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A Igreja de Nossa Senhora da Vitória Irmandade e Hospício (1530 ...

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Encontramo-la na Estremadura espanhola, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tecta expressão em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s como Trujillo<br />

don<strong>de</strong> é padroeira. Remonta pois o seu culto às vitórias alcança<strong>da</strong>s pelos cristãos peninsulares<br />

contra os infiéis muçulmanos, na época <strong>da</strong> Reconquista. Ain<strong>da</strong> em território Espanhol,<br />

reaparece em finais do século XV, aquando do esforço feito pelos Reis Católicos para expulsar os<br />

mouros do seu último bastião ibérico - Grana<strong>da</strong>.<br />

Em Portugal encontra-se disseminado um pouco por todo o território, continente e ilhas<br />

e antigas possessões ultramarinas.<br />

76<br />

Pontuando pelo país, é um culto que remete para um duplo sentido on<strong>de</strong> a Virgem<br />

77<br />

interce<strong>de</strong>, por um lado nos combates contra inimigos <strong>da</strong> fé , por outro como <strong>de</strong>fensora <strong>da</strong><br />

78<br />

casti<strong>da</strong><strong>de</strong> , virtu<strong>de</strong> amplamente difundi<strong>da</strong> por Trento, em <strong>de</strong>sígnios que pela sua natureza<br />

simultaneamente terrena e divina é, a intercessora i<strong>de</strong>al entre o céu e a terra.<br />

76 No Porto existe uma <strong>Igreja</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, construí<strong>da</strong> no século XVI (concluí<strong>da</strong> em 1539) reforma<strong>da</strong> no século XVIII,<br />

entre os anos <strong>de</strong> 1756-66. Curiosamente situa-se junto à rua dos Cal<strong>de</strong>ireiros. A Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ferreiros, cal<strong>de</strong>ireiros e anzoleiros<br />

mandou construir uma casa-oratório <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> a <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> Silva na Rua dos Cal<strong>de</strong>ireiros e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> finais do século XV que, a<br />

confraria por eles fun<strong>da</strong><strong>da</strong> administrava o Hospital <strong>de</strong> S. João Baptista, que acolhia mulheres necessita<strong>da</strong>s. Estas são <strong>da</strong>s expressões<br />

mais importantes do seu culto em Portugal, a par <strong>da</strong> Batalha, com <strong>Igreja</strong> e Mosteiro expressamente construí<strong>da</strong>s em agra<strong>de</strong>cimento à<br />

vitória portuguesa contra as hostes castelhanas. Encontramos ain<strong>da</strong> no norte do país, em Guimarães, um padrão a <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Vitória</strong>, man<strong>da</strong>do erigir no reinado <strong>de</strong> D. Afonso IV, on<strong>de</strong> mais tar<strong>de</strong> se levantou um altar comemorativo <strong>da</strong> vitória <strong>de</strong> Aljubarrota.<br />

Em Famalicão, existe uma igreja paroquial <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>. Na Benedita e em Rio Maior existem pequenas capelas <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s<br />

ao seu culto. Na Nazaré, existe o Círio <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> <strong>Vitória</strong>, cujo culto remonta ao século XV, invocando a protecção dos<br />

navegantes e as suas vitórias sobre o mar adverso. No termo <strong>de</strong> Lisboa encontramos a Ermi<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> senhora <strong>da</strong> Vitoria, fun<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

por D. Afonso Henriques, em 1147, em homenagem à miraculosa vitória alcança<strong>da</strong> contra os mouros na mítica batalha <strong>de</strong> Sacavém.<br />

Em Camarate existe também uma capela construí<strong>da</strong> na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do século XVIII (1769). Na Ma<strong>de</strong>ira, <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Vitória</strong> partilha uma paróquia com Santa Rita e nos Açores, em Santa Cruz <strong>da</strong> Graciosa, existe uma ermi<strong>da</strong> construí<strong>da</strong> no século<br />

XVII, em comemoração <strong>da</strong> vitória sobre os corsários argelinos. Encontramos ain<strong>da</strong> o seu culto na antiga Índia portuguesa em<br />

Pangim e nalgumas missões católicas em Angola.<br />

77 Transformando-se aqui estes inimigos nos castelhanos, inimigos <strong>da</strong> nossa integri<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial tal como anteriormente os<br />

muçulmanos em relação à integri<strong>da</strong><strong>de</strong> do espaço cristão.<br />

78 Cf. F. A. <strong>de</strong> SANTA MARIA. Este <strong>de</strong>screve <strong>da</strong> seguinte forma, esta faceta <strong>da</strong> <strong>de</strong>voção a que, chega a atribuir um milagre “ Com esta<br />

senhora tinha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>voção o Irmão Pedro <strong>de</strong> Bastos (<strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Jesus) sendo ain<strong>da</strong> secular) (…); com ella tinha gran<strong>de</strong><br />

fé, pedindo-lhe sempre o livrasse, e lhe <strong>de</strong>sse vitória contra todos os vícios, e principalmente dos que pu<strong>de</strong>ssem apartar <strong>da</strong><br />

angélica virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> casti<strong>da</strong><strong>de</strong>, e para melhor a conseguir, fez voto a nosso Senhor diante <strong>de</strong>sta Soberana Imagem, <strong>de</strong> guar<strong>da</strong>r<br />

virgin<strong>da</strong><strong>de</strong> por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> que lhe custasse muyto. A experiencia lhe mostrou, o quanto a <strong>Senhora</strong> o amava e <strong>de</strong>fendia nos<br />

assaltos, e baterias com que o <strong>de</strong>mónio perten<strong>de</strong>o <strong>de</strong>spojalo <strong>de</strong>sta jóia; porque em varias vezes se vio acometido <strong>de</strong> mulheres; mas<br />

aju<strong>da</strong>do <strong>da</strong> divina graça. Soube fugir-lhe, (…).Entrando um dia este servo <strong>de</strong> Deos na Casa <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>da</strong> Vitoria, a <strong>da</strong>r-lhe<br />

graças pelos favores que <strong>de</strong>lla recebia em as tentações e perigos <strong>de</strong> que o livrara, pedindo a Deos por sua intercessão o dom <strong>da</strong><br />

pureza, e innocencia, vio que do rosto e coroa <strong>da</strong> Santa Imagem <strong>da</strong> <strong>Senhora</strong> se dilatava um rayo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> resplendor, e que vinha<br />

direito ao seu rosto, com o que ficou todo absorto, e enlevado, e tanto, que do tempo <strong>da</strong> Missa, em que isto succe<strong>de</strong>u, até perto <strong>da</strong><br />

noyte perseverou sempre <strong>de</strong> joelhos, e não <strong>de</strong>u acordo <strong>de</strong> si.” p. 191.

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