92 AIR & SPACE POWER JOURNALbaseada em requisitos da missão deve ser oobjetivo último.Os sistemas atuais, bem como aqueles emdesenvolvimento, estarão em serviço durante30 anos ou mais. A Figura 3 demonstra o Picode Hubbert, sobreposto com prazos de aquisiçãopara três dos mais caros sistemas de armasdo DoD, quase já projetados por completo,em fase de prova ou início de produção. Nestecaso, as tecnologias avançadas de materialleve ou sistemas de energia podem não seropções viáveis. Dado o enorme investimentojá feito, toda estratégia de energia do DoDdeve acomodá-los ou arriscar a marginalizaçãodos investimentos, atrasando ainda mais acapacidade de combate necessária.Nesses casos, devemos garantir acesso acombustíveis similares <strong>ao</strong> petróleo, talvez passandoa biomassa ou carvão pelo processoFischer-Tropsch . 23 Podemos desenvolver usinasde combustível do DoD de propriedade dogoverno, operadas por empreiteiros, onde oDoD, essencialmente, abastece seus veículosusando combustível próprio, assim comoacontece com a munição das fábricas do Exércitoou silos para a renovação de aeronaves etanques. <strong>No</strong> entanto, já que isso seria extremamentedispendioso, a melhor abordagem seriasubsidiar uma capacidade doméstica normalmenteutilizada para fins civis, mas disponívelpara necessidades militares de emergência.Em outros casos, os simuladores reduziriamo consumo de combustível para treinamento.Por exemplo, os sistemas não-tripulados oferecemmeios para atingir a eficácia da missãosem a necessidade de treinar os operadores nolocal. Muitos sistemas não-tripulados, como oGlobal Hawk, nem sequer são diretamente controladospor um operador. Esse último designatarefas através de interface com a aeronave. Aaeronave então executa as tarefas mais ou menosde forma autônoma. Para outros sistemasnão-tripulados, os operadores usam visão sintéticapara a necessária interação. Em ambosos casos, o operador não consegue identificarse o sistema é real ou simulado. Assim, os operadoresrecebem treinamento real em terra.Também empregamos simuladores paraatingir níveis de fidelidade sem precedentesem treinamento de sistemas tripulados. A Figura 3. Pico de Hubbert sobreposto com marcos típicos do ciclo de vida dos programas deaquisição atuais. (De “<strong>Air</strong> Force Proposes Initial Joint Strike Fighter Locations,” US Federal News Service,4 de outubro de 2006; Douglas Barrie, “Lightning Strike,” Aviation Week and <strong>Space</strong> Technology165, no. 20 [20 de novembro de 2006]: 44; “Future Combat Systems Restructuring: A Balancing Act,” USFederal News Service, 8 de fevereiro de 2007; and “Program Schedule,” http://peoships.crane.navy.mil/DDG1000/images/scheduleIV_lg.jpg [acessado em 21 de agosto de 2009].)
COMO ALCANÇAR O EQUILÍBRIO ENTRE A ENERGIA . . . 93Força Aérea utiliza-os, a fim de reduzir as horasde treinamento em aeronaves. Progrediu<strong>ao</strong> ponto de colocar em rede simuladorespara bases separadas por larga distância emsistema de treinamento de missão distribuída.24 Na verdade, essas medidas não só economizamcombustível, mas também permitemtreinamento que de outra forma só seria possívela grande custo e esforço, devido a dificuldadede transporte de recursos a um só local.Entretanto, esses sistemas sofisticados sãomais adequados a treinamento em sistemasde grandes armas, complexos e interligados.Para operações que requerem discernimento,habilidade e interação face a face, em condiçõesambientais difíceis, como contrainsurgênci<strong>ao</strong>u operações especiais, os simuladoresnão são tão úteis. Felizmente, grande númerodessas operações e o treinamento necessáriousam muito menos combustível do que osgrandes combates força-força.A consideração de eficácia, energia e eficiênciapara sistemas não destinados a combate,como os das bases em território continentaldos Estados Unidos, oferece um conjunto diferentede opções para os projetistas de sistemas.Nessas situações, a eficiência desempenhamaior papel. Por exemplo, as bases do DoD,que normalmente adquirem eletricidade deserviços públicos locais, utilizando recursospróprios apenas em situações de emergênciapara necessidades básicas (emergências médicasou de controle de tráfego aéreo), já começarama implementar mudanças. A Força Aéreausa fontes de energia “verde”, como aenergia eólica, para fornecer eletricidade àsbases ocidentais. 25 À medida que o custo daenergia aumenta, administradores de instalaçõesdo DoD melhoraram a eficiência de novosedifícios, incorporando produção de energiadistribuída, utilizando telhados com painéissolares, por exemplo. O DoD pode obter aprópria versão da iniciativa solar da Califórnia[California Solar Initiative], que obriga o estadoa incorporar sistemas fotovoltaicos em um milhãode telhados durante a próxima década. Ainiciativa resultará em energia renovável suficientepara que não necessitem construir cinconovas usinas de energia convencional. 26 Finalmente,o DoD pode modernizar edifícios antigoscom medidas de eficiência energética. Aparte do programa de estímulo que cabe <strong>ao</strong>Departamento, inclui nova tecnologia paramelhor eficiência como, por exemplo, o usode veículos elétricos, reduzindo o consumoem bases domésticas e no exterior e a melhoriaem eficiência de motores a jato. 27<strong>No</strong> que diz respeito <strong>ao</strong> transporte, a maioriadas instalações opera uma frota de veículosà gasolina ou diesel, que transitam apenas algunsquilômetros por dia e nunca saem dabase. Poderíamos abordar eficiência energéticae dependência em petróleo, através daconversão dessas frotas à fontes de energia alternativas,tais como combustível flex e eletricidade,reduzindo assim a demanda sem sacrificara eficácia. Isso já está sendo feito emmuitas bases que usam carrinhos de golfe reforçadospara certas tarefas que antigamenteexigiam caminhonetes à gasolina.Tanto em infraestrutura como em transporte,existe a oportunidade de sinergia entreos setores civis/comerciais e militares na economiado país. Como assinala o Tenente-Coronel Michael Hornitschek, o DoD serve decatalisador para mudanças. 28 Essa sinergiaeconomiza o dinheiro dos contribuintes [Impostode Renda]e torna-se em verdadeiromercado, enquanto os militares servem decampo de prova para o mercado civil. Assim,com o desenvolvimento desse mercado, o DoDfaria uso de grandes sistemas econômicospara satisfazer as demandas de sistemas nãocombatentes. Essas abordagens devem recebero respaldo de mudanças em diretrizes queexigem a contabilização de custos de energiareais, sem encobri-los durante o planejamento,programação e orçamento. 29ConclusãoA redução da dependência em petróleoestrangeiro resultaria em efeitos estratégicose econômicos benéficos. Diminuiria a importânciaestratégica do Oriente Médio. Os E.U.A. não mais necessitariam depender dessaregião conturbada do mundo. Também reduziri<strong>ao</strong> atrito com países como a China, comquem irão enfrentar concorrência cada vezmaior para fontes de energia. Finalmente, re-