EM FOCO FILTROS AUTOMÓVEL PURIFICAR É O LEMA OS FILTROS TÊM COMO FUNÇÃO ESSENCIAL RETER O QUE NÃO INTERESSA NAS SUAS DIVERSAS VERTENTES: ÓLEO, AR, COMBUSTÍVEL, TRANSMISSÃO, PARTÍCULAS E HABITÁCULO. O CONTRIBUTO QUE DÃO EM MATÉRIA DE CONSERVAÇÃO MECÂNICA, AMBIENTE, CONFORTO E ECONOMIA É INEQUÍVOCO. NESTA EDIÇÃO, AUSCULTÁMOS OS PRINCIPAIS PLAYERS DESTE PRODUTO DE GRANDE ROTATIVIDADE NAS OFICINAS E CASAS DE PEÇAS por Jorge Flores
Nas oficinas e casas de peças, poucos produtos haverá com maior rotatividade do que os filtros (os chamados fast movers). Ninguém duvida da sua função e importância. Seja na filtragem de contaminantes do ar ou na retenção de impurezas que se instalem no óleo e no combustível. Ou ainda o seu papel na queima <strong>das</strong> partículas, impedindo que estas sejam liberta<strong>das</strong> pelo escape dos veículos. À semelhança da importância dos lubrificantes e dos combustíveis (dois produtos derivados do petróleo), os filtros também assumem um papel determinante. De que forma? As substâncias resultantes da erosão/combustão dos motores e as impurezas presentes no óleo e no combustível representam uma ameaça à conservação <strong>das</strong> peças móveis. Depois, o ar, quer o de admissão quer o que entra no habitáculo, deverá ser o mais limpo possível. E a missão dos filtros é deter estes agentes indesejados. Propriedades duráveis Pela natureza que têm, os filtros devem manter as suas propriedades de filtragem o maior número de quilómetros possível. Devem ser substituídos quando se deteta que já não estão a cumprir a sua função de forma eficaz. Os de óleo, devem preservar a saúde dos motores térmicos e endotérmicos. Os de combustível, mais indispensáveis nos veículos Diesel do que nos veículos a gasolina, retêm as partículas e a humidade que podem danificar o sistema de alimentação e os componentes da câmara de combustão. Por sua vez, os de partículas, que são os mais dispendiosos, destinam-se a fazer a queima <strong>das</strong> partículas nocivas, de modo a que estas não sejam liberta<strong>das</strong> pelo escape. Por norma, durante este processo, que demora, em média, dois minutos, o consumo de combustível aumenta. Já os filtros de ar, têm uma dupla função: controlar o fluxo e, também, a qualidade do gás atmosférico que é admitido nos motores (em função da sua cilindrada, estes recebem entre 200 a 500 m3 de ar por hora). Ao conseguir reter as impurezas indesejáveis, evitam que possam ocorrer danos internos e desgaste prematuro nos cilindros dos motores. Por último, os filtros de habitáculo (pólen e carbono ativo) tornam o ar interior do veículo mais respirável e tão limpo quanto possível. Por outras palavras, visam libertá-lo de contaminantes externos, como poeiras e odores. Como será possível comprovar ao longo <strong>das</strong> páginas deste Em Foco, existe uma enorme variedade de marcas e referências de filtros no mercado, nas suas diversas vertentes. Graças aos novos conceitos logísticos existentes, é possível aceder rapidamente a estes componentes sem obrigar as oficinas e casas de peças a disporem de grandes stocks de filtros. Trata-se de um mercado maduro, extremamente concorrido, mas com os olhos colocados no futuro. O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> auscultou os principais protagonistas na área dos filtros e mediu o pulso ao próprio negócio. Adaptar à evolução Joaquim Candeias, responsável do bilstein group em Portugal, acredita que estes fast movers “pertencem a uma gama de produto vasta, que terá de adaptar-se à evolução do mercado e aos novos tipos de filtros que estão a surgir, fruto <strong>das</strong> alterações que se verificam com as novas tecnologias”, afirma. “Quanto à evolução relativa a produto, podemos mencionar que a evolução de negócio de cada filtro tem vindo a alterar-se. Os filtros de óleo são um produto que, graças à evolução tecnológica, suportam um número de quilómetros superior e, uma vez que a mudança de óleo dos veículos tem vindo a ser cada vez mais espaçada, a mudança do filtro de óleo também se torna menos regular”, explica. Na sua opinião, em relação “aos filtros de ar e de combustível, a tecnologia também influenciou o negócio: são produtos que se tornaram mais inovadores do ponto de vista do desenvolvimento técnico, tornando-se num produto de valor superior, o que fez com que os níveis de faturação aumentassem por esse motivo”, refere. Por fim, “os filtros de habitáculo têm registado um crescimento significativo nas ven<strong>das</strong>, não só porque, atualmente, todos os veículos dispõem deste componente, mas, sobretudo, porque a sensibilização, tanto do consumidor final como do mecânico, tem vindo a aumentar quanto ao impacto que este filtro tem na saúde e no bem-estar dos ocupantes dos veículos”, sublinha. Sobre o futuro deste mercado, o responsável do bilstein group em Portugal defende que este “terá de adaptar- -se aos novos veículos”. E explica: “Um veículo elétrico, por exemplo, tem menos filtros do que um comum com motor de combustão interna, mas a maior parte www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2020 71