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Carta ao AFRICOM No. 1 - Air & Space Power Chronicle

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A IRAQUIZAÇÃO DA ÁFRICA 81estruturas continentais, regionais e militares,especialmente as forças de prontidão regionais,que foram criadas pelos Africanos ouque estão em fase de desenvolvimento. Defato, os E.U.A. podem desempenhar papelprincipal, se aperfeiçoarem tais estruturas,explorando-as para aumentar a capacidade. AÁfrica receberia o benefício do desenvolvimentode interoperabilidade dentro das estruturasregionais. Os E.U.A. quando operamatravés dessas estruturas seguiriam uma metodologiamultilateral, engajando vários paísesafricanos simultaneamente, desempenhandoo papel de parceiro silencioso. 44 Isso nemsempre satifaz a metodologia militar norteamericanaque é orientada pela mídia. Contudo,a parceria silenciosa também satisfaz osobjetivos maiores do <strong>AFRICOM</strong>. A inferência,por exemplo, de que fornece plataformas delogística ou oportunidades de treinamento eeducação, <strong>ao</strong> mesmo tempo explorando a disponibilidadede instrutores africanos bemeducados e treinados. 45Como Superaros ObstáculosA pressão é cada vez maior para permitirque a África solucione seus próprios problemas.Existem até mesmo sugestões de um“Estados Unidos da África”, embora pareça, ecom toda a probabilidade seja um tanto implausível.46 Contudo, a mensagem tácita é deque “queremos tomar as rédeas de nosso própriodestino” e de que por tempo demasiadoo futuro da África vem sendo ditado por terceiros,especialmente a Grã-Bretanha, Françae Portugal durante a Era Colonial e os E.U.A.e a antiga União Soviética durante a GuerraFria. Traduz-se em inquietude cada vez maiorpara com o Ocidente e outras influências(por vezes interferências) generalizadas enorte-americanas, em particular. A imagemde valentão dos Estados Unidos, intimidandoos fracos, indefesos, pequenos ou vitimizadossolidificou-se com a invasão do Iraque.Vincula-se esse fato <strong>ao</strong> ponto de vista de quefazem parte daqueles “que têm” e os povosda África daqueles “que não têm”.Contudo, devemos temperar esse ponto devista com a realidade de que um dos maioresobstáculos que a comunidade global encarana África é a solidariedade africana. Alcançouo apogeu com o estabelecimento da UniãoAfricana [African Union-AU], distinta da UniãoEuropeia. Tudo que se requer das naçõesmembrosé que sejam parte da África. Nãoquer dizer que não exista diferença de opiniãodentro da organização. Contudo, sua criaçãoreflete a solidariedade, particularmente comrespeito à questões tais como anti-colonialismoe Africanismo. 47 Sem embargo, o caminhoque leva à solidariedade africana está repletode armadilhas. Sua inabilidade em dirigir-se àquestão de Zimbábue de maneira apropriadaé apenas um exemplo dos riscos que enfrenta,muitas vezes resultando em tendência de criticaro que os governos Ocidentais, inclusive osE.U.A., estão fazendo no continente africano.Ainda assim, os Africanos, em geral, e os governosafricanos, em particular, antecipam osbenefícios do envolvimento americano nocontinente. O governo norte-americano vemcogitando há muito tempo acerca do <strong>AFRICOM</strong>.Sem dúvida, os argumentos apresentadosacima foram discutidos em deliberações iniciais.Provavelmente essa é a razão pela qual oenfoque do Comando será predominantementeem operações anti-terroristas e assistênciahumanitária. Declara-se que a tarefa demanter tropas para grande combate em suaárea de responsabilidade seria mínima. A ênfaserecairia principalmente em programas detreinamento militar, a fim de auxiliar os governosafricanos a solidificar as fronteiras, prevenindocrises como as de Darfur e contendoenfermidades letais como a AIDS e a malária.Essa também é a razão, em toda a probabilidade,pela qual o general quatro estrelas quecomanda o <strong>AFRICOM</strong> contará com um parceirocivil do Departamento de Estado que assistiráem coordenar as funções não militaresdo governo americano na África.Os africanos sabem muito bem que ondeencontram o antílope também encontram oadversário mais perigoso, o leão. A apreensãoexiste, em certos círculos, de que a África seráIraquizada i.e., que as tentativas de autoproteçãodos E.U.A. contra o terrorismo inter-

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