />

militares que elaborarão as plantas <strong>da</strong> Baixa com indicações precisas, por ele <strong>de</strong>scrimina<strong>da</strong>s.<br />

Posto que o local e modo já tinham sido escolhidos (proposta 4) <strong>de</strong>scrito na 1.ª parte e que, na<br />

segun<strong>da</strong>, se <strong>de</strong>finiam as tipologias dos edifícios e a largura <strong>da</strong>s ruas, estabelece regras para a<br />

planificação <strong>da</strong> malha urbana que, seriam <strong>de</strong> endireitar e nivelar as ruas aten<strong>de</strong>ndo ou não aos<br />

espaços religiosos (templos e ermi<strong>da</strong>s) e às <strong>de</strong>limitações <strong>da</strong>s freguesias.<br />

144<br />

Segundo Veríssimo SERRÃO, Pombal não terá aceitado este projecto, pois não lhe agra<strong>da</strong>va a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> construir uma nova ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

junto às ruínas <strong>da</strong> antiga e que terá <strong>de</strong> alguma forma influenciado o rei nesse sentido.<br />

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Depois <strong>de</strong> abandona<strong>da</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma nova ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em local mais seguro, que seria eventualmente na zona <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> menos afecta<strong>da</strong> pelo terramoto, Belém-Pedrouços, optou Pombal (segundo indicação <strong>de</strong> Manuel <strong>da</strong> Maia) por reconstrui-la<br />

no mesmo local. Apesar <strong>da</strong> in<strong>de</strong>cisão régia é implicitamente assumi<strong>da</strong> a escolha do Paço na freguesia <strong>de</strong> Santa Isabel entre S. João<br />

dos Bem Casados e o Convento <strong>da</strong> Estrela.<br />

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Cf. José-Augusto FRANÇA, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, Bertrand Editora, 1987 “Procedo na suposição <strong>de</strong> S.<br />

Mag.<strong>de</strong> fazer eleição do sítio médio entre S. João dos Bemcasados e o Conv.to <strong>de</strong> N. Sr.ª <strong>da</strong> Estrella, p.ª o seu novo Palácio, ficando<br />

aquele sitio cabeça e parte principal <strong>da</strong> Corte e Cid. De Lix.ª, ao q precisam.te se ha<strong>de</strong> seguir a renovação do corpo <strong>da</strong> mesma cid.e<br />

<strong>de</strong>struí<strong>da</strong>, p.a o q se mostra m.s apropriado o 4º modo <strong>de</strong> renovação <strong>da</strong> cid.e expressado no § 6 <strong>da</strong> d.ta 1ª parte.”, p. 315.<br />

147 Cf. José-Augusto FRANÇA, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, Bertrand Editora, 1987 “E a todos se <strong>de</strong>terminará tempo<br />

certo para <strong>da</strong>rem principio ao edif.º p.ª o terem também completo a tempo <strong>de</strong>terminado, seg.do os <strong>de</strong>senhos q lhes forem<br />

comunicados p.lo Architecto do senado o Cap.am Eugénio dos Santos e Carv.º, p.ª que ca<strong>da</strong> rua conserve a mesma simetria, em<br />

portas, janellas e alturas; e pelo q toca a cotas me parece sejão to<strong>da</strong>s <strong>de</strong> dous pavim.tos sobre as logeas.” p. 318.<br />

148 Cf. Mª João Ma<strong>de</strong>ira Rodrigues, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito <strong>de</strong> Lisboa, volume V Tomo I, Lisboa Assembleia <strong>da</strong><br />

Junta Distrital, 1973. “Quando Manuel <strong>da</strong> Maia é confrontado com a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> reconstrução <strong>de</strong> Lisboa, por prazos fixados e<br />

uma população <strong>de</strong>saloja<strong>da</strong> e impaciente, tem uma atitu<strong>de</strong> ambivalente e indiscutivelmente mo<strong>de</strong>rna constitui uma equipa<br />

Eugénio dos Santos <strong>de</strong> Carvalho, Pedro Guálter <strong>da</strong> Fonseca, Elias Sebastião Poppe e Carlos Mar<strong>de</strong>l e propõe um programa <strong>de</strong><br />

reconstrução por fases e <strong>de</strong> múltiplas soluções.” p. 16.<br />

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