Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ealmente acontece na organização no dia a dia, são<br />
o que realmente faz a diferença”, complementa.<br />
Graham indica ainda que uma <strong>cultura</strong> efetiva<br />
depende do alinhamento dos valores, das normas<br />
e do que ele chama de “instituições formais” (como<br />
práticas de gestão e governança) e defende que o<br />
foco esteja justamente nesse conjunto. “Um trabalho<br />
bem feito de valores + normas + práticas de<br />
gestão e governança levará a uma <strong>cultura</strong> efetiva,<br />
e essa <strong>cultura</strong> efetiva conduzirá aos resultados<br />
desejados”, declara.<br />
Para pensar: sua empresa tem valores bem definidos?<br />
As normas que todos precisam seguir para desempenhar<br />
um bom trabalho estão claras? As práticas<br />
de gestão e governança colaboram para que tudo saia<br />
como o esperado? Se a resposta a alguma dessas<br />
perguntas foi “não”, a primeira coisa a fazer é parar<br />
tudo o que está sendo feito nessa área e trabalhar<br />
para corrigir os problemas identificados.<br />
Os diferentes tipos de <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />
A primeira pergunta da pesquisa coordenada por<br />
Graham era: “Quais palavras ou frases descrevem<br />
melhor a <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> de sua empresa?”<br />
Com base em uma análise das respostas, os pesquisadores<br />
chegaram a sete tipos de <strong>cultura</strong>:<br />
a ) Empreendedora – Foram definidas como empreendedoras<br />
as empresas cujos membros usaram<br />
palavras como “<strong>cultura</strong> de startup”, “agressividade”,<br />
“dinamismo”, “inovação” e “pensamento<br />
fora da caixa” para descrevê-la.<br />
b ) Hierárquica – Descrições como “tradicional” e<br />
“centralizada” garantiram o rótulo de “<strong>cultura</strong><br />
hierárquica” a algumas empresas participantes<br />
da pesquisa.<br />
c ) Colaborativa – Empresas caracterizadas como<br />
“aberta”, “cooperativa”, “amigável”, “participativa”<br />
tiveram suas <strong>cultura</strong>s definidas como “colaborativas”.<br />
d ) Orientada para resultados – Aqui, entraram<br />
as empresas que descreveram sua <strong>cultura</strong> com<br />
expressões como “focada no cliente”, “alta performance”<br />
e “melhora contínua”.<br />
e ) Integridade elevada – Foram classificadas como<br />
empresas com <strong>cultura</strong> de integridade elevada aquelas<br />
cujos representantes usaram expressões como<br />
“focada na credibilidade”, “precisão financeira” e<br />
“orientadas para a conformidade” para defini-las.<br />
f ) Em transição – Participantes da pesquisa que<br />
indicaram que a <strong>cultura</strong> da sua empresa vivia um<br />
momento de transição foram inseridos aqui. Um<br />
executivo que testemunhou um crescimento tremendo<br />
em uma empresa icônica descreveu a<br />
transformação <strong>cultura</strong>l que aconteceu durante a<br />
fase de crescimento exponencial da seguinte<br />
forma: “Para começar, havia um grau absurdo de<br />
autoridade individual. Muitos projetos que depois<br />
se tornaram trabalhos de grupo de tamanho significativo<br />
inicialmente eram projetos individuais.<br />
Havia tanta coisa acontecendo que a comunicação<br />
sobre um projeto específico não aconteceria a não<br />
ser que fosse solicitado. O fundador e eu decidimos,<br />
então, promover a maior mudança de <strong>cultura</strong><br />
dentro da empresa, de uma tomada de decisões<br />
descentralizada para uma <strong>cultura</strong> mais orientada<br />
para a revisão”.<br />
g ) Disfuncional – Muitos participantes da pesquisa<br />
revelaram que a <strong>cultura</strong> na empresa deles não<br />
era propícia para o crescimento e para a lucratividade<br />
porque era “egoísta”, “confusa”, “mercenária”<br />
e assim por diante. Um executivo ilustrou<br />
como, por exemplo, a instabilidade no topo também<br />
leva a uma <strong>cultura</strong> improdutiva. Ele disse:<br />
“Ajuda muito quando você tem continuidade<br />
dentro de sua equipe e uma continuidade dentro<br />
de seu foco. Não era isso que se via na ‘XX’. Havia<br />
uma mudança constante no topo, e o tempo todo<br />
estava-se pensando o que ia ser feito e para onde<br />
a empresa caminhava. Com isso, os profissionais<br />
se sentiam muito inseguros, além de a imprensa<br />
sempre ter brecha para publicar notícias negativas.<br />
Isso tudo afetava dramaticamente o desempenho<br />
da equipe como um todo”.<br />
Conhecer essas modalidades de <strong>cultura</strong> é fundamental<br />
para que você possa entender em qual delas<br />
sua empresa se encaixa hoje e poder fazer uma análise<br />
para descobrir se esse é mesmo o melhor caminho<br />
quando você pensa no longo prazo. Caso você constate<br />
que o melhor é repensar a trajetória, tenha em<br />
mente que, como recomenda Jon Katzenbach, “em<br />
vez de tentar mudar a <strong>cultura</strong> como um todo de uma<br />
só vez, é muito melhor se concentrar em mudar comportamentos<br />
específicos, pois eles são mais tangíveis<br />
e mensuráveis”.<br />
Nesse sentido, ele sugere que, inicialmente, você<br />
selecione alguns comportamentos que teriam grande<br />
impacto se colocados em prática por um número significante<br />
de pessoas e foque neles. “Encontre algumas<br />
coisas que as pessoas fazem que afetam positivamente<br />
44<br />
vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017