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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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2.5.3 - O núcleo retabular<br />

A partir do século XVI, as novas directrizes tri<strong>de</strong>ntinas impõe uma pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong><br />

exaltação do culto, passando o interior <strong>da</strong>s <strong>Igreja</strong>s a dispor ao longo <strong>da</strong>s naves, <strong>de</strong> altares ou<br />

capelas laterais com retábulos que, anteriormente só expunham na capela-mor ou na área do<br />

transepto.<br />

O retábulo era uma estrutura em pedra ou ma<strong>de</strong>ira, com a função <strong>de</strong> enquadrar imagens<br />

pinta<strong>da</strong>s ou esculpi<strong>da</strong>s, envolvi<strong>da</strong> em <strong>de</strong>corações arquitectónicas e naturalistas com alguns<br />

símbolos do catolicismo. Assumiu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> do século XVII a ma<strong>de</strong>ira como material <strong>de</strong> eleição.<br />

A talha religiosa do século XVIII segue formalmente a tendência <strong>de</strong> incorporar<br />

composições arquitecturais borrominianas em ma<strong>de</strong>ira imitando outros materiais sobretudo<br />

mármore e bronze dourado.<br />

As representações escultóricas, passam a assumir um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no coroamento<br />

dos retábulos, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> recomen<strong>da</strong>ção para, na ornamentação <strong>da</strong>s capelas, e <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sugestão, se <strong>da</strong>r maior importância às imagens <strong>de</strong> santos, porque estreitavam a<br />

distância entre divino e humano.<br />

Bastante variados <strong>de</strong> norte a sul do país, em Lisboa e, com consequência do terramoto, os<br />

retábulos assumem “uma reduzi<strong>da</strong> linguagem <strong>de</strong>corativa (...) que foi <strong>de</strong>finitivamente<br />

subordina<strong>da</strong> a certas formas clássicas <strong>de</strong> carácter arquitectural.”<br />

Os retábulos pombalinos combinam então elementos <strong>de</strong> arquitectura clássica,<br />

normalmente frontões, colunas e/ou pilastras barrocas, com vocabulário rococó, guarnições<br />

doura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> flores, anjinhos, conchas, laços, fitas, folhas <strong>de</strong> acanto, grinal<strong>da</strong>s,<br />

trepa<strong>de</strong>iras, numa continua<strong>da</strong> mescla formal entre estilos, usado com parcimónia, numa<br />

simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> austera, pronunciando o neoclassicismo do período Mariano.<br />

Apesar <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> do neoclassicismo os artistas portugueses não quiseram<br />

abandonar as velhas fórmulas <strong>de</strong>corativas no interior dos edifícios.<br />

Na tipologia do altar-mor persistem as tribunas ou tronos, como os elementos<br />

retabulares mais importantes, <strong>de</strong> colunas <strong>de</strong> fuste direito ou canelados <strong>de</strong>ixando perceber um<br />

novo classicismo típico do período pombalino/josefino.<br />

310 Cf. Robert SMITH, A Talha em Portugal, Lisboa, Livros Horizonte, 1962, p. 129.<br />

311 Cf. Ilídio SALTEIRO in «Retábulo» in Dicionário <strong>da</strong> Arte Barroca em Portugal. pp. 405-408.<br />

311<br />

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