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Carta ao AFRICOM No. 1 - Air & Space Power Chronicle

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COMO SALVAR DARFUR 65As Dissimilaridadesem ObjetivosA independência foi um dos objetivos deinteresse de ambos os lados no conflito deBósnia. A maioria parlamentar de delegadosmuçulmanos e croatas seguiu o exemplo daEslovênia e Croácia e votou pela independênciada Iugoslávia, no dia 1 o de março de 1992.Os Sérvios rejeitaram o referendo e, temendosubjugação pelos Muçulmanos e Croatas, colocaramem execução o plano de contingênciade auto-determinação e separatismo. 71A expansão de limites regionais e o controlede território tornaram-se os objetivosprincipais dos três grupos beligerantes. OsEstados Unidos e Aliados conseguiram coagiros Sérvios a aceitar os termos dos acordos deDayton, porque as ofensivas aéreas e terrestrescombinadas proibiam o alcance do objetivo.Os efeitos de sanções econômicas e indiciamentospelo TPI também isolaram os Sérviosde sua fonte principal de potência militar, aSérvia e, compeliram Milosevic a agir comoterceira parte coercitiva. 72 Os objetivos de independênciae o controle de território foramaspectos importantes na dinâmica de coerçãodurante a guerra da Bósnia.O objetivo dos habitantes de Darfur não éa independência mas sim, a proteção física,acesso político e maior quinhão da riquezanacional. A rebelião é reação à negligência dogoverno sudanês, que deixou de garantir asegurança dos habitantes contra o violentoabuso de tribos árabes, mesmo antes do apoiotácito da janjawiid pelo governo. 73 Tal negligênciae “a hegemonia das elites nortistas ecentrais, a fim de manter Darfur e outras regiõesperiféricas marginalizadas” formam oâmago do ressentimento popular. 74Darfur, sem acesso <strong>ao</strong> mar e super-povoado,possui poucos recursos naturais e não podesobreviver como país independente sem considerávelassistência.Certas pessoas alegam que a região é maispobre hoje do que no final de 1800, devido aanos de sequia e pasto que não mais existe. 75Os Árabes, os soberanos no Sudão Setentrionalnão favorecem um Darfur independente,porque necessitam da população predominantementemuçulmana do <strong>No</strong>rte para contrabalançara população cristã do Sul.A comunidade internacional teme umDarfur independente, devido a quantidadeenorme de assistência e patrocínio necessáriospara manter a região. A independêncianão é opção viável <strong>ao</strong>s protagonistas principaisno conflito de Darfur. Em última palavra,a sobrevivência dos habitantes depende decooperação e apoio do governo sudanês, tornandodifícil o uso de força para com o regimeno poder.Se os Estados Unidos buscam coagir o regimede al-Bashir por intermédio da potênciaaérea, o indiciamento pendente do presidentedo Sudão por crimes de guerra também é problemático.76 A ordem de prisão do TribunalPenal Internacional dá, <strong>ao</strong> presidente do Sudão,outro incentivo para consolidar o podere resistir às demandas que remotamente ameacema estabilidade do regime. Desde o indiciamentopelo tribunal, al-Bashir baniu 13organizações de assistência que acusa deapoio <strong>ao</strong> processo internacional contra ele. 77Recentemente, o chefe de serviços secretosdo Sudão, clamou pela “amputação de mãos ecorte de guelas” de Sudaneses que apoiam asacusações. 78 Se al-Bashir perder controle oufor apreendido, via operação da ONU, issoresultaria em seu processo penal e humilhaçãoem Haia. O objetivo de al-Bashir é permanecerno poder. A fonte desse poder e influência,o petróleo, não é suscetível à potênciaaérea. 79 <strong>No</strong> caso de Darfur, o indiciamentopenal pelo TPI entra em conflito com as estratégiasde coerção que buscam concessões deal-Bashir e seu governo.As Diferenças em PrioridadesAs questões regionais certamente foramfatores importantes nas negociações para porfim à guerra da Bósnia. Contudo, a resoluçãodaquele conflito continua sendo a prioridadedos Estados Unidos e da comunidade internacional.Richard Holbrooke, que presidiu as negociaçõesem Dayton, era solidário para com osAlbaneses de Kosovo e sua situação difícil,mas acreditava que dirigir-se à questão era

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