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Carta ao AFRICOM No. 1 - Air & Space Power Chronicle

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A IRAQUIZAÇÃO DA ÁFRICA 83decisiva. O status quo prosseguiu até o 9/11, odia no qual os Estados Unidos passaram a fazerparte da futura anarquia. 52 Seria útil lembrarque o artigo inicial a respeito do tema deautoria de Kaplan no Atlantic Monthly foi baseadoem suas experiências de jornalista naÁfrica. 53 Levou o argumento à sua óbvia conclusão.Se os Estados Unidos desejam mesmoganhar a guerra contra o terrorismo, a Áfricadeve fazer parte da solução. Em última análise,quer queira ou não, os problemas africanospassam a ser problemas americanos. Podeser que a criação do <strong>AFRICOM</strong> seja a faíscaque reconhecerá tal realidade.Certas InferênciasA África é um obstáculo a qualquer forçamilitar convencional moderna. Militarmente,a criação do Comando faz sentido, se os EstadosUnidos querem alcançar sucesso em seus empreendimentosno continente. Existem outrasvantagens estratégicas na criação do mesmo.Para eles, a vantagem mais óbvia é a íntimarelação com a realidade africana, bem comocom os povos do continente. Espera-se que talinteração resulte em melhor compreensão dadinâmica e complexidades, tanto para a burocraciacomo para o público americano em geral.Definitivamente, permitirá <strong>ao</strong>s EstadosUnidos a habilidade de desenvolver um melhorquadro de inteligência da África. Incluirámelhor interpretação das ameaças que confrontamos Estados Unidos no continente. Avantagem mais óbvia que advém de tal dinâmicaé a oportunidade de explorar o mercadoe outras oportunidades que surgirem. Ademais,poderão melhor proteger-se via metodologiaproativa e preventiva para combater oterrorismo internacional, solucionando osproblemas antes que surjam. A presença militarno continente capacitará os Estados Unidosà melhor comunicação com a África, diplomáticae militarmente. Com isso haverá asegurança de que os Africanos e militarescompreenderão melhor os empreendimentosnorte-americanos no continente e em todo omundo. Não há dúvida que haverá antagonismoem certas áreas, devido a presença militarestrangeira. Ao julgar pelos recentes comentáriosdo Ministro de Defesa Sul Africano,talvez o antagonismo que teve origem em certospaíses e estruturas regionais, por motivoshistóricos, são críticos do papel que os EstadosUnidos desempenham <strong>ao</strong> redor do globo, emparticular na África. 54 Também pode ser queisso ocorreu fora do continente.Relaciona-se, especificamente, <strong>ao</strong> envolvimentodiplomático e econômico da China,cada vez maior. Uma neblina de ambiguidadepermeia o envolvimento militar chinês, especialmentena maneira como solapa o envolvimentomilitar norte-americano na África. Aquestão é se a tradição politico-estratégicapermitirá <strong>ao</strong>s líderes africanos espaço suficientepara explorar o melhor que a China eos Estados Unidos têm a oferecer. A criaçãodo Comando realçará o perfil estratégico daÁfrica nos Estados Unidos, bem como em outraspartes do mundo. Os militares africanosirão beneficiar-se com a criação do Comandoem oportunidades militar-diplomáticas e atransferência de perícia e outros recursos militaresmais tangíveis. Inclui assistência que asforças armadas norte-americanas providenciarãodurante o desenvolvimento do ethos profissionalmilitar nas forças armadas africanas,a transformação do gerenciamento de defesaafricana para ser mais transparente e responsávelem prestação de contas e o maior aperfeiçoamentoda capacidade de manutençãode paz e reconstrução pós-conflito. As forçasarmadas norte-americanas devem sobrepujarvários obstáculos na criação do <strong>AFRICOM</strong>,tanto na África como nos Estados Unidos. Deum lado do Atlântico, os Estados Unidos tiveramde lidar com a imagem da política exteriormilitarizada e agressiva, vinculada <strong>ao</strong> históricode envolvimento militar não sustentável.Essa imagem está fundamentada em temorbastante real em certas partes do continentede que a África possa a vir ser Iraquizada, oque solapa a credibilidade americana e fazdela alvo legítimo. Do outro lado do Atlântico,dada a antiga má publicidade dos militaresna África, a síndrome da Somália pode serque ainda ditará a forma de pensar e as atitudesmilitares americanas. Felizmente (ou não)este é um mundo de estratégia, onde diretrizese emoções mudam de direção. 55 ❏

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