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que as mesmas possam ultrapassar<br />
este enorme desafio. Não podemos,<br />
no entanto, deixar de referir que muito<br />
do nosso tecido empresarial está, já<br />
hoje, grandemente endividado. Desta<br />
forma, é nossa opinião que estas linhas<br />
de crédito deverão cumprir alguns<br />
pressupostos, de forma a atingir<br />
os objetivos pretendidos”.<br />
Nesse sentido, reclama linhas de crédito<br />
com “períodos longos”, de forma<br />
a ganhar tempo. “Estes terão, forçosamente,<br />
de ter um período de carência<br />
razoável e um plano de pagamento<br />
relativamente longo. O período<br />
de carência deverá apontar para um<br />
período não inferior a seis meses e<br />
idealmente um ano. Por sua vez, o<br />
plano de pagamento não deverá, em<br />
circunstância alguma, ser inferior a<br />
quatro ou cinco anos. Seria também<br />
desejável que o Estado pudesse dar<br />
o seu apoio através de um regime de<br />
bonificação destas linhas de crédito.<br />
Desta forma, o Estado daria um<br />
importante contributo e incentivo à<br />
adesão <strong>das</strong> empresas a estas linhas<br />
de liquidez. Processo sem o qual,<br />
muitos ficarão pelo caminho”, frisa.<br />
No quinto ponto, a ANECRA centra-<br />
-se na questão <strong>das</strong> “moratórias para<br />
ren<strong>das</strong> de estabelecimentos fechados”.<br />
E avança: “Nas empresas, geralmente<br />
após o custo com a massa salarial, os<br />
encargos com a ren<strong>das</strong> vêm logo a seguir.<br />
Medi<strong>das</strong> que visem a implementação<br />
de um regime de moratórias nas<br />
ren<strong>das</strong> podem, em muitos casos, ser<br />
absolutamente determinantes”, sublinha<br />
a proposta. Por fim, no sexto ponto<br />
da missiva, as “moratórias de crédito<br />
bancário com períodos longos”. Por<br />
outras palavras, “não basta adiar o pagamento<br />
de dívi<strong>das</strong> à banca durante<br />
três meses. É preciso dar tempo para<br />
que as empresas se recomponham”,<br />
explica a associação. “A proposta destas<br />
medi<strong>das</strong> é, na verdade, o resultado<br />
de muitas conversas telefónicas que,<br />
nos últimos dias, fomos tendo com<br />
muitos dos nossos associados, parceiros,<br />
empresários e gestores, todos<br />
eles com um objetivo comum: combater<br />
esta situação de calamidade que<br />
todos vivemos e lutar, em conjunto,<br />
para manter as nossas empresas e os<br />
postos de trabalho”, diz. E acrescenta:<br />
“As medi<strong>das</strong> de lay-off, as moratórias<br />
dos bancos, as linhas de crédito e o<br />
deferimento de impostos, são medi<strong>das</strong><br />
extremamente importantes, fundamentais<br />
até. Mas, como referido<br />
anteriormente, pede-se, simplicidade,<br />
celeridade e, se possível, reforço<br />
de algumas destas medi<strong>das</strong>. Só assim<br />
garantiremos que alguns dos nossos<br />
melhores não ficarão pelo caminho”,<br />
enfatiza a ANECRA em comunicado.<br />
Associações uni<strong>das</strong><br />
Uma por uma. E to<strong>das</strong> por to<strong>das</strong>. A<br />
DPAI/ACAP, também já fez ouvir a<br />
sua voz, em comunicado oficial, perante<br />
este “momento crítico” e de impactos<br />
ainda imprevisíveis no setor,<br />
provocados pela propagação da pan-<br />
EXPOMECÂNICA SÓ EM 2021<br />
“ADIAMENTO FOI decisÃO DIFÍCIL”<br />
Os efeitos do coronavírus no setor têm sido duros e levado ao adiamento ou cancelamento de<br />
inúmeros eventos. Foi o caso da 7.ª edição da expoMECÂNICA, que deveria ter lugar em abril,<br />
depois chegou a ser anunciada para junho, mas que, finalmente, acontecerá apenas em 2021. José<br />
Manuel Costa, diretor-geral da Kikai Eventos, reconhece ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> que foi uma “decisão<br />
difícil”. E explica. “É a primeira vez, desde a criação da expoMECÂNICA, em 2014, que temos de<br />
tomar uma decisão desta natureza. Já tínhamos realizado importantes investimentos na feira,<br />
como são disso exemplo os salários e encargos com os funcionários, o aluguer dos pavilhões da Exponor,<br />
a publicidade, a produção gráfica, as viagens de jornalistas, os serviços de comunicação digital<br />
e de assessoria de imprensa. Com a exceção do aluguer dos pavilhões, os demais investimentos<br />
perderam-se e teremos de efetuar novos”, revela. “Naturalmente, que este aspeto é importante. No<br />
entanto, houve sempre a preocupação com a segurança de to<strong>das</strong> as pessoas envolvi<strong>das</strong> na feira:<br />
funcionários, expositores, parceiros, fornecedores e visitantes. Essa questão é essencial e constitui<br />
prioridade máxima para a Kikai, pelo que, na hora de adiar a feira para junho, não hesitámos um<br />
segundo. Quando, inicialmente decidimos adiar para junho, a expectativa era de que a situação de<br />
saúde pública pudesse ser controlada rapidamente. Desde então, tem-se agravado a pandemia,<br />
tanto em Portugal, como em Espanha. Além disso, nos últimos dias, o discurso do Governo ao<br />
apontar para junho o controlo do surto, bem como indiciar que as aulas poderão não ser retoma<strong>das</strong>,<br />
foram, para a Kikai sinais muito claros que não haveria condições para a realização da feira em<br />
junho”, admite José Manuel Costa. E acrescenta: “As razões para o adiamento da expoMECÂNICA<br />
para 2021 foram assumi<strong>das</strong> de forma clara e honesta, no comunicado que dirigimos a todos os<br />
expositores e parceiros associativos e de media”.<br />
Mais: “Naquele documento, fazemos questão de referir a questão de saúde pública, mas,<br />
também, a questão de ordem económica que se abateu sobre a sociedade, em geral, e o setor<br />
da reparação e pós-venda automóvel, em particular. Por outro lado, acreditamos que, em 2020,<br />
não haverá um adequado ambiente de negócios, nem condições emocionais, para a realização<br />
da expoMECÂNICA. Assumimos o compromisso de falar, telefonicamente, com cada um dos<br />
expositores e parceiros e, até ao momento, a palavra que mais vezes tem sido repetida, tanto ao<br />
telefone quanto por email, é ’sensato’. Acreditamos que a decisão de realizar a expoMECÂNICA<br />
em 2021 poderá ser um excelente mote para relançar a dinâmica do setor. E naquilo que depender<br />
da Kikai Eventos e da sua equipa, não fugiremos a este desafio”, sublinha o responsável.<br />
José Manuel Costa conta que, além de tudo, muitos expositores enfrentavam problemas de<br />
stock e de material para apresentar na feira. “Nos contactos iniciais, quando estudávamos as<br />
possibilidades de adiar para junho, essa foi uma <strong>das</strong> razões que algumas empresas apontaram,<br />
juntamente com algumas dificuldades técnicas, que se prendiam com a impossibilidade de<br />
garantir a vinda de técnicos estrangeiros para formações na feira. Penso que essa questão não<br />
seria um impeditivo para qualquer empresa participar, mas tornaria, eventualmente, a feira<br />
mais pobre como montra de produtos e novidades”, diz.<br />
Os cálculos do prejuízo económico ainda não são conhecidos na sua totalidade. “Não temos<br />
o valor final, mas olhando para algumas rubricas cita<strong>das</strong> acima, podemos falar, tranquilamente,<br />
de per<strong>das</strong> acima de 100 mil euros para a Kikai Eventos. Veja-se que alguns custos e<br />
investimentos realizados terão de ser repetidos, sem nenhum aproveitamento do que foi feito<br />
anteriormente. Nesse sentido, também propusemos aos nossos expositores que os valores<br />
pagos em 2020 pudessem transitar como créditos para a edição a realizar em 2021. Só com<br />
esse importante apoio e sinal, poderemos oferecer e entregar uma feira de qualidade”, conclui.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2020 13