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Baixe o PDF do Livro! - Mensagens com Amor

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Mas a paz não basta. Falta dizer da alegria. Oh! <strong>do</strong>ce alegria <strong>do</strong>s corações!<br />

Um só exemplo, e <strong>do</strong>u fim a isto. Aqui está o parecer <strong>do</strong>s síndicos da Geral,<br />

publica<strong>do</strong> sexta-feira. Diz que entre os nomes da proposta da concordata há alguns<br />

jocosos e outros obscenos. O parecer censura esse gênero de literatura<br />

concordatária. Escrito <strong>com</strong> a melancolia que a natureza, para realçar a alegria <strong>do</strong><br />

século, pôs na alma de to<strong>do</strong>s os síndicos, o parecer não <strong>com</strong>preende a vida e as<br />

suas belas flores. Isto quanto aos nomes jocosos. Pelo que toca aos obscenos, é<br />

preciso admitir que, assim <strong>com</strong>o há bocas recatadas, também as há lúbricas. A<br />

alegria tem todas as formas, não se há de excluir uma, por não ser igual às outras. A<br />

monotonia é a morte. A vida está na variedade.<br />

Demais, que se há de fazer <strong>com</strong> acionistas que ainda devem de entradas<br />

oitenta e cinco mil oitocentos e quarenta e seis contos, cento e sessenta mil e<br />

duzentos réis (85.846:160 200) Rir um pouco, e bater-lhes na barriga. Ora, cada<br />

um ri <strong>com</strong> a boca que tem. Mas a prova de que a obscenidade, <strong>com</strong>o a jocosidade,<br />

formas de alegria, são de origem legítima e autêntica, é que todas as firmas foram<br />

legalmente reconhecidas. Quan<strong>do</strong> a alegria entra nos cartórios, é que a tristeza fugiu<br />

inteiramente deste mun<strong>do</strong>.<br />

[120]<br />

[5 março]<br />

Quan<strong>do</strong> os jornais anunciaram para o dia 1.0 deste mês uma parede de,<br />

açougueiros, a sensação que tive foi mui diversa da de to<strong>do</strong>s os meus concidadãos.<br />

Vós ficastes aterra<strong>do</strong>s; eu agradeci o acontecimento ao céu. Boa ocasião para<br />

converter esta cidade ao vegetarismo.<br />

Não sei se sabem que eu era carnívoro por educação e vegetariano por<br />

princípio. Criaram-me a carne, mais carne, ainda carne, sempre carne. Quan<strong>do</strong><br />

cheguei ao uso da razão e organizei o meu código de princípios, incluí nele o<br />

vegetarismo; mas era tarde para a execução. Fiquei carnívoro. Era a sorte humana;<br />

foi a minha. Certo, a arte disfarça a hediondez da matéria. O cozinheiro corrige o<br />

talho. Pelo que respeita ao boi, a ausência <strong>do</strong> vulto inteiro faz esquecer que a gente<br />

<strong>com</strong>e um pedaço de animal. Não importa, o homem é carnívoro.<br />

Deus, ao contrário, é vegetariano. Para mim, a questão <strong>do</strong> paraíso terrestre<br />

explica-se clara e singelamente pelo vegetarismo. Deus criou o homem para os<br />

vegetais, e os vegetais para o homem; fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs<br />

o homem nele. Comei de tu<strong>do</strong>, disse-lhe, menos <strong>do</strong> fruto desta árvore. Ora, essa<br />

chamada árvore era simplesmente carne, um pedaço de boi, talvez um boi inteiro.<br />

Se eu soubesse hebraico, explicaria isto muito melhor.<br />

Vede o nobre cavalo! o paciente burro! o in<strong>com</strong>parável jumento! Vede o<br />

próprio boi! Contentam-se to<strong>do</strong>s <strong>com</strong> a erva e o milho. A carne, tão saborosa à onça,<br />

— e ao gato, seu parente, pobre, — não diz cousa nenhuma aos animais amigos <strong>do</strong><br />

homem, salvo o cão, exceção misteriosa, que não chego a entender. Talvez, por<br />

mais amigo que to<strong>do</strong>s, <strong>com</strong>esse o resto <strong>do</strong> primeiro almoço de Adão, de onde lhe<br />

veio igual castigo.<br />

Enfim, chegou o dia 10 de março; quase to<strong>do</strong>s os açougues amanheceram<br />

sem carne. Chamei a família; <strong>com</strong> um discurso mostrei-lhe que a superioridade <strong>do</strong><br />

vegetal sobre o animal era tão grande, que devíamos aproveitar a ocasião e a<strong>do</strong>tar o<br />

são e fecun<strong>do</strong> principio vegetariano. Nada de ovos, nem leite, que fediam a carne.<br />

Ervas, ervas santas, puras, em que não há sangue" todas as variedades das<br />

plantas, que não berram nem esperneiam, quan<strong>do</strong> lhes tiram a vida. Convenci a<br />

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