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Carta ao AFRICOM No. 1 - Air & Space Power Chronicle

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A IRAQUIZAÇÃO DA ÁFRICA 79não gaste muito dinheiro; não tome uma posiçãoque possa criar controvérsia doméstica; enão deixe que questões africanas compliquemas diretrizes dedicadas a outras partes domundo mais importantes. 34 Essa metodologiaburocrática levou à situação onde os E.U.A.frequentemente perdiam interesse na Áfricae de fato, foram obrigados a “redescobri-la”várias vezes durante a era após a SegundaGuerra Mundial. 35 Existe a probabilidade deque interesses burocráticos por parte da altahierarquia militar que deseja manter vivo ointeresse na África exerça influência definitivana natureza e sustentabilidade de diretrizesamericanas para com a região. Isso tornaseainda mais importante <strong>ao</strong> considerarmosque as forças armadas muitas vezes estão àfrente da política exterior norte-americana.Sob o ponto de vista de implementação dediretrizes, a burocracia norte-americana talveznão seja diferente de qualquer outra, pois suasestruturas e programas são miópicos. Um peritonorte-americano em assuntos africanos, oDr. Dan Henk da Faculdade da Aeronáutica,por exemplo, notou que o engajamento com aÁfrica muitas vezes reflete metodologias e intensidadesbastante diferentes entre o DoS, aUSAID e o DoD, o que frequentemente resultaem certa confusão a respeito dos interesses,objetivos e motivos dos E.U.A. 36 O <strong>AFRICOM</strong>,com a percepção de caráter interagencial, semdúvida irá influenciar a coordenação das diretrizesnorte-americanas na África, de maneirapositiva – beneficiando tanto os Estados Unidoscomo os países africanos. A promessa é deque o estabelecimento do Comando resultaráem engajamento informado, consistente, coerentee sustentável, algo que todo o continentedeveria acolher de braços abertos.O Suprimento de ApoioMilitar na ÁfricaMuitos (talvez a maioria) dos participantesnorte-americanos envolvidos em estabelecero novo Comando acreditam que será muitíssimodiferente de outros comandos combatentes.Contará com caráter interagencialmuito mais sólido. Já de início, os projetistastiveram interesse muito maior em questões de“poder persuasivo”, tais como saúde, reabilitaçãode infra-estrutura, o ambiente, desenvolvimentoeconômico, reforma do setor de segurança,amenização de conflito e outrosângulos de segurança humana. 37 Esse planobaseia-se na crença de que as ações diplomáticas,informativas e econômicas serão maiscríticas em alcançar os objetivos das diretrizesda política exterior norte-americana na Áfricado que o uso de força. 38 Contudo, tambémsurge a questão acerca de metodologia maisproativa e de prevenção em proteger e estendera segurança norte-americana e outros interessesna África, em contraste com a metodologiabastante cautelosa e defensiva que atéagora vem definindo o envolvimento de segurançano continente. O <strong>AFRICOM</strong>, não estásendo planejado como aquele típico comandocombatente. Tal sistema é bem aceito, dada anatureza bastante destrutiva do envolvimentomilitar estrangeiro no continente em épocaspassadas. Entretanto, deve-se reconhecer quetambém existem certos riscos com um métodoque coloca em segundo plano o papel dasforças armadas na África.Em muitas nações africanas, a imagem políticaexterior norte-americana é interpretadapelas ações militares em outras partes domundo, especialmente no Afeganistão e Iraque.Uma postura solidamente associada àsforças armadas, em geral, e <strong>ao</strong> uso agressivo deforça, em particular. Essa imagem bastanteagressiva e “militarizada” da política exteriorencontra-se em vivo contraste com os empreendimentosde todos os que tomam parte naelaboração do Comando, a fim de minimizar opapel opressivo das forças armadas na África erealçar as funções de persuasão do mesmo. Dáorigem a dois tipos de questões. Em primeirolugar, será que a assistência humanitária e dedesenvolvimento na África será militarizada,através de empreedimentos deliberados, deixandoas atividades a cargo das forças armadas?As dúvidas relacionadas incluem: Seráque a criação do <strong>AFRICOM</strong> deve ser vista comomais do que uma cooperação interagencial?Será que o <strong>AFRICOM</strong> representa uma militarizaçãode apoio não militar dos Estados Unidosna África? Até onde chegará a militarização de

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