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VendaMais-262-cultura-organizacional

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egistros de estudos a respeito<br />

de atividades de<br />

vendas não são muito<br />

frequentes. O tema vendas,<br />

por motivos desconhecidos,<br />

curiosamente,<br />

ainda não inspira o mundo<br />

acadêmico na proporção<br />

de sua importância.<br />

Há cerca de cem anos,<br />

as atividades relacionadas<br />

a estratégias de vendas<br />

deram passos importantes<br />

– com maior<br />

intensidade a partir da<br />

Segunda Guerra Mundial<br />

(1939–1945) –, difundindo-se<br />

através de<br />

diversas “tecnologias”<br />

de como vender. Nesse período, surgiram novos<br />

mercados, o poder de compra foi potencializado<br />

e conceitos de marketing e gerenciamento da<br />

qualidade se desenvolveram, ao mesmo tempo<br />

que o consumidor se fortaleceu com a criação de<br />

normas de proteção e defesa.<br />

Além disso, as primeiras ações focadas na promoção<br />

de vendas se intensificaram com o acirramento<br />

da competição entre empresas e mercados<br />

globais. A atividade de vendas, portanto, passou a<br />

ser instigada a desenvolver novas táticas para alcançar<br />

novos clientes, tornando-se, na visão de<br />

alguns especialistas, uma arte.<br />

A persuasão não é suficiente<br />

para conquistar clientes<br />

A partir disso, a instrumentação essencial de todo<br />

bom vendedor evoluiu – como a comunicação adequada<br />

e as técnicas de persuasão –, mantendo sua<br />

relevância tanto na venda de bens quanto na de<br />

serviços. Mais recentemente, a força das redes sociais<br />

reinventou formas de abordar e conquistar o<br />

cliente digital. A qualidade dos produtos e dos<br />

serviços, somada à capacidade de atender ao perfil<br />

e à lealdade desse cliente no ambiente digital, passou<br />

a ser posta à prova.<br />

Nesse contexto, escolas de administração começaram<br />

a oferecer cursos de gestão de negócios,<br />

incluindo matérias relacionadas às vendas em<br />

suas grades disciplinares. Novas competências são<br />

exigidas dos profissionais, que mergulham nas<br />

atividades comerciais. Vendedores de qualidade<br />

conquistam maior valorização profissional do mercado,<br />

especializam-se e ganham reconhecimento.<br />

Evoluir na profissão depende sobremaneira do<br />

empenho e do networking pessoal e corporativo.<br />

Vender ainda é uma grande interação entre<br />

posições e interesses, uma afinada conexão com o<br />

público-alvo. Atribui-se aos bons vendedores sua<br />

adaptabilidade e versatilidade no discurso, que<br />

atendam às necessidades e às expectativas exclusivas.<br />

Ferramentas de TI e treinamentos de aperfeiçoamento<br />

dessas interações também encontram<br />

seu espaço. Além de forte conhecimento técnico do<br />

que vendem, o rapport adequado no aperto de mão,<br />

no sorrir, no olho do cliente permanecem também<br />

como diferenciais relevantes.<br />

O iceberg como ameaça ou oportunidade<br />

A metáfora proposta neste artigo é enxergar o<br />

cliente como se enxerga um iceberg, um grande<br />

bloco de gelo flutuando nos oceanos, que exige dos<br />

navegadores grande atenção, habilidades específicas<br />

e equipamentos adequados a fim de se evitar a<br />

ameaça dos erros de percurso, surpresas desagradáveis<br />

ou até desastres.<br />

Estudos comprovam que icebergs provenientes<br />

de degelo dos polos se desprendem do continente<br />

e se movimentam através de inúmeras correntes<br />

marinhas. Com suas duas faces, calcula-se que 10%<br />

de seu volume fica aparente, visível na superfície,<br />

mantendo-se encobertos os 90% restantes, submersos<br />

e invisíveis, podendo ter dimensões maiores em<br />

largura e profundidade. É papel do vendedor aproveitar<br />

ao máximo a face aparente e imaginar o<br />

tamanho da face submersa como fonte de inspiração<br />

e de oportunidades.<br />

Os mercados, como os oceanos, funcionam mais<br />

ou menos assim: apresentam oportunidades e ameaças.<br />

Movimentam-se soltos na direção das novas<br />

tendências, das novas correntes marinhas (ou de<br />

consumo) que seguem o sentido dos ventos – contrários<br />

ou favoráveis. O iceberg, comparado ao<br />

cliente, segue sua rota conforme suas possibilidades,<br />

expondo seu lado visível, acima da linha d’água. A<br />

ponta do iceberg representa suas necessidades básicas,<br />

aquilo que o cliente declara aos quatro cantos<br />

sobre o que precisa para comprar e satisfazer necessidades,<br />

como qualidade, preço, prazo e atendimento<br />

cordial.<br />

A face submersa, movendo-se ao mesmo tempo<br />

– só que encoberta –, representa suas expectativas,<br />

seus desejos, suas motivações intrínsecas. É onde<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 51

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