João LuÃs Nabo - Index of - Universidade de Évora
João LuÃs Nabo - Index of - Universidade de Évora
João LuÃs Nabo - Index of - Universidade de Évora
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
4.1.3. X-Generation <strong>de</strong> Douglas Coupland<br />
e Less Than Zero <strong>de</strong> Bret Easton Ellis<br />
4.1.3.1. X-Generation, a Geração sem Nome<br />
“Yuppies never gamble, they calculate. They have no aura: ever been<br />
to a yuppie party? It’s like being in an empty room: empty hologram<br />
people walking around peeking at themselves in mirrors and<br />
surreptitiously misting their tonsils with Binaca spray, just in case they<br />
have to kiss another ghost like themselves. There’s just nothing<br />
there.” 437<br />
Douglas Coupland, Generation X –Tales for an Accelerated Culture<br />
Quando o jornalista e escritor Rob Owen 438 <strong>de</strong>cidiu fazer um inquérito na Internet sobre a<br />
importância da televisão para a chamada Generation X, já esperava algumas reacções menos<br />
amistosas. A mais frontal foi a recusa absoluta, por parte <strong>de</strong> um inquirido, da existência <strong>de</strong> tal geração:<br />
“There is no Generation X. Put that in your book and burn it.” 439 Cada geração que surge, no seu<br />
tempo e com as idiossincrasias que a caracterizam, vem contaminada pela geração anterior, quer em<br />
termos <strong>de</strong> princípios filosóficos, quer <strong>de</strong> objectivos. Ao observarmos as gerações que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>de</strong>albar<br />
do século XX, se foram suce<strong>de</strong>ndo (e sobrepondo), repara-se que há muito em comum entre elas,<br />
embora se note que nada fica igual após o seu aparecimento. O mainstream acaba por ser influenciado<br />
por cada grupo que nasce, estranho ao sistema numa primeira fase, mas que é absorvido por ele num<br />
momento posterior, conseguindo acrescentar algo <strong>de</strong> novo ao aparentemente impenetrável status quo.<br />
A visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas gerações é concretizada pelos que fazem arte a partir do som, da palavra<br />
ou da imagem. Estes artistas, legitimados pela geração que os vai mo<strong>de</strong>lando, e também pela geração<br />
prece<strong>de</strong>nte, tornam-se motores e produtos do seu tempo e da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem. Porém, o que<br />
começou por ser motivo <strong>de</strong> contestação é absorvido pelas massas contestatárias, por duas razões<br />
principais: o enraizamento <strong>de</strong>ssas questões é <strong>de</strong>masiado fundo e, por isso, difícil <strong>de</strong> combater; e o<br />
radicalismo inicial vai diminuindo, fazendo com que as posições extremadas se aproximem. Há<br />
437 Douglas Coupland, Generation X –Tales for an Accelerated Culture, p. 25.<br />
438 Rob Owen, <strong>de</strong> 29 anos, é actualmente crítico <strong>de</strong> televisão e editor da Pittsburgh Post-Gazette, em Pittsburgh. Trabalhou<br />
como colunista <strong>de</strong> rádio e televisão na Times Union (Nova Iorque) e colaborou no Richmond Times-Dispatch, em<br />
Richmond, Virginia. É membro da Television Critics Association.<br />
439 Apud Rob Owen, acedido em 03/07/06, em: http://www.albany.net/~genxtv/in<strong>de</strong>x.html.<br />
108