Neusa Andrade.pdf - Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
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Estratégias <strong>de</strong> modificação comportamental <strong>de</strong>stinadas a alunos hiperactivos (percepção dos professores do<br />
EBI).<br />
isoladamente, estão interligados através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligações. Deste modo o nosso sistema<br />
conceptual é constituído por conceitos que utilizamos para compreen<strong>de</strong>r uma situação e as<br />
relações existentes entre os conceitos.<br />
As imagens e os estereótipos actuam <strong>de</strong>ste modo. Quando <strong>de</strong>scobrimos que uma pessoa é um<br />
«professor» ou um «aluno com problemas <strong>de</strong> comportamento», a informação sobre estes<br />
conceitos imediatamente evoca um conjunto <strong>de</strong> expectativas sobre outras características da<br />
pessoa. No caso dos estereótipos estas expectativas po<strong>de</strong>m mesmo ser tão fortes que não<br />
procuramos constatar se o sistema conceptual "trabalhou" correctamente <strong>de</strong>sta vez e po<strong>de</strong>mos<br />
mesmo ir ao extremo <strong>de</strong> ignorar ou distorcer informações que não se a<strong>de</strong>quam ao nosso<br />
sistema conceptual, <strong>de</strong> modo que o sistema não seja afectado por experiências contraditórias<br />
(i<strong>de</strong>m).<br />
Não po<strong>de</strong>ríamos falar da percepção interpessoal sem fazer referência aos estudos <strong>de</strong><br />
Salomon Asch que na década <strong>de</strong> 40 forneceram a base para o <strong>de</strong>senvolvimento das pesquisas<br />
sobre a formação <strong>de</strong> impressão.<br />
O objectivo básico do trabalho <strong>de</strong> Asch foi o <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r os processos através dos quais<br />
as pessoas percebem as outras, ainda que o entendimento seja inocente. Ele solicitou que as<br />
pessoas imaginassem uma pessoa a partir <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> traços. Em seguida, pediu que<br />
indicasse um ou dois traços que mais condiziam com a pessoa imaginada. A partir <strong>de</strong>ste<br />
paradigma <strong>de</strong> pesquisa ele sugeriu dois importantes factores presentes na formação <strong>de</strong><br />
impressão. Em primeiro lugar, o efeito primazia. Ele conclui que ao observamos as pessoas a<br />
partir <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> traços previamente <strong>de</strong>finidos, influencia muito mais a nossa percepção.<br />
O outro efeito consi<strong>de</strong>rado por Asch foi o da centralida<strong>de</strong>. Tal efeito sugere que certos traços<br />
<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> (frieza-afectuosida<strong>de</strong>, no caso) influem <strong>de</strong>cisivamente na impressão que<br />
formamos sobre outras pessoas. Em suma, parecem existir certos traços centrais que, se forem<br />
<strong>de</strong>vidamente informados, são capazes <strong>de</strong> modificar diferencialmente a impressão que<br />
formamos sobre as outras pessoas. Assim, por exemplo, se formos informados que o aluno<br />
Carlos é uma criança <strong>de</strong>ficiente, e se além disso, formos informados que este aluno, além<br />
<strong>de</strong>sses traços, é uma criança com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem, ten<strong>de</strong>remos a caracterizá-lo<br />
ainda como alguém incapaz <strong>de</strong> atingir o sucesso escolar. Ora, tais operações mentais indicam<br />
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