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O Mensageiro das Estrelas - Galileu Galilei - 1610

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

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já Georg Fugger escrevia a Kepler, a 16 de Abril de <strong>1610</strong>,<br />

acusando <strong>Galileu</strong> de se apropriar de ideias de outros e de ter<br />

apenas copiado um telescópio que vira (Opere, X, 316). Protestos<br />

deste género e reclamações de prioridade foram-se multiplicando<br />

nas semanas seguintes, mas, para além destas, outro tipo<br />

de objecções não tardaram em aparecer.<br />

Logo em Junho de <strong>1610</strong>, Martin Horky (n. ca. 1590),<br />

que era assistente do astrónomo Giovanni Antonio Magini e<br />

havia estado presente quando, em Abril, <strong>Galileu</strong> tentara sem<br />

sucesso mostrar os satélites de Júpiter na casa de Magini,<br />

publicou uma Brevissima peregrinatio contra Nuncium Sidereum<br />

(Opere, IIIIl, 127-145). A obra não tinha qualidade e o ataque<br />

acabou por se traduzir num fiasco, a tal ponto que Magini<br />

escreveu a <strong>Galileu</strong> explicando que não tinha nada a ver com o<br />

assunto e expulsou Horky de sua casa. Mais importante, e de<br />

consequências que viriam a ser mais nefastas, foi o texto intitulado<br />

Contra ii moto della Terra que Ludovico delle Colombe<br />

(1565-1616) escreveu entre finais de <strong>1610</strong> e o ano de 1611, e<br />

que fez circular em diversas cópias, contendo um arrazoado de<br />

objecções sem muito nexo ou consistência mas em que, pela<br />

primeira vez, eram levanta<strong>das</strong> objecções de origem escriturística<br />

às observações de <strong>Galileu</strong> (Opere, IlIIl, 251-290). Pela mão de<br />

um professor de filosofia, o argumento religioso entrava em<br />

cena.<br />

Poucos meses depois, Francesco Sizzi (ca. 1585-1618)<br />

publicou em Veneza a Dianoia Astronomica, Optica, Physica<br />

(1611) contendo também objecções - não muito convincentes,<br />

diga-se - às observações de <strong>Galileu</strong> (Opere, III/I, 201-<br />

-250). Em particular, Sizzi usava argumentos numerológicos<br />

para "provar" que os satélites de Júpiter não podiam existir<br />

realmente. No ano seguinte, Giulio Cesare Lagalla (1576-<br />

-1624), professor de filosofia em Roma, publicava o De phaenomenis<br />

in orbe lunae novi telescopii um nunc iterum suscitatis<br />

(Veneza, 1612), uma obra inspirada no texto de Plutarco,<br />

questionando não a capacidade do novo instrumento, mas a<br />

argumentação usada por <strong>Galileu</strong> na análise da superfície da<br />

Lua. Como já se assinalou, as observações lunares conti<strong>das</strong> no<br />

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