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O Mensageiro das Estrelas - Galileu Galilei - 1610

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

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[llr] Há uma outra coisa que observei não sem alguma<br />

admiração e que não posso· omitir. A área em torno do<br />

centro da Lua está ocupada por uma cavidade maior do<br />

que to<strong>das</strong> as outras e de forma perfeitamente redonda. 50<br />

Observei isto perto de ambas as quadraturas e desenhei-o<br />

tanto quanto me foi possível na segunda figura<br />

acima. Oferece o mesmo aspecto, quanto à sombra e à<br />

iluminação, que ofereceria na Terra uma região semelhante<br />

à Boémia se fosse encerrada por todos os lados por<br />

montanhas muito altas, coloca<strong>das</strong> na periferia num círculo<br />

perfeito. Ora, na Lua, está rodeada de cordilheiras<br />

tão eleva<strong>das</strong> que o lado que é vizinho à parte escura da<br />

Lua se vê banhado de luz antes que a linha divisória<br />

entre a luz e as sombras chegue ao diâmetro que secciona<br />

em dois essa figura. Mas, tal como nas outras manchas, a<br />

sua parte sombreada está diante do Sol, enquanto a parte<br />

brilhante está virada para a parte escura da Lua, o que,<br />

sugiro eu pela terceira vez, se deve considerar um argumento<br />

muito forte acerca da rugosidade e irregularidade<br />

espalha<strong>das</strong> em toda a região brilhante da Lua. Ora, entre<br />

essas manchas são sempre mais escuras as que são vizinhas<br />

à fronteira entre a luz e a escuridão, enquanto as mais<br />

afasta<strong>das</strong> aparecem ou mais pequenas ou menos escuras,<br />

de tal modo que, finalmente, quando a Lua está em oposição<br />

e cheia, a escuridão <strong>das</strong> depressões difere da luminosidade<br />

<strong>das</strong> proeminências por uma muito ligeira e<br />

ténue diferença.<br />

Estas coisas que acabámos de descrever foram vistas<br />

nas partes mais brilhantes da Lua. Nas manchas grandes,<br />

porém, tal contraste entre depressões e proeminências não<br />

se vê da mesma maneira como o que somos necessariamente<br />

levados a reconhecer nas partes brilhantes, devido à<br />

mudança de formas causada pela variável iluminação dos<br />

raios do Sol ao divisar a Lua de muitas diferentes posições.<br />

No entanto, nas manchas grandes há, sem dúvida,<br />

[11 v] áreas mais escuras, como mostramos nas figuras,<br />

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