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Visão de Biodiversidade da Ecorregião Serra do Mar

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BIOMA MATA ATLÂNTICA4.3 Meio FísicoNo cretáceo superior, logo após a atuação <strong>da</strong> tectônica <strong>de</strong> placas e penetração <strong>da</strong>ságuas <strong>do</strong> Atlântico Sul entre a África e o Brasil, houve o estabelecimento <strong>de</strong> duasáreas <strong>de</strong> sedimentação, totalmente opostas, separa<strong>da</strong>s e distintas: a bacia <strong>do</strong>Grupo Bauru, na porção norte <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Paraná (fácies lagunar e fluviolacustre)e <strong>da</strong> fossa <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Bacia <strong>de</strong> Santos na plataforma continental, a leste <strong>de</strong> umaárea <strong>de</strong> falhamentos escalona<strong>do</strong>s (fácies pre<strong>do</strong>minantemente marinha). Linhas<strong>de</strong> falhas escalona<strong>da</strong>s, paralelas à fossa submarina <strong>da</strong> plataforma, prenunciama formação <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>. Ao fecho <strong>da</strong> sedimentação cretácica, rios longos sedirigiam para o Paraná – em um esquema <strong>de</strong> superimposição hidrográfica póscretácica–,enquanto rios curtos se dirigiam para a frente marítima, passan<strong>do</strong> arealizar dissecações progressivas, por erosão fluvial remontante. A história geológicaregional comportou um esquema dinâmico <strong>de</strong> soerguimentos epirogênicos, <strong>de</strong><strong>de</strong>sigual força <strong>de</strong> elevação, aplica<strong>do</strong> a um conjunto litológico <strong>de</strong> rochas metamórficaspouco resistentes (em faixas NE-SW), enquadra<strong>da</strong>s por maciços <strong>de</strong> rochas durassitua<strong>da</strong>s nas mais diversas posições. Foi nessa conjuntura que se processou um <strong>do</strong>smais interioriza<strong>do</strong>s recuos <strong>da</strong>s escarpas <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, avalia<strong>do</strong> em 80 quilômetros<strong>da</strong> linha <strong>de</strong> costa atual. Enquanto eram gera<strong>do</strong>s esporões subparalelos, em umalarga treliça <strong>de</strong> vales subseqüentes, acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pequenos e médios vales, incisosem linhas <strong>de</strong> fraturas tectônicas ou em linha <strong>de</strong> falhas. No mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> horsts típicos,restaram alguns maciços costeiros isola<strong>do</strong>s <strong>da</strong> serra e seus esporões, transforma<strong>do</strong>sem ilhas montanhosas nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> máxima ingressão <strong>de</strong> águas marítimas(AB’SABER, 2006).Em termos geomorfológicos, as condições pre<strong>do</strong>minantes nessa região são maciçosserranos <strong>de</strong> relevo escarpa<strong>do</strong>, com solos pouco profun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa a média fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>,entre os quais se <strong>de</strong>staca a <strong>Serra</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, que dá nome à ecorregião. Na faixa costeira,as planícies estreitas são forma<strong>da</strong>s pela <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> cordões arenosos, permea<strong>da</strong>s porcomplexos estuarinos associa<strong>do</strong>s à foz <strong>de</strong> rios <strong>de</strong> maior porte.A variação ambiental contínua é pronuncia<strong>da</strong> na ecorregião <strong>da</strong> mata atlântica e explicaem parte a gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies. O clima regional tem características tropicais,mesmo em áreas situa<strong>da</strong>s em zona extratropical, com temperaturas amenas (médiasacima <strong>de</strong> 15º C) e alta pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem um perío<strong>do</strong> seco <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> (mais <strong>de</strong> 1.800 mm/ano), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à influencia oceânica (NIMER, 1979). Nota-se ain<strong>da</strong> a ocorrência ocasional<strong>de</strong> gea<strong>da</strong>s nos meses <strong>de</strong> inverno e início <strong>da</strong> primavera. Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às flutuações <strong>do</strong>clima, as espécies <strong>de</strong> plantas e animais mu<strong>da</strong>vam também <strong>de</strong> distribuição vertical nasencostas. O clima contemporâneo quente e úmi<strong>do</strong> instalou-se provavelmente em torno<strong>de</strong> 6.500 anos atrás, quan<strong>do</strong> a cobertura vegetal presente começou a tomar a formaexistente. To<strong>do</strong> esse dinamismo topográfico e climático nos aju<strong>da</strong> em parte a enten<strong>de</strong>r asraízes <strong>do</strong> rico en<strong>de</strong>mismo <strong>da</strong> biota <strong>da</strong> Mata Atlântica (POR, 1992).

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