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Jornal das Oficinas 173

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COVID-19<br />

O TEMPO É DE REAGIR. NÃO HAVERÁ MELHOR VACINA DO QUE A UNIÃO<br />

DE toDOS OS PLAYERS DO PÓS-VENDA. AS ASSOCIAÇÕES DERAM O EXemplo.<br />

E AS MÃOS. À DISTÂNCIA, ENTENDA-SE. AGORA, É ALTURA DE CONTRA-ataCAR<br />

A COVID-19. O JORNAL DAS OFICINas ENCONTRA-SE NA LINHA DA FRENTE<br />

momento extremamente crítico, carregado<br />

de grandes incertezas e com<br />

consequências absolutamente imprevisíveis.<br />

Dificilmente, ao dia de<br />

hoje, podemos prever quais os reais<br />

impactos que esta situação terá nas<br />

nossas vi<strong>das</strong> nas suas diferentes vertentes:<br />

saúde publica, económica,<br />

social e política. Não temos dúvida<br />

que, no momento, a primeira prioridade<br />

é tentar garantir, por todos os<br />

meios possíveis, que esta pandemia<br />

seja rapidamente controlada e com<br />

as menores consequências do ponto<br />

de vista da saúde pública”, sublinha<br />

a associação. “No entanto, não podemos<br />

(nem devemos) deixar de juntar<br />

a nossa voz a todos aqueles que têm<br />

vindo a alertar para as gravíssimas<br />

consequências que a atual situação,<br />

de quase absoluta paralisia da atividade<br />

económica, pode significar para<br />

o elevadíssimo risco do disparo de<br />

falências de empresas e de desemprego<br />

em larga escala. O setor que<br />

representamos, o automóvel, tem<br />

uma importância fundamental e de<br />

absoluta relevância para a economia<br />

portuguesa”, alerta a associação.<br />

A ANECRA, que representa mais<br />

de 3.200 empresas do setor, na sua<br />

maioria micro e pequenas, “regozija-se<br />

e saúda o lançamento <strong>das</strong><br />

medi<strong>das</strong> de carácter extraordinário<br />

que o Governo português anunciou<br />

recentemente. Algumas <strong>das</strong> quais<br />

em linha com o que, em tempo útil,<br />

reclamámos, muito em concreto os<br />

casos da flexibilização e agilização<br />

do regime de lay-off ou da criação de<br />

uma linha de crédito acessível também<br />

às empresas do nosso setor (ver<br />

caixa, nestas páginas)”, acrescenta o<br />

mesmo comunicado.<br />

Combater, simplificar...<br />

A associação lança um repto para a<br />

“simplificação, agilização” e, porventura,<br />

“reforço” de algumas <strong>das</strong> medi<strong>das</strong><br />

extraordinárias lança<strong>das</strong> pelo<br />

Governo, “sob o risco de as mesmas<br />

não chegarem a produzir o efeito desejado,<br />

com to<strong>das</strong> as consequências<br />

desastrosas que daí adviriam para o<br />

nosso tecido empresarial”. São seis as<br />

medi<strong>das</strong> propostas pela ANECRA. A<br />

primeira, prende-se com a “rapidez<br />

na implementação e operacionalização<br />

<strong>das</strong> medi<strong>das</strong>”. Segundo a associação,<br />

“é fundamental, que as medi<strong>das</strong><br />

lança<strong>das</strong> sejam claras, simples quanto<br />

aos procedimentos e, acima de tudo,<br />

rápi<strong>das</strong>, tanto na sua implementação<br />

como na consequente operacionalização.<br />

Se as medi<strong>das</strong> não forem céleres,<br />

simples e claras, corremos o sério risco<br />

de a sua eficácia ser diminuta ou<br />

mesmo nula”, enfatiza.<br />

O segundo ponto diz respeito ao “regime<br />

de lay-off simplificado”. Para a<br />

ANECRA, trata-se de uma <strong>das</strong> iniciativas<br />

de “maior potencial de alcance<br />

e que mais pode ajudar as pequenas<br />

empresas a ultrapassar esta<br />

crise, mantendo a sua atividade e<br />

continuando a assegurar os postos de<br />

trabalho”, vinca. Apesar de saudar a<br />

simplificação do regime, mantém-se<br />

um receio de que “a regra que pressupõe<br />

dois meses de quebra de faturação<br />

face ao período homólogo do ano<br />

transato seja, ainda assim, bastante<br />

limitativa”. Mais: “Muitas empresas<br />

só poderão aceder a este regime em<br />

maio ou mesmo junho. Pode ser tarde<br />

demais”, avisa a associação, que<br />

pretende ver “alargado” o regime aos<br />

“trabalhadores temporários” e aos<br />

“sócios-gerentes <strong>das</strong> empresas”, atendendo<br />

ao facto de que grande parte<br />

destas “são microempresas (com caráter<br />

familiar) e os trabalhadores são<br />

os sócios e vice-versa”.<br />

Ainda sobre a rapidez no pagamento,<br />

a ANECRA frisa: “O lay-off simplificado<br />

pressupõe que as empresas<br />

adiantem uma parte significativa do<br />

salário ao trabalhador (dois terços),<br />

recebendo, mais tarde, um terço do<br />

Estado. A rapidez no pagamento<br />

deste valor pelo Estado é determinante.<br />

Em particular, numa altura<br />

em que as empresas terão uma pressão<br />

elevadíssima sobre a sua tesouraria”,<br />

salienta ainda o comunicado.<br />

O terceiro ponto é a “flexibilização<br />

do regime de marcação e gozo de<br />

férias”. Afirma a ANECRA que “seria<br />

extremamente importante, que,<br />

neste momento de absoluta excecionalidade,<br />

se pudessem implementar<br />

medi<strong>das</strong> que visem a possibilidade<br />

de flexibilizar o regime de marcação<br />

e gozo de férias pelos trabalhadores.<br />

Seria uma medida temporária e que<br />

pode ter um papel importante na defesa<br />

dos postos de trabalho”.<br />

Apoiar, apoiar, apoiar...<br />

As “linhas de crédito” são o foco do<br />

quarto ponto. “Reconhecemos que o<br />

lançamento de linhas de crédito, que<br />

visam a liquidez <strong>das</strong> empresas, são<br />

absolutamente determinantes para<br />

12 Abril I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

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