A Arte do Encontro
Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.
Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.
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A ARTE DO ENCONTRO
questões em evidência hodiernamente, a mais notoriamente levada à
ficção foi a existência de uma sociedade futura na qual as distinções
de gênero não se aplicavam.
No mês seguinte, foi a vez de participar do 12º Encontro de RPG do CCJ.
Em 24 participantes (vinte jogadores e quatro membros da Confraria
das Ideias – estes responsáveis pela sonorização, cenografia, figurino
e demais aspectos organizacionais), passamos uma madrugada envolvidos
com A Última Noite (CONFRARIA, 2019b). Na ficção, uma antiga
estação de rádio, pertencente à outrora ilustre Rádio Momento, havia
sido consumida em um incêndio em 1961. Contudo, inexplicavelmente,
a rádio continuava em funcionamento, transmitindo noite após noite
a programação do dia fatídico.
Os jogadores foram divididos em dois grupos. Um deles, o qual integrei,
representou personagens que faziam parte da finada rádio.
O outro, por sua vez, era composto por personagens dos dias atuais,
que iam até as ruínas do prédio investigar o estranho fato. O primeiro
destaque foi para a dinâmica WYSIWYG 109 proposta aos personagens
da rádio. No workshop que antecedeu o larp, fomos instruídos a como
conduzir a rádio durante a madrugada. Recebemos a programação da
rádio, aprendemos a operar a mesa de som, criamos e improvisamos
radionovelas, anúncios comerciais, escolhemos a playlist (colocada
para rodar em discos de vinil), dentre outras atividades do cotidiano
da rádio. No papel de locutor, tive a intensa experiência de passar o
larp inteiro intercalando a interação com os outros personagens e a
manutenção da programação da rádio 110 .
109. WYSIWYG, jargão emprestado da computação, é a sigla para What You See Is What
You Get (O que você vê é o que você obtém). Um exemplo anedótico seria o ator de uma
peça de teatro que espirra – e tal espirro é igualmente incorporado na ficção.
110. A Confraria teve a interessante e celebrada decisão de fazer streaming da programação
da rádio, ao vivo. Tal registro está disponível (embora tenha apresentado alguns problemas
técnicos, provavelmente causados por um de nós, jogadores, que deve ter interrompido a
transmissão a partir da mesa de som por acidente durante o larp) em: https://bit.ly/33YrFrx.
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