09.01.2015 Views

Baixe o PDF do Livro! - Mensagens com Amor

Baixe o PDF do Livro! - Mensagens com Amor

Baixe o PDF do Livro! - Mensagens com Amor

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Qui ne peut se mouvoir sans écraser quelqu'un.<br />

A mesma cousa dirá a Companhia Jardim Botânico, em prosa ou verso, mas<br />

sempre a mesma cousa: — "Eu sou <strong>com</strong>o a grande roda da criação, não posso<br />

andar sem esmagar alguma pessoa". Comparação enérgica e verdadeira. A<br />

fatalidade <strong>do</strong> ofício é que a leva a quebrar as pernas aos outros. O pessoal desta<br />

<strong>com</strong>panhia é carinhoso, o horário pontual, nenhum atropelo, nenhum<br />

descarrilamento, as ordens policiais contra os reboques são cumpridas tão<br />

exatamente, que não há coração bem forma<strong>do</strong> que não chegue a entusiasmar-se.<br />

Se ainda vemos <strong>do</strong>us ou três carros puxa<strong>do</strong>s por um elétrico, é porque a eletricidade<br />

atrai irresistivelmente, e os carros prendem-se uns aos outros; mas a administração<br />

estuda um plano que ponha termo a esse escândalo das leis naturais.<br />

Terras há em que os casos, <strong>com</strong>o os <strong>do</strong> Catete, são puni<strong>do</strong>s <strong>com</strong> prisão,<br />

indenização e outras penas: mas para que mais penas, além das que a vida traz<br />

consigo Demais, os processos são longos, não contan<strong>do</strong> que a admirável<br />

instituição <strong>do</strong> júri — é a melhor escola evangélica destes arre<strong>do</strong>res: "Quem estiver<br />

inocente, que lhe atire a primeira pedra!" exclama ele <strong>com</strong> o soberbo gesto de<br />

Jesus. E o réu, seja de ferimento ou simples estelionato, é restituí<strong>do</strong> ao ofício de<br />

roda da criação.<br />

O melhor é não punir nada. A consciência é o mais cru <strong>do</strong>s chicotes. O<br />

dividen<strong>do</strong> é outro. Uma <strong>com</strong>panhia de carris que reparta igualmente aleijões ao<br />

público e lucros a si mesma, verá nestes o seu próprio castigo se é caso de castigo;<br />

se o não é, para que fazê-la padecer duas vezes<br />

Não creio que o perío<strong>do</strong> anterior esteja claro. Este vai sair menos claro ainda,<br />

visto que é difícil ser fiel aos princípios e não querer que o prefeito saia das urnas. A<br />

verdade, porém, é que eu prefiro um prefeito nomea<strong>do</strong> a um prefeito eleito — ao<br />

menos, por ora. José Rodrigues, a quem consulto em certos casos, vai mais longe,<br />

entenden<strong>do</strong> que os próprios intendentes deviam ser nomea<strong>do</strong>s. homem de arrocho;<br />

o pai era saquarema.<br />

Menos claro que tu<strong>do</strong>. é este perío<strong>do</strong> final. Tem-se discuti<strong>do</strong> se Hospício<br />

Nacional de Aliena<strong>do</strong>s deve ficar <strong>com</strong> o Esta<strong>do</strong> ou tornar à Santa Casa de<br />

Misericórdia. Consultei a este respeito um <strong>do</strong>u<strong>do</strong>, que me declarou chamar-se<br />

Duque <strong>do</strong> Cáucaso e da Cracóvia, Conde Stellario, filho de Prometeu, etc., e a sua<br />

resposta foi esta:<br />

Se é verdade que o Hospício foi levanta<strong>do</strong> <strong>com</strong> o dinheiro de loterias e de<br />

títulos mobiliários, que o José Clemente chamava impostos sobre a vaidade, é<br />

evidente que o Hospício deve ser entregue aos <strong>do</strong>u<strong>do</strong>s, e eles que o administrem. O<br />

grande Erasmo (ó Deus!) escreveu que andar atrás da fortuna e da distinções é uma<br />

espécie de loucura mansa; logo, a instituição, fundada por <strong>do</strong>u<strong>do</strong>s, deve ir aos<br />

<strong>do</strong>u<strong>do</strong>s,— ao menos, por experiência. É o que me parece! é o que parece ao grande<br />

príncipe Stellario, bispo, episcopus, papam... seu a seu <strong>do</strong>no.<br />

[150]<br />

[16 dezembro]<br />

Um telegrama de S. Petersburgo anunciou anteontem que a bailarina<br />

Labushka <strong>com</strong>eteu suicídio. Não traz a causa; mas, dizen<strong>do</strong> que ela era amante <strong>do</strong><br />

fina<strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r, fica entendi<strong>do</strong> que se matou de saudade.<br />

Que eu não tenha, ó alma eslava, ó Cleópatra sem Egito, que eu não tenha a<br />

lira de Byron para cantar aqui a tua melancólica aventura! Possuías o amor de um<br />

92

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!