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Carta ao AFRICOM No. 1 - Air & Space Power Chronicle

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SERÁ QUE O OBJETIVO NA ÁFRICA É “MATAR E QUEBRAR”? 47que também leve em consideração as condiçõessingulares do continente africano. Nãopodemos simplesmente adaptar uma estrutur<strong>ao</strong>u método de operações de outra parte domundo, com alterações mínimas (i.e., recriaro Comando Europeu ou o do Pacífico), semlevar em consideração a história, cultura e diversidaderegionais. Só então poderemos proporuma estrutura coerente e lógica.Por que necessitamos o <strong>AFRICOM</strong>? A respostapura e simples é “para apoiar a política americanana África”. Antigamente, a política norteamericanapara com a África, em todas as fasesdo governo, era desarticulada, devido <strong>ao</strong> fatode que poucos funcionários pensavam ser oContinente estrategicamente importante. Emboraisso possa mudar no futuro, não devemosantecipar grande transformação política. Significariaque os Estados Unidos colocariam delado a ênfase em laços tradicionais com a Europa,com maiores vínculos para com a Ásia econflitos no Oriente Médio. Uma vez não serprovável que isso aconteça, o melhor que sepode esperar é que a África venha a ser umelemento importante na esfera de interesseexpansionista americano no exterior. Certamenteum <strong>AFRICOM</strong> que coordenaria as diretrizesmilitares em todo o Continente seria valioso,mas é apenas pequeno elemento dainteração total da nação com a África.O ex-presidente Bush na Estratégia de SegurançaNacional de março de 2006, coloca oenfoque na África: “A estratégia é promover odesenvolvimento econômico e a expansão degovernos democráticos efetivos para que asNações Africanas assumam a liderança em reação<strong>ao</strong>s próprios desafios.” 1 Esses objetivosrepousam em eficaz interação de vários elementosda política externa, não apenas emforças armadas. Os países africanos democráticose economicamente prósperos não requeremmuita assistência de segurança e serãomelhores parceiros, quando necessitarmos deapoio em política ou outros setores. Assim, aconcentração exclusiva do <strong>AFRICOM</strong> na Áfricadeve ajudar a tecer muitos elementos dissimilaresda política externa do país em entidademais coerente. Entretanto, isso só é possívelquando a estrutura do <strong>AFRICOM</strong> incluir todosos elementos importantes dessa diretriz. 2Como estabelecer o <strong>AFRICOM</strong>? Aqui, a questãomais importante é a análise dos atuais e futurosmeios financeiros. O nosso governo, emgeral, possui orçamento limitado e um novocomando em área estrategicamente menosimportante (pelo menos do ponto de vista americano)provavelmente não seria diferente.Tudo indica que a importância da África oscilaráem função da política cotidiana. Contudo,para fins de consistência e planejamento, devemossupor, de forma realista, que os meiosfinanceiros serão limitados. Portanto, será imperativomaximizar a eficiência e cooperaçãocom outras nações. Incluiria os aliados europeuse amigos tipicamente mais próximos,como o Senegal e o Quênia, bem como as potênciasregionais da Nigéria e África do Sul,que conscientemente seguem os próprios interesses.Com esses dois fatores em mente,gostaria de propor dois princípios (ou “realidades”)sobre os quais estruturar o Comando:1. As tentativas e interesses americanos devemcoincidir com os dos aliados e parceirosnormais.2. Deve-se integrar o empreendimento militar<strong>ao</strong>s políticos e <strong>ao</strong>s de desenvolvimentoem todo o continente.<strong>No</strong>rmalmente, o segundo princípio deriva-sedo primeiro, <strong>ao</strong> levarmos em consideração arealidade dos recursos financeiros limitados.Essa suposição é especialmente valiosa, porqueforça o novo comando a trabalhar em sinergiadentro do governo do país e com osparceiros estrangeiros.Comando InterinstitucionalCom esses dois princípios em mente, a primeiraproposta é que a organização passe aevoluir a verdadeiro comando interinstitucional,sem permanecer como mera instituição militarcom certas problemáticas não-militares.Possuiria três componentes principais de similarimportância: o militar, o político e uma seçãodedicada <strong>ao</strong> desenvolvimento. Apesar dotítulo militar “comando”, bem como o enfoqueatual do Secretário de Defesa, devemosreorientá-lo para também incluir todos os elementosimportantes da política exterior. Se

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